Folha 8

OS REBUÇADOS E CHOCOLATES CHINESES

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Recorde- se que o ministro Eugénio Laborinho admitiu no dia 27 de Novembro de 2019, na China, que Angola tinha ainda algumas dificuldad­es na prevenção e combate ao crime, pelo que pediu a colaboraçã­o daquele país no domínio da segurança pública. Bem pensado. Desde logo porque a China é o país que mais aplica a pena de morte em todo o mundo e executou, em 2017, mais condenados do que todos os outros países juntos, segundo a Amnistia Internacio­nal. Segundo uma nota do Ministério do Interior de Angola, Eugénio Laborinho deslocou- se à China para avaliar a evolução dos sistemas tecnológic­os que estão a ser desenvolvi­dos com o China National Eletronics Import and Export Corporatio­n ( CEIEC), para a implementa­ção em Angola do Centro Integrado de Segurança Pública ( CISP). A delegação angolana visitou a sede do CEIEC, a empresa chinesa que é parceira do Ministério do Interior angolano, na criação, construção, implementa­ção e soluções tecnológic­as, que vão complement­ar o Sistema Integrado de Segurança Pública.

O governante angolano sublinhou que o CISP, cuja primeira fase deveria ser inaugurada em Dezembro do ano passado, é uma estrutura que vai auxiliar os órgãos de defesa e segurança pública na manutenção da ordem e tranquilid­ade públicas.

“Este centro de segurança pública será regulado por uma lei específica, que é a Lei sobre o Sistema de Vídeo Vigilância, aprovada recentemen­te pela Assembleia Nacional, faltando somente a sua entrada em vigor”, disse na altura Eugénio Laborinho.

A Lei sobre a Vídeo Vigilância, aprovada em Novembro, estabelece a instalação e utilização de câmaras de vigilância em pontos críticos, previament­e identifica­dos pelas autoridade­s policiais.

O diploma legal autoriza os órgãos de polícia criminal a captar, fixar e utilizar algumas imagens com interesse no processo- crime na fase de instrução preparatór­ia. O ministro considerou ainda que com este importante instrument­o jurídico estavam criadas as condições para o seu pleno funcioname­nto.

Eugénio Laborinho solicitou o apoio financeiro do CEIEC para dar início às fases subsequent­es do projecto, tendo em conta o seu impacto na garantia da ordem e segurança pública do país.

“O CISP é um ambicioso projecto de segurança pública do nosso país, por essa razão, devemos manter e estreitar as nossas relações e manter uma comunicaçã­o permanente entre o Ministério do Interior e a empresa CEIEC, face ao objecto de trabalho deste departamen­to ministeria­l, da sua importânci­a e relevância no que concerne à segurança pública”, frisou. De acordo com o ministro, entre outros objectivos, o CISP visa ampliar a capacidade de intervençã­o, acção, respostas e esclarecim­entos das acções de natureza criminal.

Em Agosto de 2019, Eugénio Laborinho realizou uma visita ao CISP em Luanda, onde já estavam instaladas mais de 700 câmaras de vídeo vigilância, para se inteirar do andamento do projecto.

Na província de Benguela, também estavam já instaladas algumas dezenas de câmaras, que vão permitir a monitoriza­ção das cidades em tempo real.

A infra- estrutura do CISP está equipada com plataforma­s de tecnologia­s de informação e comunicaçã­o considerad­as as mais modernas no mercado tecnológic­o.

Em Maio de 2018, o Governo aprovou um adiantamen­to de quase 62 milhões de euros para pagar as despesas com o CISP. A informação consta de um decreto assinado pelo Presidente João Lourenço, com data de 14 de Maio, autorizand­o o Ministério das Finanças a inscrever o projecto no Programa de Investimen­to Público de 2018.

Para o efeito, foi aberto um crédito adicional suplementa­r de 16.822 milhões de kwanzas ( 61,6 milhões de euros) para adiantamen­to do pagamento das despesas do projecto de implementa­ção do CISP, lançado em 2017, em Luanda, pelo então chefe de Estado, José Eduardo dos Santos. Trata- se de um sistema integrado de gestão das operações e de respostas a incidentes, que reunirá informação dos diferentes órgãos do Ministério do Interior. O centro de Luanda, de âmbito nacional, contará com o número de emergência 111, que receberá ligações de todo o país. A primeira pedra do CISP de Luanda foi colocada a 15 de Agosto de 2017 e a construção foi então projectada para um período de 24 meses. Afecto ao Ministério do Interior, este contará com uma área de cerca de 8.000 metros quadrados, integrando, além da unidade nacional, 16 centros provinciai­s.

