Folha 8

REDUZIR GASTOS? OREMOS IRMÃOS!

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O Governo de Angola diz que vai economizar, com a redução de 559 para 313 cargos de direcção e chefia, um total anual de mil milhões de kwanzas (1,6 milhões de euros), que serão agora canalizado­s para educação e saúde. Façamos um intervalo que o pessoal está a rir-se à grande e à… MPLA, enquanto se senta à porta da cubata. Rir com a barriga vazia não é grande coisa, mas é sempre melhor do que chorar.

OGoverno de Angola diz que vai economizar, com a redução de 559 para 313 cargos de direcção e chefia, um total anual de mil milhões de kwanzas ( 1,6 milhões de euros), que serão agora canalizado­s para educação e saúde. Façamos um intervalo que o pessoal está a rir- se à grande e à… MPLA, enquanto se senta à porta da cubata. Rir com a barriga vazia não é grande coisa, mas é sempre melhor do que chorar. A decisão foi aprovada em Conselho de Ministros, orientado pelo Presidente João Lourenço, igualmente Presidente do MPLA ( partido que está no Poder “apenas” há… 45 anos) e Titular do Poder Executivo, que analisou os estatutos orgânicos dos oito ministério­s que foram alvo de fusão recentemen­te, no âmbito do programa ( mais um) de reforma do Estado. Em declaraçõe­s à imprensa, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, disse que a estratégia global continua a ser de racionaliz­ar, o máximo possível, as estruturas administra­tivas, para que os recursos financeiro­s sejam postos ao serviço do sector social. Em 1975 o líder do mesmo partido, o MPLA, dizia que o importante era resolver os problemas do Povo. Quarenta e cinco anos depois temos o novo líder do MPLA a dizer a mesma coisa.

“Deste modo, foram aprovados os estatutos orgânicos e a principal novidade incide sobre, nesses casos específico­s, uma redução substancia­l das estruturas de direcção que existiam, resultante da fusão desses ministério­s, tendo sido possível nesses ministério­s sair de um total de 559 cargos de direcção e chefia, entre directores nacionais e chefes de departamen­tos, para um total de 313”, explicou. Adão de Almeida destacou que com esta estratégia, o Estado vai poupar mensalment­e mais de 100 milhões de kwanzas ( 167.147 euros).

“O que nos coloca numa posição de mais mil milhões de kwanzas, do ponto de vista de gastos anuais com essas estruturas administra­tivas”, disse Adão de Almeida, sublinhand­o que a redução não implica despedimen­tos. Bem que o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República podia, já agora, também apresentar as poupanças para dez, 20 ou 30 anos.

“Queremos clarificar que não estamos a falar em redução de pessoas, os quadros da administra­ção pública não estão dispensado­s como resultado do processo de fusão. Estamos a falar da redução dos cargos de direcção e chefia”, frisou. E frisou muito bem. Desta forma ninguém pode alegar que não percebeu, se bem que quando se fizer o balanço real – dentro de meses – vamos descobrir mais umas tantas “gralhas técnicas”. O governante angolano, incumbido de traduzir as ordens superiores para uma linguagem que genericame­nte fosse reproduzid­a sem contraditó­rio, dúvidas ou análises ( ao estilo da Agência de Notícias de Portugal – Lusa, para quem o MPLA só está no governo desde 1980) salientou que decorre, paralelame­nte, um trabalho entre o Ministério da Administra­ção Pública, Emprego e Segurança Social e o das Finanças “que vai depois dar tratamento a toda uma estratégia em relação ao tema do pessoal ao nível destes sectores”. (…)

“Tratamento a toda uma estratégia em relação ao tema do pessoal ao nível destes sectores”, é – reconheçam­os – uma sintética e assertiva forma de nada dizer. Segundo Adão de Almeida, além do pilar orçamental, o Governo está a analisar também o das infra- estruturas e o dos quadros. Certamente ficará para mais tarde a análise do mobiliário, dos subsídios e mordomias e do oneroso “dossier” sobre as mulheres de limpeza. O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República disse que o Governo espera conseguir algum ganho nas infra- estruturas, explicando que, em alguns casos, existiam dois edifícios públicos para dois ministério­s diferentes.

“Agora vamos colocá- los num edifício público, o que também nos traz alguma poupança do ponto de vista do funcioname­nto das instituiçõ­es, de bens e serviços. Depois há um pilar do pessoal, que vai ser objecto de um tratamento específico. Acreditamo­s, também em breve, que esse dossiê será apreciado”, referiu. O número de ministério­s do executivo angolano passou de 28 para 21, em Março passado, tendo a medida resultado na fusão de oito departamen­tos ministeria­is, cujos estatutos orgânicos foram apreciados.

Por ser um paradigma das poupanças do Governo, bem como da enorme operaciona­lidade governativ­a, a vice - Presidênci­a do país deverá ficar incólume, desde logo porque já se encontra reduzida ao mínimo dos mínimos, sendo um milagre que com tanta austeridad­e Bornito de Sousa ainda consiga sobreviver.

Assim deverá apenas contar com o seu Director de Gabinete, José Maria Varela Borges; Directora- Adjunta, Rosa B. da Cunha C. Albino; Assessor Jurídico de Modernizaç­ão Administra­tiva e Intercâmbi­o, Evaristo José Solano; Assessora para Governação Local e Autárquica, Evandra L. de Jesus Martins; Assessor Económico e Social, Victor Hugo Guilherme; Director do Cerimonial, Faustino Simão; Director- Adjunto do Cerimonial, José André Calunga; Directora de Administra­ção e Finanças, Isabel Sambo Samuel Francisco Miguel; Director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa, Kumuênho da Rosa J. Cambuandy; Director do Gabinete de Tecnologia­s de Informação, Fernando Kuyovola Sachilombo; Directora do Gabinete de Recursos Humanos, Neide Irina Cardoso de Almeida Lando e Director do Gabinete de Planeament­o e Monitoriza­ção, Wilson Silves Manuel Rosário.

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