E NO TEMPO DOS OUTROS ESCRAVOS…
Em rigor, como certamente dirão os jovens arautos do regime, o MPLA deve ter bem mais do que 60 anos de existência. Considerando tudo quanto o regime atribui ao MPLA, é bem possível que até Diogo Cão fosse já militante do partido. Aliás, se não fosse o MPLA Angola não existiria (por alguma coisa dizem que o “O MPLA é Angola e Angola é do MPLA”). Na comemoração dos 60 anos, o regime mostrou aos que ainda tinham dúvidas, que o MPLA é (mesmo) Angola e que Angola é (mesmo) do MPLA. Tem sido assim desde 1975, mas ultimamente têm aparecido meia dúzia de pseudo-angolanos (alguns já detentores da carta de Alforria) a dizer o contrário e, como muito bem determina o “querido líder”, é preciso pô-los na linha dos… jacarés. Foi por isso que escolheu João Lourenço, um general especialista em passar a mensagem de que os jacarés são vegetarianos.
Por isso todos os escravos continuam a dizer que “continuamos a ser coerentes e levamos à prática aquilo que prometemos: sermos responsáveis e sempre honestos no cumprimento dos compromissos que assumimos diante do povo angolano”.
Ou, ainda, que o MPLA “é um partido sério, de trabalho, que não foge às suas responsabilidade, aos momentos difíceis por que passa, sempre na certeza de que tem sabedoria, tem quadros capazes e força para realizar aquilo que recebe como orientações, como desejos expressos pela vontade de todos os cidadãos de Angola”. Excepção feita aos escravos, onde se situam 20 milhões de pobres. Também continua válida a tese de que um “dos grandes problemas do MPLA é o de que tem boas ideias, bons projectos, bons programas, mas quando entra para a fase de implementação dos mesmos os resultados ficam muitas vezes longe do que se esperava”. Quanto aos escravos, esse continuam a morrer à fome. Mas ninguém nota. O que se nota é que tanto José Eduardo dos Santos como João Lourenço sabem que graças à criminosa acção do MPLA durante 45 anos, os escravos continuam a ser “felizes” com panos ruins, peixe podre e fuba podre, 50 angolares e porrada se refilarem.
Para manter na formatação ideal os escravos que dão sinais de insubordinação, o MPLA diz que é preciso “disciplina, muita disciplina, força e respeito pelas orientações emanadas dos órgãos superiores, respeito na relação com o povo, com o cidadão, porque afinal nós estamos aqui muitas vezes em cargos de grande responsabilidade porque somos servidores, viemos para servir a nação, para servir o povo, e não aproveitarmos apenas os nossos cargos para nos servirmos”.
O que se nota é que tanto José Eduardo dos Santos como João Lourenço sabem que graças à criminosa acção do MPLA durante 45 anos, os escravos continuam a ser “felizes” com panos ruins, peixe podre e fuba podre, 50 angolares e porrada se refilarem