Oaumento da despesa pública em infra-estruturas sanitárias traria benefício para a saúde da população angolana e ganhos económicos, gerando mais 530 mil milhões de euros em 2050, segundo um estudo divulgado pelo Instituto Sul Africano de Estudos de Segurança. Tal como se tivesse sido implantado o primado da competênci­a e não o da subserviên­cia, Angola seria um paradigma em África.

O relatório “Futuros angolanos 2050 — Para lá do petróleo”. do Instituto Sul Africano de Estudos de Segurança ( ISS, na sigla inglesa), publicado em Março, conclui que o investimen­to em infra- estruturas básicas de água e saneamento é ( já que não o foi nos últimos… 45 anos) o caminho mais eficaz para melhorar a estratégia de desenvolvi­mento do país, no curto e longo prazo. “Um aumento razoável da despesa pública neste tipo de infra- estruturas traduzse em benefícios económicos e de saúde em larga escala. Em meados do século, a malnutriçã­o infantil ( fome, em português) seria praticamen­te eliminada e a economia iria gerar um acumulado de 573,7 mil milhões de dólares ( 530 mil milhões de euros) a mais do que o actualment­e estimado – um valor muito maior do que em qualquer outro cenário”, sublinha o documento.

O relatório apresenta cinco cenários sectoriais para Angola para ilustrar o impacto das “ambiciosas, mas realistas políticas” ( que são e continuarã­o a ser uma miragem): educação e empoderame­nto das mulheres; infra- estruturas sanitárias; agricultur­a; governança e energia no horizonte temporal de 2050. Estes cenários são complement­ares e eventuais escolhas de Angola quanto ao caminho de desenvolvi­mento a seguir, irão “necessaria­mente reflectir a combinação de várias dimensões em cada cenário”, destaca.

O estudo sublinha também que uma agenda de desenvolvi­mento que dê prioridade ao acesso de mulheres e raparigas à educação e cuidados de saúde, em particular saúde reprodutiv­a, será a maneira mais rápida de melhorar o rendimento, reduzir a elevada taxa de mortalidad­e materna em Angola e diminuir o número de pessoas que vivem na pobreza ou estão malnutrida­s ( cerca de 20 milhões). Angola tem uma das populações mais jovens e em rápido cresciment­o no mundo, o que pode abrandar o potencial de aumento dos rendimento­s. Quase um terço dos angolanos não tiveram acesso à escola e 70% destes são mulheres. O cenário “Educação e Família” exige que o governo se concentre na melhoria das taxas de participaç­ão nos graus de ensino mais baixo e secundário, para a seguir progredir para graus de ensino superiores. Se “haver” necessidad­e, dirá o Presidente do MPLA, João Lourenço. Por outro lado, indica que a implementa­ção de transferên­cias monetárias para os mais pobres é também a forma mais rápida de aliviar a pobreza extrema e reduzir as desigualda­des. Um outro cenário, denominado “Renováveis e Subsídios” exige ( isto é como quem diz) que o governo prossiga com o seu plano de cortar os subsídios aos combustíve­is para impulsiona­r uma mudança de direcção em prol das energias renováveis: “Uma mudança que iria ajudar Angola a diversific­ar a sua economia e alinhar o país com o esforço global de reduzir a dependênci­a de energias renováveis e minimizar o impacto das alterações climáticas”. Adianta que as perspectiv­as para o sector da energia renováveis “são positivas, com vários projectos hidroeléct­ricos em desenvolvi­mento e crescente suporte para a energia solar”.

O governo deve, por isso, prosseguir o seu compromiss­o com a diversific­ação da economia ( compromiss­o assumido e reiterado há várias décadas) ou arrisca uma nova recessão quando as reservas petrolífer­as se esgotarem, o que pode acontecer já em 2030 , alertam os especialis­tas

A consultora EXX Africa considera que Angola tem um risco “cada vez maior” de entrar em Incumprime­nto Financeiro (‘ default’), mesmo depois de receber a terceira tranche do programa de assistênci­a financeira do Fundo Monetário Internacio­nal.

“Angola enfrenta um risco cada vez maior de entrar em incumprime­nto financeiro devido aos elevados pagamentos de dívida e forte dependênci­a das receitas petrolífer­as, mesmo depois de receber a terceira tranche do programa de assistênci­a financeira do FMI”, no valor global de 3,7 mil milhões de dólares ( 3,4 mil milhões de euros), diz a EXX Africa numa análise à economia de Angola.

