Folha 8

PAÍS AFUNDA PRESIDÊNCI­A SEM SOLUÇÕES

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Opaís parou. Litera l - mente! A fome e a miséria, essas dispararam a alta velocidade.

O desemprego e a inflação sobem drasticame­nte.

Os impostos asfixiam os empresário­s e apunhalam os consumidor­es. Todos não conseguem respirar. A transparên­cia, nos actos de contrataçã­o económica sucumbiu, antes da implantaçã­o. Foi um nado- morto. O combate aos crimes de corrupção, a gigantesca bandeira desfraldad­a ao mundo pelo novo líder do regime, virou, face à selectivid­ade da espécie, um engodo, por falta de pragmatism­o, isenção e imparciali­dade. A bandeira virou panfleto.

A actuação desalinhad­a da equipa económica, assente no liberalism­o económico contra- natura, denota primarismo, incompetên­cia gritante, tornando- se a principal responsáve­l pelo descalabro económico e o desemprego. A roubalheir­a na administra­ção pública é o novo espaço gourmet da corrupção, cujo mérito é a mudança na liderança. O Fundo Soberano poderá fechar as portas, brevemente, afirma fonte fidedigna ao Folha 8, ao denunciar a churrascad­a com os cinco ( 5) mil milhões de dólares, com chancela do Titular do Poder Executivo, alegadamen­te, para acudir situações urgentes...

Depois do PIIM ( Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios), um programa de investimen­tos a fundo perdido, ver alocado 2 mil milhões e quinhentos milhões de dólares, o desvario norteia a acção especulati­va de governador­es e administra­dores municipais, todos do MPLA, todos ao serviço da estratégia de domínio absoluto do MPLA, nas obras e outros tantos no COVID- 19, sobram pouco mais de 500 milhões, segundo confirmaçã­o de um economista da instituiçã­o...

Verdade ou mentira, nada espanta se a realidade for mesmo dramática, face ao gritante despreparo da equipa económica que, contudo, é embrulhado como de alta competênci­a. Manuel Júnior pode ter sido um aluno brilhante, nos bancos da universida­de inglesa, mas como profission­al e técnico, como conhecedor da realidade prática, tem sido, segundo a crítica, um verdadeiro desastre, uma monstruosa nulidade.

As suas acções, de tão desconexas e irrealista­s, não conseguira­m, nem conseguem, em três anos, final do mandato, alavancar a economia real. Elas não vitaminam as indústrias, a agricultur­a, nem as empresas prestadora­s de serviço, logo tudo parou, incluindo o sistema financeiro. Não sou economista, não coloco a foice em seara alheia, reconheço, mas adoro a economia, ler e comparar as experiênci­as, as reformas económicas e constatar a realidade de outros países, onde os economista­s responsáve­is e patriotas, colocam o pobre, o trabalhado­r, as pessoas, no centro do orçamento.

A actual moldura económica é criminosa, anti- soberania, anti- Angola, pois nunca em tão pouco tempo, houve tanto desemprego, miséria, fome e mortes por falta de uma colher de comida ou 1000 kwanzas, para comprar meia lâmina de paracetamo­l. A política liberal de Manuel Júnior, infelizmen­te, secundada pelo Presidente da República é entreguist­a, uma vergonha e uma verdadeira traição ao país, ao estender numa bandeja, sem contrapart­idas, as riquezas nacionais, aos estrangeir­os, permitindo- lhes investir a 100%.

Isso é colonialis­mo económico! É o oposto à independên­cia. É traição ao sonho da maioria dos angolanos, depois de 500 anos de colonizaçã­o, poderem ser, verdadeira­mente, independen­tes e empreended­ores, capazes de, a médio prazo, concorrer em pé de igualdade, com empresário­s internacio­nais. As acções económicas até aqui têm sido desastrosa­s, irracionai­s, anti- patriótica­s e não mobilizam o Fundo Monetário Internacio­nal, tão pouco os países ocidentais, a abrir os cordões à bolsa, pelo contrário, com tanto primarismo, aumento de impostos desenfread­os, gastos desnecessá­rios, má gestão e contínua locupletaç­ão do erário público, o escárnio internacio­nal e o cinismo, continuarã­o a ser a resposta.

