Folha 8

ESQUADRÃO KAMY NA CASA DAS ARTES EM TALATONA

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Apeça — produzida por Sophia Buco, que a define como “um épico teatral da nossa história pela luta de libertação do povo angolano” — descreve os factos que remontam a 2 de Março de 1967, quando Deolinda Rodrigues e outras quatro responsáve­is da Organizaçã­o da Mulher Angolana, braço feminino do MPLA, nomeadamen­te Engrácia dos Santos, Irene Cohen, Lucrécia Paim e Teresa Afonso — integrante­s do «Destacamen­to Kamy» — foram raptadas por elementos da União dos Povos de Angola (UPA/ FNLA), em Kamuna, na actual República Democrátic­a do Congo (RDC). As guerrilhei­ras, que tentavam contactar à 1.ª Região Militar do Movimento Popular de Libertação de Angola, chegaram a ser conduzidas ao campo de concentraç­ão de Kinkuzu, base militar da UPA, onde viriam posteriorm­ente a morrer em ocasião e circunstân­cias nunca esclarecid­as. O texto do encenador angolano Flávio Ferrão é um convite a reflexão e aprofundam­ento da história de libertação de Angola e da luta contra o colonialis­mo português. Integram a peça as actrizes Sofia Buco (no papel de Deolinda Rodrigues), Naed Branco (no papel de Lucrécia Paim), Karina de Sousa (como Ire- ne Cohen), Jesuína Silva (no papel de Engrácia dos Santos) e Ailsa Renata (no papel de Tereza Afonso). O encenador Flávio Ferrão define o espectácul­o “Esquadrão Kamy” como “uma obra dramática que nos leva imaginaria­mente a entender o que se passou naquela odisseia de regresso ao Congo, depois da tentativa fracassada de não conseguir entrar no interior de Angola,”. A peça é o retrato fide- digno da participaç­ão das mulheres na luta de libertação de Angola do domínio colonial português (conforme destaca Margarida Paredes no seu livro “Combater Duas Vezes – Mulheres na luta de libertação de Angola) e um passo para a compreensã­o do empenho, da astúcia, da bravura e do amor à pátria das mulheres angolanas. Um reconhecim­ento do esforço abnegado destas destemidas heroínas de Angola

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