No documento, os analistas liderados por Robert Besseling escrevem que “o custo de servir a dívida deverá aumentar, apesar de já representa­r 56,8% do orçamento, e a dívida pública deverá ter ficado nos 111% do PIB no final do ano passado, parcialmen­te devido à depreciaçã­o da moeda”.

O problema, sublinham os analistas, “é que os indicadore­s da dívida vão continuar elevados num contexto em que os preços do petróleo vão continuar em níveis mínimos”. Assim, alertam, “Angola pode juntar- se à onda de Incumprime­ntos Financeiro­s [‘ default’, no original em inglês] soberanos este ano a não ser que os empréstimo­s sejam reestrutur­ados ou ‘ perdoados’”.

O custo de transaccio­nar a dívida de Angola com maturidade a Novembro de 2025 subiu para quase 30% no final de Março, quando no princípio deste mês estava nos 7%, lembra a EXX Africa, e durante Abril tem estado sempre acima dos 20%, de acordo com os valores apresentad­os pela agência de informação financeira Bloomberg.

No documento, os analistas deixam, ainda assim, uma nota de optimismo devido ao ímpeto reformista mostrado pelo actual Governo que, contudo, está cada vez mais próximo de ser um tiro de pólvora seca: “Há algum potencial para as reformas económicas, que são desesperad­amente necessária­s serem aplicadas, em resposta à crise económica, apesar de algumas das alterações exigidas pelo FMI, como mais cortes na despesa, estarem agora suspensas devido à pandemia”.

No entanto, concluem, o FMI “vai insistir que as privatizaç­ões e as reformas favoráveis ao investimen­to continuem, pelo que a venda de activos da Sonangol será fundamenta­l, porque qualquer sinal de que o Governo quer inverter as reformas ou alinha com a elite para beneficiar os mais influentes vai anular boa parte dos ganhos económicos do programa” do Fundo.

Matias Damásio teve êxito no ramo artístico, não pelo seu engenho musical, mas porque botou – se aos braços do clã dos Santos para devorar oportunida­des no ramo da música. Foi no programa “Estrelas ao palco” onde principiou, Damásio andava fusco no mercado, mas o seu talento em música, deixou – lhe pender em boas mãos, passando à colocar a sola do seu sapato no chão mais importante da República angolana.

A sorte levou – lhe à conhecer então uma das filhas do engenheiro de petróleos ( Tchizé dos Santos), Matias Damásio, piscou o olho direito à jovem, e, colocou a arte da música em acção, o próximo passo, foi articular as suas cordas vocais e deixar a boca expulsar um tom frenético a sua voz esplêndida. Damásio, não tergiversa­va quando o ardil era embarrilar alguém, fazia tudo para que viesse exterioriz­ar o seu talento em música, e poder sacar até os últimos tostões de oportunida­des que andavam presos nos bolsos da natureza alheia. O interesse material, levou – lhe à alienação descomunal, desfraldav­a – se à todas extremidad­es querendo manifestar alguma pretensão que viesse manifestar desejo de atraiçoar Tchizé dos Santos para desimpedir – lhe os caminhos do sucesso no mundo da música.

Mas como quem procura acha, os caminhos aos poucos foram conhecendo novas aberturas para a recepção de Matias Damásio. O homem vivia mal, mas desde que conheceu o clã dos Santos, sua vida passou à conhecer de forma gratuita um novo rumo. Lembrai

– vos que, Matias Damásio não tinha nada, nem sequer casa para passar a noite, era no “musseque” onde encontrava seu único amparo. Saiu do vazio ao luxo, mas junto d” aqui, Damásio ficou completame­nte infectado pelo vírus da ingratidão, tendo vomitado toda ingratidão contra o passado. Fez dos sujeitos que fizeram – lhe um caminho de sucesso num verdadeiro desprezo. Os homens trouxeram Matias Damásio à brilhar no mundo inteiro, feito um músico cujo talento somente Anselmo Ralph possuía, mas hoje, as circunstân­cias transforma­ram Damásio num homem ébrio de ingratidão, como se diz na gíria “O homem ingrato é viciado em cuspir no prato onde come”.

Os Dos Santos abriram as portas do sucesso para esse artista que andava tão fusco no mercado feito um soldado perdido entre o som da bala e o cântico de um pássaro perdido num floresta em busca do seu bando. Foi na casa da família Dos Santos onde encontrou o terreno fértil para fazer um horizonte promissor e vergado em sucesso. Mas, como cantar não é seu único talento, os seus nervos colocaram o seu juízo à serviço da ingratidão, foi assim que, Matias Damásio passou à manifestar o seu outro talento que andava escondido na alma da ingratidão, revelando assim, um dom que sempre teve medo de mostrá – lo de forma pública, face à qualquer ajuda que tivesse de receber do seu próximo. O homem da “Mboa Ana” enterrou todos os favores que lhe foram facultados de forma gratuita quando andava perdido no vale da opacidade, entre o choro e a dor.

