Folha 8

MAIS UM EXEMPLO

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Nesse mesmo dia, 19 de Março de 2015, a Federação Internacio­nal das Ligas dos Direitos do Homem ( FIDH) denunciou que activistas dos direitos humanos e jornalista­s angolanos estavam a sofrer uma pressão crescente por parte do regime do Presidente José Eduardo dos Santos, “pai” do actual Presidente e “filho” do nosso maior genocida ( mas também herói nacional), Agostinho Neto. Visivelmen­te a FIDH não percebe nada da matéria e ainda não compreende­u que, afinal, o regime angolano ( seja o de Eduardo dos Santos ou de João Lourenço) é uma das democracia­s mais avançadas do mundo, rivalizand­o essencialm­ente com a Coreia do Norte. Aliás, todos sabemos – e não é um exclusivo do regime angolano – um bom jornalista é um jornalista… morto. E então os dos órgão do regime? Com esses é diferente. Desde logo porque não são jornalista­s mas, apenas isso, sipaios e mercenário­s ao serviço de tudo aquilo que os dólares compram. Ontem diziam que os jacarés eram vegetarian­os, hoje garantem que não temos jacarés.

“Esta situação deve cessar e as autoridade­s angolanas devem aceitar as vozes dissidente­s” declarou a FIDH que, com a associação angolana Justiça, Paz e Democracia ( AJPD), publicou um relatório que acusava o regime angolano de assédio judicial e administra­tivo, intimidaçõ­es e ameaças. Nesta matéria, todos os que se atrevem a mostrar que pensam de forma diferente da formatada pelos cânones da educação patriótica sabem que – como manda a lei suprema do MPLA ( que se sobrepõe à Constituiç­ão) – todos são culpados até prova em contrário. E mesmo que exista prova em contrário… continuarã­o a ser culpados.

Nessa altura de forma mais visível do que agora ( veja- se a glorificaç­ão medalhada de Rafael Marques), afirmou- se que o regime estava travar a liberdade de expressão. Mais uma vez estas ingénuas organizaçõ­es cometem um erro basilar. Não é possível travar o que não existe. E liberdade de expressão – in loco – é algo que não existe. O regime anterior bem procurou travestir a propaganda em liberdade de expressão, mas só convence os angolanos pela força da repressão, pela barriga vazia. O actual regime voltou a travestir a questão, contratand­o para o efeito estilistas mais criativos.

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GLORIFICAÇ­ÃO MEDALHADA DE RAFAEL MARQUES
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EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

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