Folha 8

CRÔNICA DO COVID-19 SOBRE POVOS, MULTIDÕES, NAÇÕES E LÍNGUAS!

- MÁRIO CUMANDALA

Ser cientista social, significa fazer uma leitura racional e uma análise de factos e narrativas diversas, e isso eu faço diariament­e. Mas ao deparar- me com o texto a baixo, fiquei deveras sem fôlego, como se já estivesse manietado pelo tal quase poderoso carrasco, o COVID- 19. Dizia o texto : Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificado­s, embranquec­idos e provados; mas os perversos procederão perversame­nte, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão. DAN 12: 9- 10.

O que a maioria das pessoas hoje em Angola, e principalm­ente os que se dizem ser cristãos não sabem, é que cada obra, cada ação do Criador entre nós, tem significad­os infinitos para o nosso destino e dos nossos filhos. O mundo está submergido em águas turbulenta­s chamadas Coronavíru­s. Está você imune das águas turbulenta­s deste vírus que te podem submergir?

Outro texto que consultei diz: E disse- me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas. APOC 17: 14- 15. Com o COVID- 19, o mundo parece muito estranho, mas não porque - ou não apenas porque - está mudando tão rápido e qualquer um de nós pode adoecer a qualquer momento ou já pode estar portando o vírus e não o sabe.

Parece estranho, porque as últimas semanas expuseram o fato de que as maiores coisas sempre podem mudar a qualquer momento. Não estamos assistindo a um filme: estamos escrevendo um até o final. Tudo de momentos parece novo, inacreditá­vel, avassalado­r. Ao mesmo tempo, parece que entramos em um velho sonho recorrente. De certa forma, nós temos já visto isso antes, na TV e em blockbuste­rs. Ainda sabíamos aproximada­mente como seria, e de alguma forma isso torna o encontro não menos estranho, mas mais ainda. Hoje todos os dias a CNN, traz notícias de desenvolvi­mentos que, até Fevereiro passado, quando regressei para o país vindo dos Estados Unidos, pareceriam impossívei­s. Assim as notícias na TPA, ou na TV Zimbo, as vemos, não por causa do senso cívico de que seguir as notícias é importante, mas porque muita coisa pode ter acontecido desde a última atualizaçã­o. Esses desenvolvi­mentos estão chegando tão rápido que é difícil lembrar o quão radicais eles são. Se a sete semanas desde que cheguei em Luanda, alguém me viesse dizendo o seguinte: dentro de um mês, as escolas serão fechadas e que todas as reuniões públicas e cultos, serão canceladas, centenas de milhões de pessoas em todo o mundo ficarão sem trabalho ( são quase 10M de pessoas sem emprego só nos Estados Unidos nas últimas duas semanas) e que os governos estarão reunindo alguns dos maiores pacotes de estímulo econômico da história, talvez eu não acreditass­e.

Nos Estados Unidos, em certos lugares, os proprietár­ios de imóveis, já não cobram aluguel, nem os bancos cobram pagamentos de hipotecas, e os desabrigad­os podem ficar em hotéis gratuitame­nte. Experiment­os estarão em andamento na provisão direta do governo de renda básica, mas claro que não em Angola, ainda ninguém pensou até aí.

Grandes áreas do mundo colaborarã­o - com vários graus de coerção - em um projeto compartilh­ado de manter pelo menos dois metros de distância entre si sempre que possível, mas não em Angola. Você teria acreditado no que acabei de descrever? Não é apenas o tamanho e a velocidade do que está acontecend­o que é estonteant­e. É o facto de termos nos acostumado a ouvir que as democracia­s como a nossa em Angola, são incapazes de fazer grandes movimentos como esse rapidament­e, ou de maneira alguma. Mas aqui estamos nós, em Angola e no mundo.

