UM ANGOLANO EM CADA DOIS TEM A “HONRA” DE SER POBRE!
Ser pobre em Angola não é um acaso é uma fatalidade, caboucada no descaso da política governamental. É uma vergonha e raia a mais sublime incompetência, em 43 anos, o regime de um país com uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, não conseguir dar água, a maioria dos cidadãos, não conseguir, tendo das melhores terras aráveis, vulgarizar a agricultura para ninguém morrer a fome, por falta de comida. agricultores pobres, não por não produzirem, mas por falta de escoamento e uma rede de distribuição, inexistente, entre o campo e a cidade, tão pouco de pequenas indústrias de transformação, como compotas ou conservas, autênticas mais-valia, geradoras de emprego e riqueza. Essa forma dolosa de gestão da coisa pública é responsável pela existência de produtores de batata, milho, mandioca, tomate, banana, etc, pobres e miseráveis, por não conseguirem vender, tão pouco, para a sua sobrevivência, possuir meios de permuta de produtos indispensáveis a uma dieta alimentar sadia. Por esta razão, incompetência e má gestão da coisa pública, a maioria dos autóctones, nasce com fome, cresce com fome e morre com fome, tudo devido ao carimbo da discriminação. Por esta e outras razões, inconcebíveis é que o director em Angola do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) mostrou-se preocupado com aquilo que classificou de “muito elevada” taxa de pobreza no país, 52 por cento. Antes de avançar com esta preocupação, o PNUD deveria – de acordo com as “ordens superiores” do MPLA – dizer que, embora tenham saído do país há 43 anos, a culpa continua a ser dos portugueses. Presente na apresentação do “Estudo Global da Pobreza Multidimensional em Angola 2018”, Henrick Larsson defendeu um “trabalho conjunto” do governo e da sociedade civil para enfrentar os desafios apresentados pelos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “A taxa [de pobreza] aqui em Angola é 52% e é muito elevada, um em cada dois angolanos vive em pobreza multidimensional, por isso estamos juntos hoje para marcar a Semana Social 2019, com um tema relevante para todos nós: o Desenvolvimento Sustentável”. Discursando, em Luanda, na abertura da 6ª Semana Social angolana, organizada pela organização não-governamental Mosaiko – Instituto para Cidadania, em parceria com a Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), o responsável apontou caminhos para um “desenvolvimento sólido” e sustentável que “só pode ser construído com empreendimentos que, além do crescimento económico, priorizem a redução da pobreza e da fome, conservação do meio ambiente, as boas práticas sociais e a valorização do capital humano”. Neste sentido, acrescentou, o PNUD trabalha em parceria com o Governo angolano e com a sociedade civil angolana, no seu todo, para, conjuntamente, identificar “soluções locais para enfrentar os desafios que o desenvolvimento sustentável se propõe”. A Semana Social 2019 decorreu, até o dia 24.01, em Luanda, juntando especialistas angolanos e estrangeiros para um olhar sobre os mecanismos de desenvolvimento socioeconómico do país.