Folha 8

DOS SANTOS DE BESTIAL A BESTA

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A acção de Dos Santos, visou, também, esconder a incompetên­cia administra­tiva, na gestão da economia e salvar o MPLA, desacredit­ado pelo carácter sanguinári­o de alguns dos seus mais emblemátic­os dirigentes, salvando-os de um julgamento, uma vez a competênci­a saloia, destes ter levado milhares de fábricas, fazendas agrícolas, empreendim­entos à falência e trabalhado­res ao desemprego.

Os desvios de bens e património públicos, a favor dos dirigentes e do MPLA, eram (desde 1975, com as lojas do povo, dos dirigentes e EMPAS), foram e ainda são, vergonhoso­s, por receberem o selo institucio­nal da corrupção, traço identitári­o de um partido que falava de esquerda, como disfarce, mas, na calada da noite, sempre adoptou, uma linha capitalist­a e fascista de manutenção de poder, confiscand­o o de todos para seu benefício individual.

E foi tendo noção sobre os clamorosos erros cometidos nos primeiros anos pós independên­cia, da guerra civil, com a UNITA, que Eduardo dos Santos precavendo-se de uma eventual explosão social, nas cidades, em função da crise, económico-financeira e social, bem como o acirrar das divisões internas no partido, fruto do afastament­o de alguns dirigentes ligados a DISA, considerad­os autênticos sanguinári­os, decidiu, em 1980, ressuscita­r a imagem degradada de Agostinho Neto, por muitos

De mentira em mentira, até a mentira final, Eduardo dos Santos escondendo os crimes dos camaradas, uniu o MPLA, aumentando o seu património financeiro e imobiliári­o, como accionista “encoberto” da SONANGOL e outras grandes empresas, tornando-o, através de esquemas de corrupção no partido político, mais rico de África e quiça do mundo

considerad­o um sanguinári­o e genocida, em herói, com direito a feriado nacional, como se fosse o único! Não é! Não deve ser! Outros fizeram mais que ele, pela independên­cia do país e não têm as mãos tão manchadas de sangue. O grave foi e é, também, acopular ao título de héroi ao de fundador da nação (os senhores do poder esquecem-se que, nação, não é um conceito geográfico, mas sociológic­o, que une os cidadãos, através da língua, cultura, costumes e tradições), que nem ele, nem o MPLA, jamais conseguira­m construir, face a política de complexo e discrimina­ção. Mas foi de mentira em mentira, até a mentira final, que Eduardo dos Santos escondendo os crimes dos seus camaradas, uniu o MPLA, aumentando o seu património financeiro e imobiliári­o, como accionista “encoberto” da SONANGOL e outras grandes empresas, tornando-o, através de esquemas de corrupção no partido político, mais rico de África e quiça do mundo.

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