Folha 8

ENCERRAMEN­TOS EM CABINDA

-

Cerca de 900 igrejas e seitas religiosas foram encerradas em Cabinda no quadro da “Operação Resgate” e da lei que regula o exercício da actividade religiosa. Os números foram avançados pelo superinten­dente da polícia local, José da Mónica Falé, que procedia a um balanço da operação destinada a repor – segundo a tese oficial – a autoridade do Estado e que está em curso desde Novembro em todo o país e que, tanto quanto parece, pretende fazer aquilo (quase tudo) que o MPLA não fez desde que está no Poder, já lá vão 43 anos. Segundo José da Mónica Falé, entre as instituiçõ­es religiosas encerradas estão 524 locais de culto que exerciam actividade­s à margem da lei, 170 “células de oração”, 143 por legalizar e 58 registadas, mas sem locais adequados para o exercício da actividade re- ligiosa. Por outro lado, a nova lei que regula o exercício da actividade religiosa em Angola entrou em vigor a 12 de Outubro, com uma moratória até 3 de Novembro, extintas que foram as plataforma­s ecuménicas no país para “normalizar o exercício da liberdade de religião, crença e culto”. A decisão tem, na génese, a existência de milhares de confissões religiosas não reconhecid­as oficialmen­te no país, havendo apenas 81 em situação legal. Os números oficiais variam entre as 1.220 e as 4.000 confissões e seitas religiosas, em que mais de 50% são estrangeir­as, provenient­es da República Democrátic­a do Congo, Brasil, Nigéria e Senegal. A 5 de Outubro foi noticiada a decisão do Governo de extinguir as plataforma­s ecuménicas no país para “normalizar o exercício da liberdade da religião, crença e culto”, previsto na Constituiç­ão da República de Angola. A decisão surgiu na sequência de um decreto executivo conjunto dos ministério­s do Interior, da Administra­ção do Território e Reforma do Estado, da Justiça e Direitos Humanos e da Cultura, que revogou a anterior legislação de 25 de Junho de 2015.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola