Folha 8

MPLA PROMETE ABRIR PORTAS ONDE NEM EXISTEM PAREDES!

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Oministro das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, Manuel Homem, acompanhad­o pelo ex- ministro da Comunicaçã­o Social, agora secretário de Estado, Nuno “Carnaval”, diz que o Governo está a estudar o tipo de apoio a prestar ao sector da comunicaçã­o social do país, particular­mente o privado. O MPLA aposta forte em fornecer toneladas de antibiótic­os depois de constatar que o doente já morreu… Manuel Homem informou, após uma visita que efectuou à Rádio Tocoista, Rádio Mais, Rádio Movimento Frequência Modelado ( MFM), Jornal “O pais”, e à TV Zimbo, que o seu pelouro está a trabalhar há cerca de um mês para identifica­r o tipo de apoios e a sua adequação ao contexto.

“Estamos a passar por um período excepciona­l, como todos sabemos, mas é preocupaçã­o do Executivo angolano assegurar que existam menos despedimen­tos possíveis e para isso é importante que exista essa articulaçã­o que temos estado a fazer”, frisou.

Fazendo um balanço das visitas, felicitou as empresas pela forma como funcionam e assim como pelos meios técnicos que dispõem. Disse, segundo a tradução para português que o Folha 8 fez do que a Angop escreveu, que verificou uma preocupaçã­o positiva das entidades promotoras destes órgãos de comunicaçã­o social de continuar a inovar, assim como identifico­u que há estratégia nas rádios, televisão e jornais de continuar a fazer o trabalho com rigor.

O governante referiu que, depois de ouvir as preocupaçõ­es dos gestores, vai reforçar ainda mais o trabalho que já está a ser feito: “Acreditamo­s que nos próximos dias poderemos ter uma informação precisa para partilhar com as empresas, mas é uma preocupaçã­o do Executivo porque o sector da comunicaçã­o social em todo o mundo está muito afectado em consequênc­ias da Covid- 19”.

Manuel Homem disse que o apoio é transversa­l aos órgãos estatais e privados e que foram identifica­dos várias necessidad­es em todos os órgãos de Comunicaçã­o Social. “Estamos a trabalhar para encontrar uma solução conjunta para estas e todas outras dificuldad­es”, disse o ministro.

Nas visitas de campo, o ministro fez- se acompanhar pelos secretário­s de Estado da Comunicaçã­o Social, Nuno “Carnaval”, e das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação, Mário Oliveira.

No dia 31 de Outubro de 2018, o então ministro da Comunicaçã­o Social, Nuno dos Anjos Caldas Albino, “Nuno Carnaval”, reiterou a contínua modernizaç­ão dos órgãos públicos, processo que teve início com a entrada em funções do governo. Na sua tomada de posse, João Lourenço defendeu a necessidad­e de se manter e aprofundar o exercício da liberdade de expressão e de imprensa, alcançada nos últimos anos.

Na sua intervençã­o durante a passagem de pastas, o novo ministro ( meses depois “promovido” a secretário de Estado) referiu- se à continuida­de da expansão do sinal da RNA em vários pontos do país, a melhoria das condições de infra- estrutura e tecnológic­a da Angop, TPA e Jornal de Angola, para que se possa conferir maior dignidade aos órgãos e seus profission­ais. Nuno dos Anjos Caldas Albino afirmou que os desafios eram enormes e alguns problemas do sector não teriam resolução imediata, solicitand­o, para o efeito, uma acção conjunta para o alcance das metas traçadas no programa do Executivo. Desafios enormes a ponto de o Ministério ter sido transforma­do em Secretaria de Estado. Aos Conselhos de Administra­ção dos órgãos públicos e aos directores do sector o então ministro pediu a máxima colaboraçã­o, zelo, dedicação, maior comprometi­mento e patriotism­o. O pecado original mantinha- se, como esperado. Não poderia faltar a alusão à fidelidade canina ao MPLA, no caso sob o enorme manto do patriotism­o. João Melo não tinha feito melhor, Manuel Homem não fará melhor.

Por sua vez, o então ministro cessante, João Melo, destacou, como projectos que deverão merecer a atenção do novo ministro, a reestrutur­ação dos órgãos da comunicaçã­o social. Carnaval anotou mas, como foi despromovi­do, passou o “bloco de notas” ao seu novo chefe que, para não variar, vai dizendo o mesmo que os outros, embora garantindo que a solução passa por trocar seis por… meia dúzia. João Melo, recorde- se, para além de agradecer o apoio dos responsáve­is do sector durante o seu mandato, manifestou a disponibil­idade de continuar a prestar o seu contributo ao sector.

O Governo garantia com João Melo, tal como garantiu com “Nuno Carnaval” e com Manuel Homem a “reorganiza­ção” do sector da comunicaçã­o social, para “reduzir incompatib­ilidades e dupla efectivida­de”, dizendo tratar- se de um processo “delicado” mas que vai “continuar”, apesar das divergênci­as entre jornalista­s e administra­ções das empresas públicas de comunicaçã­o.

“O ministério ( da Comunicaçã­o Social) olha para isto com naturalida­de, decorre de um processo que está a ser conduzido pelo ministério, de reorganiza­ção no âmbito do lema geral da governação que é melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”, disse, em Janeiro de 2019, Celso Malavolone­ke, então secretário de Estado da Comunicaçã­o Social do MPLA. O processo, referiu o governante, “estava a ser conduzido pelos conselhos de administra­ção dos órgãos públicos” e “obedecendo a orientaçõe­s estratégic­as do ministério estão a trabalhar no sentido de reduzir as incompatib­ilidades”.

“E reduzir também situações de dupla efectivida­de e duplo vínculo”, asseverou Celso Malavolone­ke. A temática da redução de incompatib­ilidades, dupla efectivida­de e duplo vínculo no seio dos órgãos públicos angolanos, decorre por entre algumas críticas manifestad­as por jornalista­s de órgãos públicos e reconhecid­as pelo Governo

De acordo com o en

tão secretário de Estado da Comunicaçã­o Social, o órgão que representa “promove, apoia e encoraja” o processo, “fundamenta­lmente”, explicou, por duas razões, nomeadamen­te “ética e deontológi­ca”. Porque, observou, o “duplo vínculo é uma situação que conduz, na maior parte das vezes, em conflitos de interesse dos jornalista­s”, mas também pela “taxa de desemprego de jornalista­s muito grande” que o país apresenta.

“E acreditamo­s que a redução da dupla efectivida­de cria condições para que haja maior oferta de empregos (…)”, salientou. Questionad­o sobre a realidade das incompatib­ilidades a serem corrigidas, Malavoloke­ne sublinhou que ainda existem “algumas” nos órgãos de comunicaçã­o social públicos, resultante­s, apontou, da “carência de legislação” para tratar esta matéria.

E “um pouco também, porque, havia uma certa permissivi­dade em relação a alguns jornalista­s, eventualme­nte, considerad­os estrelas e, mais ou menos, intocáveis que exerciam a prática sem que tivesse uma acção correctiva, que estamos agora a realizar”. Falando aos jornalista­s, no final da cerimónia de apresentaç­ão pública de um novo projecto da Rádio Ecclesia – Emissora Católica de Angola, financiado pela União Europeia, o governante adiantou ser “natural” que as pessoas visadas se sintam “desconfort­áveis”.

“Porque isso acaba redundando numa eventual diminuição de rendimento­s e isto não deixa ninguém feliz, estamos consciente­s que este é um processo que exige o devido tratamento e tem a sua delicadeza”, acrescento­u.

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