OS CÚMPLICES PARECEM O MAIS DO MESMO
Há muito tempo, demasiado tempo, o autóctone angolano, de todas as latitudes, raças e credos religiosos, tem sido, para desgraça colectiva, confrontado com a tese de estar a ser governado por corruptos e ladrões, que açambarcam e privatizaram o Estado, uma mancha para os visados como, também, directa ou indirectamente, atingindo a honra dos honestos e dignos trabalhadores.
Se esta lógica é tão velha, como actual, porquanto a minoria milionária e bilionária, engorda com o minguar dos cofres públicos, dolosamente pilhados, por uma seita que se aproveita da falta de escrutínio da sua acção enquanto governantes, por parte dos cidadãos, para desfilar imunidade e impunidade pelos corredores do poder, terão as autoridades legitimidade para acabar com as suas muitas maçãs podres quando, na verdade, esta se limitam a seguir – à sua escala – o exemplo superior?
Por esta razão, quando alguns jovens, indignados, se manifestam face à roubalheira institucional, a Máfia “made in MPLA” acciona o botão policial, para soltar os cães e bastões, visando conter a revolta de milhões que de barriga vazia, com filhos a morrer à fome ou de malária, têm toda a legitimidade para puxar o gatilho, como muitos de nós fizeram contra o colonialismo português e muitos outros contra o colonialismo do MPLA.
Creia, Presidente João Lourenço, que é este quadro dantesco que leva, cada vez mais, os cidadãos a perderem o respeito pelos actuais dirigentes, cuja vida de lorde, contrasta com a pobreza e miséria de mais de 20 milhões de autóctones, sem uma aspirina, vacina, pão, luz, água, caderno, lápis e liberdade…