AZAR NÃO É SÓ ÓPIO II
Como se não bastasse tanta riqueza, as farmacêuticas descobriram uma espécie de mamila escondida na teta em que estavam a mamar, uma droga natural, a canábis, na exploração da qual Portugal é hoje apontado com um dos possíveis futuros líderes mundiais.enfim… Numa altura em que P0rtugal ainda nem sonhava com a possibilidade do uso clínico da cannabis, há décadas, as multinacionais farmacêuticas já se dedicavam ao cultivo dessa planta. Acabou por apanhar o comboio do “progresso” em andamento e, no ano de 2014,criou uma plantação de canábis em Évora, sob a responsabilidade da Terra Verde, ligada à britânica GW Pharmaceuticals.
Mais tarde, a Infarmed – Autoridade Nacional (portuguesa) do Medicamento e Produtos de Saúde, indicou ao jornal PÚBLICO a existência de dois novos projectos de firmas do Canadá, entre elas e Tilray, para construção de “uma unidade industrial de transformação e purificação de canábis para fins medicinais. Começou a ser cultivada em Portugal em Outubro de 2017 e, assim, mais de cem mil plantas cresceram no Parque Tecnológico de Cantanhede, no distrito de Coimbra. No verão desse ano, a empresa canadiana recebera luz verde do Governo para avançar com o projecto que, depressa começou a ganhar forma e a empresa vai investir cerca de 20 milhões de euros até 2020 num negócio que deverá criar cem empregos. A Alemanha, Croácia e Chipre, são alguns dos países que começariam a importar a canábis plantada em Cantanhede. Actualmente, o Alentejo também produz canábis que é, uma vez transformada em pó, expedida para o Reino Unido. A papoila de ópio, ocupa, alegadamente, milhares de hectares nos distritos de Beja, Évora e Portalegre.
Isto sem esquecer que a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo (DRAPA, em 2011 e 2012, revelou que a farmacêutica escocesa Macfarlan Smith, a primeira a chegar a Portugal, ocupara já mais de 100 hectares e está a desenvolver-se e a “prosseguir com o investimento da cultura no nosso país”, enquanto a TPI Entreprises, uma das maiores empresas australianas de produção de papoila, foi autorizada a explorar mais de 600 hectares de plantação de papoila branca no Alentejo,
Isto para dizer o quê? … Que o progresso se resume a criar um fosso, cada vez maior, em que todos nós havemos de cair.