CELESTE DE BRITO E A “BURLA À TAILANDESA” I
Celeste de Brito é, talvez, a entidade angolana mais importante do caso, apelidado, talvez precipitadamente, “Burla à Tailandesa” Fundou um banco com 2 milhóes de kwanzas,. montou o negócio dos “”50 bis” e avançou de peito avante em Janeiro de 2018 a denunciar à UTIP a alegada falcatrua que estava em curso. No dia 23 de Abril de 2017, o então ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, inaugurou em Luanda a sede do Natrabank, implantada no Condomínio Jardim de Rosas, no bairro Camama (ver foto), o primeiro banco de recursos naturais de África. A novel instituição bancária foi apresentada por Celeste de Brito, PCA e proprietária do banco, como sendo o único estabelecimento bancário em África e no mundo que dá valor aos recursos naturais. Nessa altura, o ministro presente na cerimónia afirmou que, graças a esse empreendimento, os investimentos em recursos naturais, ‘(…) irão dinamizar e garantir o financiamento da actividade mineira em Angola, criando riqueza através da receita fiscal e cambial», acrescentando em seguida que «(…) o país está interessado em acompanhar o seu desenvolvimento», pois estava a precisar de um instrumento financeiro que apoiasse a iniciativa privada no investimento mineiro». Infelizmente, de acordo com o artigo 12° da Lei de Bases das Instituições Financeiras em Angola “(…) somente as entidades habilitadas como instituições financeiras podem incluir na sua firma ou denominação, ou usar no exercício da sua actividade, expressões que sugiram os atributos próprios das instituições financeiras bancárias ou das instituições financeiras não bancárias, nomeadamente banco e banqueiro. A situação do Natrabank ficou ainda mais complicada quando, a 18 de Maio de 2017, a agência Lusa emitiu um comunicado segundo o qual «O Banco Nacional de Angola iniciou na semana passada o processo de encerramento do Natrabank, sociedade constituída com apenas 2 milhões de Kz (cerca de 13 mil USD de capital), que foi inaugurada há pouco mais de duas semanas (no dia 23 de Abril), e se apresentou ao mercado como instituição direccionada para o financiamento de agricultores, construtores e mineiros», apurou nessa altura o semanário Expansão de fonte afecta ao banco central». Contactada pelo Expansão, Celeste de Brito adiantou desconhecer a situação. “Não recebemos nenhuma notificação”, respondeu.