Folha 8

PORTUGAL E ANGOLA IRMANDADE OU INTERESSES?

- TEXTO DE MALUNDO KUDIQUEBA* *Colaborado­r em Birmingham

Pelos meus minúsculos conhecimen­tos entendo que toda amizade deve ser baseada numa óptica de mutualidad­e e reciprocid­ade e não na rivalidade e conflitual­idade permanente. Portugal e Angola falam, mas não conversam. Ser amigo de alguém não significa concordar com tudo que ele diz e pensa. Não defendo a unanimi- dade ou uniformida­de de pensamento como condição para ser amigo de alguém. Dizem que Portugal e Angola são Países irmãos, mas não vejo irmadade. Portugal e Angola têm uma amizade baseada em interesses, e toda amizade baseada em interesses é falsa. Numa amizade devemos colocar em primeiro lugar as pessoas e não os negócios. Portugal e Angola são Países amigos, mas não sei quem é, mais amigo de quem? A amizade é como um casamento, será testado, e é nesses momentos dificeis que devemos promover a união e não a divisão. A amizade é uma estrada com dois sentidos. Devemos buscar convergênc­ias quando há divergênci­as. Devemos respeitar e celebrar as diferenças. A diversidad­e é um tesouro da humanidade. Devemos promover a soli- dariedade entre os nossos povos. Um problema em Portugal como os incéndios no verão, deve preocupar os angolanos, e um problema em Angola como o paludismo deve preocupar os portuguese­s. Uma vitória ou conquista de Portugal deve ser celebrada em Angola, e uma vitória ou conquista de Angola deve ser igualmente celebrada em Portugal. Se um português for maltratado em Angola espero que os angolanos sejam os primeiros a condenar o facto e se um angolano for maltratado em Portugal espero igualmente ver os portuguese­s se manifestar condenando o acto. Não ao confronto mas sim a cooperação e colaboraçã­o. Não vivo em Portugal ou Angola, mas o que acontece nesses Países diz-me respeito.

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