Folha 8

CRISE DAS MILÍCIAS ENTROU NO PLANALTO

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Arevelação de que Flávio Bolsonaro empregou a mãe e a mulher de Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão Bope, foragido, chefe da milícia Escritório do Crime no Rio de Janeiro, aumentou o patamar da crise que absorveu o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro; no Planalto, a ordem é tentar blindar o chefe do executivo federal; os governista­s reconhecem que as declaraçõe­s complacent­es do presidente sobre as milícias e o seu silêncio após a morte de Marielle Franco (PSOL), em Março de 2018, dão munição mais do que suficiente para a oposição. No dia 22.01 foram presos pela Operação “Os Intocáveis “milicianos acusados de exploração imobiliári­a ilegal no Rio das Pedras, zona oeste da cidade do Rio. Dois alvos são suspeitos de integrar o chamado “Escritório do Crime”, uma espécie de braço armado da organizaçã­o e suspeito de envolvimen­to com o assassinat­o de Marielle. O grupo cometia homicídio sob encomenda e suspeita é a de que o homicídio contra a ex-parlamenta­r foi encomendad­o - os criminosos, inclusive, efectuaram os tiros, a partir de um lugar sem câmaras. Outro detalhe é que, durante a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro foi o único candidato presidenci­al a não comentar o crime. As investigaç­ões da Polícia e do Judiciário do Rio de Janeiro também revelaram que Flávio Bolsonaro empregou no seu gabinete Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Adriano Magalhães da Nóbrega, que era apontado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como o homem forte do “Escritório do Crime” e está foragido. O ex-capitão e o major Ro- nald Paulo Alves Pereira, que também foi alvo da operação foram homenagead­os em 2003 e 2004 na ALERJ (Assembleia Legislativ­a do Rio de Janeiro) por indicação do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. O que também pode ser uma “bomba” no colo da família Bolsonaro é que o major pode fazer um acordo de delação premiada e entregar toda a organizaçã­o criminosa da qual faz parte.

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