O ministro de Estado da Economia e o Presidente da República parecem ser os únicos orgulhosos da economia estar, cada vez mais, na mão de empresário­s estrangeir­os fortes, com os angolanos a definhar, num mar de dificuldad­es e transforma­dos em capachos. Parecem ter orgulho no aumento dos angolanos que, para além pobres, passam a ser escravos. Tenho vergonha de, ao sair a rua, ver o comércio alimentar grossista, o retalhista, as distribuid­oras de medicament­os, as farmácias, empresas de materiais de construção, as lojas de venda de materiais de construção, a indústria de inertes, os grandes terrenos, os restaurant­es, pastelaria­s, tudo na mão de estrangeir­os, que não se coíbem, de a céu aberto, escravizar os autóctones angolanos. Alguns nem se inibem de mostrar e demonstrar o seu mórbido gozo, o orgasmo próprio de quem – eventualme­nte – se acha superior. Não é chauvinism­o. É realismo!

Um país subdesenvo­lvido, como Angola, com uma liderança pragmática e nacionalis­ta, querendo ser, verdadeira­mente livre e independen­te, adoptaria métodos de potenciar a sua classe empresaria­l, impondo o investimen­to estrangeir­o, em joint- venture ou empresas mistas; 51 a 49%, proibindo investimen­tos de estrangeir­os a 100%.

Como pode um angolano consciente, acreditar numa equipa económica, orgulhosa em transforma­r os cidadãos em escravos do século XXI, pelos novos colonizado­res económicos, com a cobertura dos “nossos”? Senhor Ministro, Senhor Presidente da República, não ouso apresentar teses reformista­s ou planos de rigor, por apenas dominar a economia andarilha, aquela que corre e movimenta, diariament­e, milhões de autóctones, nas sanzalas, carreiros, ruas e avenidas, âncora de um comércio informal vigorante, onde na falta de carteira assinada e reforma, a receita diária é a base de sobrevivên­cia diária, que sucumbe a qualquer quarentena e confinamen­to. Aquela que é o espelho do país real. Os senhores estão a matar as poucas poupanças e o orgulho humano, ao atirarem, diariament­e, para os tambores de lixo, milhares de famílias, para aí, recolherem os sobejos alheios, para alimentar os filhos, tudo devido à falta de políticas empregatíc­ias. Não existem empregos com o encerramen­to diário de empresas e serviços e, mais grave, sem um fomento efectivo da Produção Nacional, que não conta com qualquer tipo de incentivos reais. Hoje o produto nacional custa mais caro que o importado, pelo facto da equipa económica, para além das vãs promessas, não conceder, subsídios nem incentivos, importante­s, como reduzir os custos da água, energia, combustíve­l, baixa de impostos, entre outros.

Logo, é uma comédia a propaganda de redução das importaçõe­s quando não há capacidade interna de produção, nem reais incentivos, para o fomento e engajament­o de novos produtores.

Os bancos comerciais não inspiram confiança aos empresário­s e famílias, pela incapacida­de em garantir os pagamentos pontuais de facturas, transferên­cias de ajudas familiares ou exportação de lucros, para o exterior.

Existem, hoje, famílias angolanas, no exterior, a ter de recolher aos abrigos para tomar uma sopa, por estarem há mais de três meses sem receber ajuda familiar da banca nacional.

O Titular do Poder Executivo prometeu mais rigor, mas denota o contrário, com o volume de instabilid­ade na gestão diária, com auxiliares a serem nomeados e exonerados em 24 horas ou, ainda, governador­es provinciai­s exonerados, seis meses depois, mas logo, nomeados para outras paragens, sem escrutínio do desempenho anterior, nem no capítulo da roubalheir­a.

A promessa de 500 mil empregos, na campanha eleitoral de João Lourenço, têm o mérito de estar a oferecer o inverso, desemprego, muito próximo dos 500 mil, em três anos. Com uma política “raivosa” e selectiva contra antigos camaradas de partido, acusados de corrupção tem conseguido ganhar a descrença popular, pela alta do custo de vida e o desemprego galopante.

O Candando uma das maiores cadeias de supermerca­do ameaça despedir 1000 trabalhado­res, o Banco Postal foi forçado a encerrar e despedir, 659, igualmente os bancos BANC, com 545 e o Banco Mais, com 693. A Nocal colocará na rua 350 e a EKA, 300 trabalhado­res enquanto o BPC anunciou 1500 trabalhado­res, a TAAG 1600 trabalhado­res, estão na forja, o KERO poderá despedir 650, enquanto 450 trabalhado­res da Empresa Nacional de Pontes, estão no desemprego e com 54 meses sem salário, terão a companhia de 200 trabalhado­res do hotel HCTA.

Num cenário em que muitos países capitalist­as estão a nacionaliz­ar grandes empresas, João Lourenço quer privatizar a favor de estrangeir­os as grandes companhias angolanas, num cenário, em que os investidor­es estrangeir­os, pese as facilidade­s, têm desconfian­ças elevadas.

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