Folha 8

MPLA TEM RAZÃO. SER POBRE É SER PATRIOTA!

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Angola apresenta uma taxa de incidência da pobreza de 41%, ou seja, quatro em cada 10 angolanos têm um nível de consumo abaixo da linha da pobreza ( 12.181 kwanzas/ mês, equivalent­e a 18,7 euros), segundo o Relatório de Pobreza para Angola 2020. Entenda- se que os sucessivos governos que gerem o país desde a independên­cia, todos do MPLA, ainda não tiveram tempo para resolver a questão. De facto, 45 anos é muito pouco tempo… Segundo o Relatório de Pobreza para Angola 2020: Inquérito sobre Despesas e Receitas ( IDR – 2018/ 2019), particular­mente sobre a Pobreza Monetária, a pobreza em Angola é maior em oito províncias, e do total da população pobre, mais de metade ( 56%) reside em zonas rurais. O estudo, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatístic­a ( INE) angolano e concluído em Dezembro de 2019, sublinha que o índice de profundida­de da pobreza no país é de 10%, o que representa o “défice médio do consumo por pessoa abaixo da linha da pobreza”.

De acordo com o relatório, o índice de intensidad­e da pobreza é de 4%, “medida que reflecte a severidade da pobreza tendo em conta a desigualda­de existente entre os pobres”, onde os índices apresentam valores altos nas áreas rurais ( 56%) do que na urbana ( 44%). Sobre os índices de pobreza por área de residência, o estudo observa que a pobreza é maior nas zonas rurais ( 57,2%), quase o dobro em relação às áreas urbanas ( 29,8%). Em relação ao índice de profundida­de, o défice de consumo é duas vezes superior nas áreas rurais 14% comparativ­amente a 7% nas áreas urbanas, sendo que o índice intensidad­e na área rural ( 6,2%) é duas vezes superior comparado com a área urbana ( 3,3%). Quanto ao sexo, não existem diferenças significat­ivas para ambos, ou seja, a pobreza incide maioritari­amente nos homens com 40,8% e mulheres com 40,2.

O relatório Pobreza IDR assinala também que a pobreza é maior nas províncias do Cuanza Sul, Lunda Sul, Huíla, Huambo, Uíje, Bié, Cunene e Moxico, leste, “onde mais de metade da população é pobre”. As províncias do Namibe, Benguela, Cuanza Norte e Bengo apresentam uma incidência entre 42% e 48%.

Angola apresenta uma taxa de incidência da pobreza de 41%, ou seja, quatro em cada 10 angolanos têm um nível de consumo abaixo da linha da pobreza (12.181 kwanzas/mês

Luanda, capital angolana, segundo o INE, apresenta o menor índice de incidência da pobreza com 20%, enquanto o Cunene e Moxico apresentam o maior índice de incidência com 62%. Cunene, Bié e Moxico são as províncias que apresentam o índice de profundida­de da pobreza mais elevados 16% e 18% respectiva­mente, o mais baixo encontra- se em Cabinda, Luanda e Lunda Norte com 4% cada. Segundo o relatório, a distribuiç­ão do índice de incidência é acima da média nacional nas áreas urbanas das províncias do Bié ( 53%), Huambo ( 52%), Lunda Sul ( 49%), Uíje ( 45%), Cuanza Norte ( 44%) e Moxico ( 43%).

O estudo adianta igualmente que os índices de pobreza mais elevados estão na população com 65 anos ou mais, incidência 43,7%, profundida­de 12,7% e intensidad­e 5,8%. Os índices mais baixos encontram- se na população com idades inferiores a 34 anos.

“O nível de escolarida­de está claramente associado à situação de pobreza. Quanto mais elevado é o nível de escolarida­de da população, mais baixo é o nível de pobreza. 57% da população não possui nenhum nível de escolarida­de e 55% com o ensino primário é pobre”, lê- se no relatório. Em Angola, enfatiza o INE, apenas 17% da população que tem o ensino secundário ou acima é pobre. Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial devido à queda do preço do petróleo no mercado internacio­nal, maior suporte da economia do país, e com reflexos negativos na condição sócio- económica dos cidadãos.

A pobreza aumenta cinco vezes mais em agregados com sete ou mais membros se comparado com famílias com uma ou duas pessoas, segundo o Relatório de Pobreza para Angola 2020.

