Folha 8

MUDAR SEM NADA MUDAR

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“O Ministério das Relações Exteriores é um Ministério importante, não só para a imagem interna, mas sobretudo para a imagem externa do país (…). É um ministro com bastante sensibilid­ade”, por isso a sua exoneração “de certa forma belisca a imagem externa de Angola, porque mostra que há aqui uma instabilid­ade muito forte”, afirmou. “Foi uma surpresa muito grande” a substituiç­ão do chefe da diplomacia de Angola pelo seu secretário de Estado, porque “é um Ministério deveras importante para o país e até por causa da relação que havia entre os dois, e por causa de vários diferendos que o país passou, nomeadamen­te o Luanda Leaks e também o caso do engenheiro Manuel Vicente”, antigo vice- presidente angolano, reforçou. Além disso, é um Ministério “que agora assume ainda maior relevância nas questões relacionad­as com a diplomacia económica e a captação de investimen­to”.

Por outro lado, na opinião do analista, “o ministro das Relações Exteriores tem de ser um homem da confiança política do Presidente da República”, e Herlander Napoleão duvida que Teta António, o novo ministro, o seja. “Manuel Augusto imiscuía- se em assuntos dos outros países, de tal forma que às vezes até dava a sensação que ele é que era o Presidente da República”, comentou.

Na sua opinião, em termos de diplomacia o ministro agora exonerado não fez “nada de grave”. Foram questões internas que levaram à sua exoneração. Quanto à nova ministra do Ambiente, o que “causa aqui uma certa celeuma (..) é a idade que tem (…) e nas redes sociais temse posto muito em causa a sua capacidade.”

Na opinião do analista, o Presidente angolano está a apostar muito em executivos mais jovens, porém, para algumas pastas, neste momento que o país atravessa “deveria escolher pessoas com mais experiênci­a”.

Para Herlander Napoleão, o Orçamento Geral de Estado de Angola vai ter de sofrer “uma revisão com a queda do barril de petróleo” para ver se “o sector público, maior empregador, consegue sobreviver”. Por isso, defendeu, o novo executivo “terá de fazer uma reforma muito séria”. Mesmo assim, o analista antecipa que “Angola vai atravessar grandes dificuldad­es, porque não há dinheiro”.

“O ministro das Relações Exteriores tem de ser um homem da confiança política do Presidente da República e Teta António, o novo ministro, não é”

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