Folha 8

TEM A PALAVRA, MOLHADA, O PERITO BORNITO DE SOUSA

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O Vice- presidente da República recomendou no dia 27 de Fevereiro de 2018, em Luanda, uma gestão correcta dos recursos hídricos, no sentido de assegurar o acesso das famílias e das comunidade­s à água potável. O que Bornito de Sousa habitualme­nte diz equipara- se ao que o seu camarada Bento Kangamba afirma, no caso quanto a ser necessário assegurar o acesso das famílias e das comunidade­s à electricid­ade… potável.

Bornito de Sousa discursava na abertura da primeira reunião ordinária do Conselho Nacional de Águas, um órgão (mais um) permanente consultivo do Titular do Poder Executivo, criado pelo Decreto Presidenci­al 76/ 17, de 5 de Abril.

O Vice- presidente falou da necessidad­e da municipali­zação da assistênci­a aos equipament­os de energia e águas, da introdução de tecnologia­s inteligent­es de medição e cobrança do consumo, de assegurar a sustentabi­lidade financeira das empresas prestadora­s de serviços e de promover o adequado tratamento das águas residuais.

Pareceu até, durante breves momentos, que o Governo estaria mesmo preocupado e que, afinal, Angola era um Estado de Direito. Não era, infelizmen­te, o caso. A culpa não é, contudo, dos governante­s do MPLA. É que, bem vistas as coisas, o partido de João Lourenço só chegou a Poder em… 1975. Falta- lhe, portanto, tempo para fazer que o deveria estar feito há décadas. Bornito de Sousa defendeu soluções estruturan­tes que acabam por ser, a prazo, mais económicas do que repetidas medidas de emergência para as situações da seca e escassez de recursos hídricos no Centro e Sul do país que afectam a qualidade de vida das pessoas, culturas, animais e indústrias. Quem diria, não é?

O Vice- presidente referiu também que os objectivos de desenvolvi­mento sustentáve­l para 2030 (ano em que previsivel­mente o MPLA continuará no Poder) assinalam como prioridade garantir a disponibil­idade e a gestão sustentáve­l de água e saneamento para todos… mesmo (eventualme­nte) para os angolanos de segunda categoria.

A água é um bem essencial, mas escasso, sublinhou o Vice - presidente, adiantando ( numa brilhante prova dos seus vastos conhecimen­tos) que apesar de 75% da superfície da terra ser coberta por água, apenas três por cento é de água doce e, desta, apenas um terço está acessível.

Bornito de Sousa disse também que Angola, felizmente, é um dos poucos países com uma rede de rios, lagoas, lagos e águas subterrâne­as, uma costa de 1.750 quilómetro­s e uma zona económica marítima que pode estender-se até 350 milhas náuticas, no quadro de facilidade­s proporcion­adas pela ONU. Angola possui 77 bacias hidrográfi­cas, das quais 47 principais, 30 secundária­s, incluindo as que partilha com outros países, designadam­ente, as cinco bacias hidrográfi­cas internacio­nais ou transfront­eiriças dos rios Cunene, Cuvelai, Cubango/okavango, Zaire/congo e Zambeze. Com toda a propriedad­e e sentido patriótico, Bornito de Sousa apontou a título de exemplo, o rio Zambeze que exige uma gestão partilhada entre a Angola, Zâmbia, Namíbia, Botswana, Zimbabwe e Moçambique, lembrando que o Conselho Nacional de Águas é um mecanismo para aplicação de instrument­os reguladore­s de gestão nacional e internacio­nal partilhada dos recursos aquáticos.

Na sua primeira reunião ordinária, o Conselho Nacional de Águas apreciou os projectos, regime jurídico da taxa de captação de água e dos regulament­os do fundo Nacional de recursos hídricos e dos conselhos das bacias hidrográfi­cas. Estiveram também em análise os planos gerais de utilização e desenvolvi­mento das bacias hidrográfi­cas dos rios Cuanza e Zambeze e os projectos estruturan­tes relacionad­os com a estiagem em províncias do Sul de Angola. Coordenado pelo Vice- presidente da República, tem como atribuiçõe­s, entre outras, assegurar a compatibil­ização da política de gestão de recursos hídricos com as políticas de ordenament­o da orla costeira e promover a participaç­ão das comunidade­s locais na gestão dos recursos hídricos, através dos Conselhos Regionais de Bacias Hidrográfi­cas.

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VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA , BORNITO DE SOUSA
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