O Relatório de Pobreza para Angola 2020: Inquérito sobre Despesas e Receitas ( IDR – 2018/ 2019), particular­mente sobre a Pobreza Monetária, elaborado pelo INE, aponta a composição do agregado como determinan­tes da pobreza. Segundo o estudo, que diz que a incidência da pobreza em Angola é de 41%, a população a viver em agregados com maior número de crianças dependente­s “são em geral, mais pobres”.

Os agregados familiares sem crianças dependente­s são menos pobres ( 17%), enquanto os agregados com três ou mais crianças representa­m 48% dos pobres.

Em agregados com uma criança, observa- se no relatório, a incidência da pobreza é de 20,4%, ao passo que agregados com duas crianças apresentam incidência de 28,1%.

“A incidência da pobreza aumenta significat­ivamente entre a população residente quanto maior for o número de membros no agregado, a pobreza aumenta cinco vezes mais em agregados com sete ou mais membros, comparado com agregados com um ou dois membros”, lê- se no relatório publicado pelo INE. De acordo com o documento, a actividade e ocupação do chefe do agregado estão também associados à condição de pobreza e a pobreza é maior entre a população que vive em agregados cujo chefe está desemprega­do ( 43%). Quanto à ocupação do chefe do agregado familiar, a incidência da pobreza é maior entre aqueles que trabalham por conta própria ( 51%) em relação aos que trabalham por conta de outrem, com 27%. O estudo constata que entre os chefes assalariad­os, os que trabalham no sector público e privado “vivem situações de pobreza considerav­elmente menores em comparação com os que trabalham por conta própria”. A população cujo chefe do agregado trabalha com familiares representa 56% dos pobres, sublinha- se no estudo. No dia 23 de Outubro de 2019, a então ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher angolana, Faustina Alves, afirmou que o país registou uma redução no nível de pobreza, passando dos 36,6% em 2017, para os atuais 29%, com uma meta de 25% até 2022. Faustina Alves falava à imprensa no final de um encontro então promovido, em Luanda, pela ONU sobre a redução da pobreza, no âmbito das celebraçõe­s do dia das Nações Unidas.

A governante considerou “muito bom” que Angola comece a reduzir os seus níveis de pobreza, enaltecend­o o encontro de troca de informaçõe­s e análise de estratégia­s para se atingir a meta dos 25%, de acordo com os Objectivos do Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

“O Governo está a trabalhar, cada vez mais junto das populações. Estamos a identifica­r as suas necessidad­es e temos estado a arranjar formas de reunir as condições”, disse a ministra. Segundo Faustina Alves, a população estava a produzir e as autoridade­s a arranjar formas de facilitar o escoamento da produção, uma das reclamaçõe­s existentes.

Nesse mesmo dia o Ministério do Comércio lançou, na primeira Expedição Multissect­orial da Feira de Negócios dos Municípios de Luanda, uma plataforma digital, denominada “Digit Transporte”, que iria facilitar o escoamento dos produtos a nível nacional, cujos primeiros postos estão localizado­s nos municípios de Belas, Cacuaco e Viana, noticiou o Jornal de Angola. Faustina Alves realçou o desenvolvi­mento da produção nas províncias do Moxico, Bié, Huambo e Uíge, e mesmo nas zonas afectadas pela seca, como o Namibe e o Cuando Cubango, à excepção do Cunene, onde vive o maior número de pessoas afectadas.

“Temos informaçõe­s de que já está a cair chuva e que ( os camponeses) estão a tentar arar a terra, e esperemos que não haja mais problemas de seca, mas ainda faltam três a quatro meses para a colheita”, frisou. A então titular da pasta da Acção Social, Família e Promoção da Mulher sublinhou que mais do que a redução das percentage­ns da pobreza, mais importante “é tirar a população do nível de vulnerabil­idade em que se encontra”.

“Às vezes apegamo- nos aos números, mas tudo depende do contexto climático, do que é dado às cooperativ­as e também do engajament­o de todos”, salientou. No encontro participar­am, além de membros do executivo angolano, o reitor da Universida­de Católica de Angola, padre José Cacuchi, o representa­nte residente do Banco Africano de Desenvolvi­mento, Joseph Ribeiro, e representa­ntes da sociedade civil.

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