FILHOS, ENTEADOS E OS OUTROS
Oministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social de Angola, Manuel Gomes da Conceição Homem, reiterou, no passado dia 01.05, o empenho para o fortalecimento da comunicação social, cuja missão favorece, disse, o exercício da cidadania e reforça a vitalidade da democracia no país… desde que sigam as ordens superiores do MPLA.
Numa mensagem no âmbito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o ministro avança que o Executivo angolano está firmemente empenhado na promoção de um ambiente político favorável que propicie a elevação da liberdade de expressão e de informação, bem como a exequibilidade da missão de comunicar na sociedade angolana, dentro dos princípios universais alicerçados em valores e acções que dignifiquem a classe. Para procurar esse desiderato, Manuel Homem resolveu exemplificar o objectivo da estratégia governamental… não convidando o Folha 8 para o encontro que manteve com os “filhos” e alguns enteados do regime.
“O Estado reconhece o papel imprescindível que a comunicação social assume na defesa e na preservação do estado democrático de direito, dos esforços conjuntos que visam o desenvolvimento do país, numa altura em que a Nação é chamada a empreender acções de diversificação da economia, transparência, combate à corrupção e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”, lê- se na mensagem o ministro. Claramente se vê, a não ser que seja mais uma “gralha técnica”, que o ministro sabe do que fala, um pouco na linha do raciocínio intestinal ( grosso) de Norberto Garcia. Note- se que Manuel Homem é um especialista na matéria, não sendo despiciendo lembrar que é licenciado em Engenharia Informática de Sistemas pela Universidade Privada de Angola – UPRA; mestrando em Tecnologias e Sistemas Web pela Universidade Aberta de Lisboa e tem formação Especializada em Gestão de Projectos pelo Instituto IETEC de Belo Horizonte ( Brasil), Manuel Gomes da Conceição Homem adianta que a liberdade de imprensa indica a saúde democrática e de transparência para a sociedade que muito contribui para o exercício responsável e comprometido da actividade jornalística, associada à pluralidade de opinião, da elevação do Estado de Democrático e de Direito, e abertura à cidadania participativa.
Bem visto, senhor Ministro. Daí o facto de, segundo organizações internacionais, em termos de liberdade de imprensa, Angola e Brasil serem os dois países pior classificados, no ranking, entre os da Lusofonia. Confirma- se a tese do MPLA. A nossa democracia está mesmo doente. Se calhar até já morreu… só que os angolanos ainda não sabem. No actual contexto marcado pelo impacto da Covid- 19, segundo o ministro, deve- se levar os jornalistas e demais comunicadores ( presume- se que os paradigmas a levar em conta são, entre muitos outros, Norberto Garcia, João Pinto e António Manuel Luvualu de Carvalho) ao comprometimento com a verdade, evitando, assim uma segunda pandemia de desinformação. Manuel Homem exortou, ou não fosse um dos mais credenciados e eruditos conhecedores desta actividade, os profissionais da comunicação social a trabalharem num jornalismo cada vez mais competente, rigoroso, responsável, isento, patriótico e que respeita a ética e deontologia da profissão e da lei.
Manuel Homem aproveita a ocasião para felicitar os órgãos de comunicação sociais públicos e ( alguns) privados e a dedicação especial dos jornalistas e quadros do sector pelo trabalho que desenvolvem na prevenção e combate à Covid- 19. Dezembro de 2017. As autoridades do MPLA asseguravam que o primeiro satélite angolano, acabado de lançar, estava sob controlo, ao contrário de notícias indicando que a Rússia havia perdido o contacto com o aparelho. Ou seja, o Governo desmentia o que não fora dito e, involuntariamente, confirmava o que foi dito.
Bem visto, senhor Ministro. Daí o facto de, segundo organizações internacionais, em termos de liberdade de imprensa, Angola e Brasil serem os dois países pior classificados, no ranking, entre os da Lusofonia