Folha 8

O EXEMPLO DOS “MALDITOS” PORTUGUESE­S

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Enquanto província ultramarin­a de Portugal, até 1973, Angola era auto-suficiente, face à diversific­ação da economia. Era o segundo produtor mundial de café Arábico; primeiro produtor mundial de bananas, através da província de Benguela, nos municípios da Ganda, Cubal, Cavaco e Tchongoroy. Só nesta região produzia-se tanta banana que alimentou, designadam­ente a Bélgica, Espanha e a Metrópole (Portugal) para além das colónias da época Cabo-verde, Moçambique, Guiné-bissau e São Tomé e Príncipe. Era igualmente o primeiro produtor africano de arroz através das regiões do (Luso) Moxico, Cacolo Manaquimbu­ndo na Lunda Sul, Kanzar no Nordeste Lunda Norte e Bié. Ainda no Leste, nas localidade­s de Luaco, Malude e Kossa, a “Diamang” (Companhia de Diamantes de Angola) tinha mais 80 mil cabeças de gado, desde bovino, suíno, lanígero e caprino, com uma abundante produção de ovos, leite, queijo e manteiga. Na região da Baixa de Kassangue, havia a maior zona de produção de algodão, com a fábrica da Cotonang, que transforma­va o algodão, para além de produzir, óleo de soja, sabão e bagaço. Na região da ex- Moçâmedes (actual Namibe), nas localidade­s do Tombwa, Lucira e Cadeia de São Nicolau (actual Ben- tiaba), havia grandes extensões de produção de sal, salga de peixe onde se produzia, também enormes quantidade­s de “farinha de peixe”, exportada para a China e o Japão. Depois de 1975 foi só o retrocesso, colocando-se Angola dirigida pelo MPLA na cauda mundial da produção alimentar.

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