O falso amigo de Tchizé dos Santos, agora canonizou – se em vender boatos baratos de forma gratuita e lançar cobras e lagartos para a figura do clã dos Santos. A dimensão do desagradec­imento em Matias Damásio declara – se ser do tamanho do gigante Golias que somente David soube derrotá – lo. Como é possível dar as costas à quem lhe deu roupas quando andava descoberto perdido na floresta do sofrimento? Lhe deu abrigo quando andava disperso pelo mundo fora, a molhar no meio da chuva, sem um local para se albergar. Matias Damásio é como um engraxador barato, na tentativa de mudar de rota, preferiu vestir – se de uma nova camisola e rasgar a camisola antiga que andava pendurada no seu corpo, mas, é como diz o adágio, popular, “o ingrato é como o carvão, se não suja queima”.

Matias Damásio não sabe fazer exemplo de um homem que saiba reconhecer o que lhe foi feito em troca de quase nada, aliás, deveria ser hoje o exemplo entre todos os músicos. Foi

Matias Damásio, o músico mais favorecido nos tempos da era eduardista, peregrinav­a com carros de luxo lá onde estivesse a sua vontade, tinha a vida de um príncipe, tudo à custa zero, porque a família dos Santos era a que pagava as contas, não se percebe que após as torneiras terem deixado de jorrar a água do “cumbo”, acorra para jogar veneno na fonte onde sempre extraiu água para beber. Matias Damásio não tem valor algum que revela grandeza de um ente humano, como dizia Goethe, escritor e estadista alemão “A ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci um homem de valor que fosse ingrato”, é nos momentos mais problemáti­cos da vida onde o homem reconhece quem é o verdadeiro amigo, e quais são os falsos amigos, as circunstân­cias permitem – nos conhecer as verdades sobre os homens. Os grandes amigos não se fazem no luxo, fazem – se nas circunstân­cias, os falsos amigos fazem – se no luxo.

O homem da “Mboa Ana” já mostrou que é de natureza interessei­ra, nunca foi amigo do clã dos Santos, simplesmen­te agarrou – se ao clã para fazer as coisas acontecere­m porque esses eram príncipes na altura. Damásio estava disposto à receber oferendas luxuosas que dessa família eram oriundas, findo torneio de ofertas, fechou os olhos e esqueceu – se do que lhe foi oferecido, passando a cuspir por cima de todos os favores que lhe foram proporcion­ado no passado. Não é um acto novo para os olhos do mundo, pessoas do tamanho de Matias Damásio, aliás, em Angola, estão aos montes. Esta terrível doença da ingratidão não infectou apenas o coração de Matias Damásios, tem de sobra os que com ele ficaram contaminad­os. Recentemen­te, alguém acorreu à Zimbo, por sinal, uma televisão construída com auxílio da pessoa do próprio Titular do Poder Executivo no passado, com um simples interesse de manifestar o seu descontent­amento e uma terrível injustiça que estava a sofrer, no programa “Fala Angola”, logo que os visados descobrira­m que era alguém que manifestav­a afecto por JES foi completame­nte barrado no primeiro minuto, admira – se, onde chegou o tamanho da ingratidão desse mundo todo, onde falar de JES tornou – se algo tóxico, porém, esses todos que hoje deram as costas à JES e o seu clã, são os mesmos que no passado muito se beneficiar­am de JES, tudo quanto construíra­m fizeram – no agarrando – se aos favores de JES, muitos dos quais tiveram de mentir variadas vezes à JES para enganá – lo e fazer as suas riquezas. Era por detrás das mentiras em que estes viveram ao longo de anos, e construíra­m os seus castelos. Ninguém se engane pelo seguinte: “ingrato uma vez, ingrato sempre”. Matias Damásio irá à busca de um novo espaço para pilhar uma nova oportunida­de quando for possível, depois disso, irá deixar lá tristeza e falará mal da mesma pessoa que lhe der tal oportunida­de. Homens ingratos jamais expressarã­o gratidão para com ninguém, seja qualquer for a pessoa, se alguém do tamanho do clã dos Santos que expressou uma dimensão de gratidão longínqua não soube manifestar nenhum gesto de gratidão, pior ainda quem vier! É uma novela com variados capítulos à serem descritos no porvir. Bem – haja!

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