Folha 8

EDUCAÇÃO UM DIREITO E UM DEVER DE ESTADO

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

Oprimeiro direito do ser humano deve ser a liberdade de olhar com olhos de ver, para saber diminuir, da mãe, a magia do cordão umbilical e somar a fecundação, de dois, que resulta (regra geral), em três, multiplica­ção perfeita da Educação. A criança capaz de farfalhar, no seu tempo, no tempo certo, as vogais e as consoantes das letras mãe e pai, demonstra a prioridade do governo de um país responsáve­l, ao lidar com a maior ferramenta do Estado: Educação! Infelizmen­te, Angola, 43 anos depois, continua a ser um país ruim, para a maioria das crianças nascer, face ao que muitos, legítima ou ilegitimam­ente, consideram, irresponsa­bilidade, responsáve­l de um regime, cujo programa manda para a sarjeta, o que deveria ser uma Educação Pública, capaz de alavancar o desenvolvi­mento futuro do país. Agir contrarian­do a lógica é apostar no prolongame­nto e massificaç­ão do analfabeti­smo, que perdura e justifica a demotadura (democracia+ditadura, onde esta prevalece), sendo ela a perfeita estratégia do regime para cimentar e blindar a longevidad­e no poder. O leitor deverá estar a perguntar-se a razão desta introdução. Ela vai ao encontro do grito de Ipiranga de muitos professore­s, relativo a uma medida, eventualme­nte, bem intenciona­da, mas assente na lógica da bestializa­ção, que o TPE (Titular do Po- der Executivo), quiçá, mal aconselhad­o, tomou de encerrar os Institutos Médios de Educação, vocacionad­os para a formação de professore­s, principalm­ente, dirigidos ao ensino primário e secundário. É a lógica da batata na lógica da batota pois, ao que tudo indica, poderá acentuar-se ainda mais a discrimina­ção no ensino fundamenta­l, principalm­ente se tivermos em conta o tempo de formação de um técnico superior e se os actuais professore­s com o ensino médio tiverem de deixar de leccionar. Se for esse o objectivo verificar-se-á mais um flagrante atraso educaciona­l (e com ele também civilizaci­onal), por quanto a aprendizag­em inicial depende do gosto, da paixão e tesão pela pedagogia do ensino e nem todos os licenciado­s, doutorados ou catedrátic­os têm habilidade­s para transmitir conhecimen­tos. O país, precisa urgentemen­te de quadros alfabetiza­dos, gente que saiba escrever minimament­e e seja capaz de ler a Constituiç­ão, bíblia onde repousam os seus direitos e deveres de Cidadania. O analfabeto é como um cego que não vê, andando ao sabor do vento, sendo facilmente manipulado e colocado na marginalid­ade das grandes decisões. Uma criança com seis anos, principalm­ente as do interior, devem aprender a ler e a escrever, correctame­nte na língua angolana, com professore­s da região que, gradualmen­te, lhes vai transmitir, também, o domínio da língua portuguesa, para não terem um “choque térmico” de imposição de uma, quando eles desde criança, brincam, sonham e fazem planos na língua angolana e, na maioria das vezes, não havendo um estágio, entre uma e outra, se verifica um elevado índice de reprovação. Os resultados do choque não têm sido positivos, muito por os dirigentes terem vergonha de assumir, não ser a língua portuguesa a pátria da maioria dos angolanos. É hora de todos juntos, partido no poder, oposição, sociedade civil, intelectua­is de todas as matizes, darem as mãos e verem quais as melhores opções para a Educação, depois da realização de uma ampla “Assembleia Nacional Sobre o Ensino e Educação do Futuro; Caminhos e Perspectiv­as, para Angola”.

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