AS VIAS DAS FINANÇAS SÃO IMPENETRÁVEIS I
Aequipa de juízes do Tribunal Supremo encarregada de julgar os dez cidadãos supostamente envolvidos no caso “Burla à Tailandesa” decidiu a 23 do mês em curso solicitar ao Banco Nacional de Angola (BNA) que requeira, junto do seu congénere das Filipinas, uma avaliação sobre a autenticidade do cheque de 50 mil milhões de dólares e se tem cobertura. De facto, a vedeta principal deste caso é o cheque de 50 mil milhões de dólares. A empresária Celeste de Brito, uma das 10 protagonistas do mediático caso, revelou à barra do tribunal de Luanda, que o referido cheque de 50 mil milhões de dólares, emitido pelo Banco Nacional das Filipinas em Nova Iorque, nos EUA, equivale somente a um extracto bancário e não permite transferência monetária. Por outro lado, como se isso em tais circunstâncias fosse importante, a empresária não tem a certeza se o dito cheque que o alegado bilionário Raveeroj Ritchchoteanan teria passado para investir no nosso país, tem cobertura. Esclareceu, para dissipar potenciais dúvidas, que só um dos dez bancos comerciais mais importantes do mundo, que figuram no “top 10”, está em condições de o fazer. Por essa razão, no dia 27 de Novembro de 2017, assim que a delegação constituída por tailandeses e canadianos chegaram ao país, depois de uma curta reunião com a direcção da UTIP, órgão auxiliar do Presidente da República, foram ao BNA a fim de se inteirarem sobre os procedimentos que deveriam seguir, com base nas normas angolanas. Nessa reunião, Raveeroj Ritchchoteanan considerou que a mesma acabou por ser um “desastre”, por causa dos técnicos do BNA, que “disseram alguns disparates”, como recomendar para irem depositar o cheque num banco comercial. Mas foi isso mesmo o que eles fizeram, dizendo que escolheram o Banco de Negócios Internacional (BNI) por saberem que Mário Palhares, o seu PCA, tinha trabalhado no BNA e daria melhor tratamento ao caso. Deste modo, acabou por contrariar a tese do Ministério Público, fizeram o depósito do cheque para que o dinheiro fosse enviado ao país. Mas…miséria!, ainda não foi possível certificar se o cheque é de pau ou furado, ou verdadeiro.