EDUCAÇÃO UM DIREITO E UM DEVER DE ESTADO
Oprimeiro direito do ser humano deve ser a liberdade de olhar com olhos de ver, para saber diminuir, da mãe, a magia do cordão umbilical e somar a fecundação, de dois, que resulta (regra geral), em três, multiplicação perfeita da Educação. A criança capaz de farfalhar, no seu tempo, no tempo certo, as vogais e as consoantes das letras mãe e pai, demonstra a prioridade do governo de um país responsável, ao lidar com a maior ferramenta do Estado: Educação! Infelizmente, Angola, 43 anos depois, continua a ser um país ruim, para a maioria das crianças nascer, face ao que muitos, legítima ou ilegitimamente, consideram, irresponsabilidade, responsável de um regime, cujo programa manda para a sarjeta, o que deveria ser uma Educação Pública, capaz de alavancar o desenvolvimento futuro do país. Agir contrariando a lógica é apostar no prolongamento e massificação do analfabetismo, que perdura e justifica a demotadura (democracia+ditadura, onde esta prevalece), sendo ela a perfeita estratégia do regime para cimentar e blindar a longevidade no poder. O leitor deverá estar a perguntar-se a razão desta introdução. Ela vai ao encontro do grito de Ipiranga de muitos professores, relativo a uma medida, eventualmente, bem intencionada, mas assente na lógica da bestialização, que o TPE (Titular do Po- der Executivo), quiçá, mal aconselhado, tomou de encerrar os Institutos Médios de Educação, vocacionados para a formação de professores, principalmente, dirigidos ao ensino primário e secundário. É a lógica da batata na lógica da batota pois, ao que tudo indica, poderá acentuar-se ainda mais a discriminação no ensino fundamental, principalmente se tivermos em conta o tempo de formação de um técnico superior e se os actuais professores com o ensino médio tiverem de deixar de leccionar. Se for esse o objectivo verificar-se-á mais um flagrante atraso educacional (e com ele também civilizacional), por quanto a aprendizagem inicial depende do gosto, da paixão e tesão pela pedagogia do ensino e nem todos os licenciados, doutorados ou catedráticos têm habilidades para transmitir conhecimentos. O país, precisa urgentemente de quadros alfabetizados, gente que saiba escrever minimamente e seja capaz de ler a Constituição, bíblia onde repousam os seus direitos e deveres de Cidadania. O analfabeto é como um cego que não vê, andando ao sabor do vento, sendo facilmente manipulado e colocado na marginalidade das grandes decisões. Uma criança com seis anos, principalmente as do interior, devem aprender a ler e a escrever, correctamente na língua angolana, com professores da região que, gradualmente, lhes vai transmitir, também, o domínio da língua portuguesa, para não terem um “choque térmico” de imposição de uma, quando eles desde criança, brincam, sonham e fazem planos na língua angolana e, na maioria das vezes, não havendo um estágio, entre uma e outra, se verifica um elevado índice de reprovação. Os resultados do choque não têm sido positivos, muito por os dirigentes terem vergonha de assumir, não ser a língua portuguesa a pátria da maioria dos angolanos. É hora de todos juntos, partido no poder, oposição, sociedade civil, intelectuais de todas as matizes, darem as mãos e verem quais as melhores opções para a Educação, depois da realização de uma ampla “Assembleia Nacional Sobre o Ensino e Educação do Futuro; Caminhos e Perspectivas, para Angola”.