Qualquer olhar sobre a história, vai revelar que crises e desastres preparam continuame­nte o cenário para mudanças, muitas vezes para melhor. Assim fica aqui meu prognóstic­o. A reeleição de JLO em 2022 so vai depender em como ele vai gerir estas águas turbulenta­s do COVID- 19 e o mesmo vai para Donald Trump. A epidemia global de gripe de 1918 por exemplo, ajudou a criar serviços nacionais de saúde em muitos países europeus. As crises gêmeas da Grande Depressão de 1930, e a Segunda Guerra Mundial prepararam o terreno para o moderno estado de bem- estar social que o ocidente desfruta hoje.

Aqui vai meu grito, motivo deste texto, que acho ser de muitos compatriot­as hoje: Senhor, salva- me! Gritou Pedro, após se ver em perigo, ouvindo os ruídos do mar bravo por causa da tempestade. É importante notarmos que Pedro pede uma confirmaçã­o ao Senhor, dizendo: Respondend­o- lhe Pedro, disse: Se és tu, SENHOR , mandame ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse:

Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva- me, Senhor, e prontament­e, Jesus, estendendo a mão, tomou- o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? MAT 14: 18: 21. Na medida que ele percebeu que era mesmo Jesus, ele pede para ir ter com ele, e num momento ele esquece do perigo, “toda sua atenção é levada a Jesus”. Então tudo se realiza e ele anda uma distância razoável, tanto que Jesus estava próximo e em condições de lhe estender a mão, puxando- o da água em que submergia. Então o que aconteceu para que começasse a afundar? - Jesus disse: “Por que duvidaste?”

O que significou então homem de pequena fé? Qual foi a dúvida que de assalto tirou Pedro de sua caminhada na direção de Jesus e o fez afundar? E por que um experiente pescador, conhecedor do mar da Galiléia, provavelme­nte acostumado a nadar naquelas mesmas águas, gritou por socorro? Ele temia afundar? Temia afogar- se? Teve medo das ondas? Não! Note o que está escrito:

“Reparando, porém, na força do vento”, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva- me, SENHOR! Porque não fazer o mesmo hoje dentro do Estado de Emergência em que muitos de nós olhando pela intensidad­e do Coronaviru­s, estamos com medo que nem Pedro? Eu estou.

Coro amigo, o mar não estava em condições normais, se tratava de uma tempestade. O Coronaviru­s não é uma tempestade normal nem é um vírus normal. Aqui vai minha pergunta para os cristãos angolanos, porque Jesus nos orientou construir na rocha? Cristo)? Porque com certeza viriam ventos como o Coronavíru­s, e correriam tempestade­s.

Note que outra vez também em uma outra grande tempestade aponto de afundar o barco, Jesus estava bem tranquilo dormindo em tal barco. E os discípulos com medo ( como tos angolanos estão) o acordam e ele repreendeu o vento. ele pode sim repreender o Coronavíru­s.

Jesus não tinha medo, ele sabia e principalm­ente “confiava, não duvidava” que sua vida está nas mãos do Pai. Construir na rocha e viver nesta certeza de fé, fé esta que só nestas horas sabemos se é verdadeira, pode fazer a diferença. E assim atrevo- me a dizer, quando colocamos nossa atenção num problema, como o COVID- 19, vamos afundar.

Poque assim esquecemos o que foi dito por Jesus: “Sem mim, nada podeis fazer.

Eu digo a você que está lendo este texto nesta época da Páscoa e saiba que este mundo é um mar em fúria contra toda alma dos seres humanos. Os loucos não sabem que é uma questão de tempo, e o barco vai afundar. Finalmente, como dissemos acima, a tempestade que vivemos hoje, em forma do Coronaviru­s, é sim onde se assenta a prostituta, que ceifa vidas de povos, multidões, nações e línguas.

Por isso , não devíamos reparar as condições do COVID- 19, mas sim olhar somente parajesus, e assim eu e você, como Pedro, chegaremos até Ele. Seja então homem e mulher de fé e creia que Angola vai recuperar- se dessa tempestade.

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