“NÃO VAMOS PERDER TEMPO COM JULGAMENTOS”
O Presidente Agostinho Neto pronunciou estas duras palavras, no 27 de Maio de 1977, ditando a mais abjecta eliminação física de inocentes, seus camaradas de trincheira, num dos maiores crimes contra a humanidade. Só por estas palavras e actos, antes de uma séria discussão e processo de conciliação, nunca deveria constar em novas notas, gastando dinheiro, quando este deveria ser aplicado no fomento da agricultura familiar, para retirar os pobres da fome extrema.
As cinco novas notas de kwanza entram em circulação no mercado de forma faseada a partir de 30 de Julho e até Janeiro de 2021. Não se trata, obviamente, de qualquer perseguição política no seio do MPLA mas, antes, da solidificação do que João Lourenço chama de reconciliação. Foi retirada a foto de um corrupto que escolheu pessoalmente o novo Presidente, José Eduardo dos Santos, mas mantémse a de um genocida que mandou assassinar milhares e milhares de angolanos no 27 de Maio de 1977, António Agostinho Neto.
O Banco Nacional de Angola ( BNA) apresentou esta terça-feira as cinco novas notas de kwanza, moeda nacional, série 2020, que entram em circulação a partir de 30 de Julho, cujo destaque é a figura do primeiro Presidente angolano, assassino, genocida mas herói do MPLA, Agostinho Neto. As novas notas de 200 kwanzas (0,3 euros), 500 kwanzas (0,75 euros), 1.000 kwanzas (1,5 euros), 2.000 kwanzas (3 euros) e de 5.000 kwanzas (7,5 euros) entram em circulação no mercado de forma faseada até Janeiro de 2021.
Azul, castanho, rosa, verde e lilás, do menor ao maior valor facial, são as cores que respectivamente predominam nas notas apresentadas esta terçafeira, em Luanda.
A nota de 200 kwanzas será a primeira a entrar em circulação, a 30 de Julho próximo, depois seguirá de forma progressiva a nota de 500 kwanzas, em 17 de Setembro, a de 1.000 kwanzas, em 1 de Outubro, de 2.000 kwanzas, em 11 de Novembro, e a de 5.000 kwanzas, em Janeiro de 2021. Segundo o BNA, as novas notas de 200 kwanzas a 2.000 kwanzas, feitas em material de polímero (plástico), contêm elementos de segurança “inovadores que previnem a contrafacção, têm maior durabilidade e apresentam níveis de menor desgaste e deterioração”. Já a nota de 5.000 kwanzas, de maior valor facial de série 2020, é feita em material de algodão e possui igualmente elementos de “elevada segurança” como um fio de segurança e marca de água com a representação da figura do “Pensador”, símbolo da cultura angolana (depois, é claro, de Agostinho Neto). A nova série da moeda angolana não contempla a nota de 10.000 kwanzas (15 euros) como inicialmente previsto. É característica comum no reverso de todas a notas a insígnia da República (se bem que Angola só o seja de jure, já que de facto é uma monarquia – do MPLA – ou uma “reipública”), a diversidade geográfica e cultural de Angola, bem como um micro texto com a letra integral do Hino Nacional do MPLA transformado em Hino de Angola, “Angola Avante”. Sem o rosto do antigo Presidente de Angola, José
Eduardo dos Santos, como nas notas da série 2012, a “nova família do kwanza” vai conviver, simultaneamente, com as notas antigas “até que o BNA entenda estarem reunidas condições para pôr fim ao seu curso legal”. Com dimensão de 12 a 13,8 centímetros, as novas notas do kwanza possuem também uma impressão com relevo que permite a identificação das mesmas com percepção táctil, sobretudo para os deficientes visuais.
A série 2020 não inclui moedas, apenas notas. As moedas da série 2012, nomeadamente de 5 kwanzas (0,0 euro), 10 kwanzas (0,01 euro), 20 kwanzas (0,03 euros), 50 kwanzas (0,07 euros) e 100 kwanzas (0,016 euros) “continuam válidas e a circular”.
Para o banco central angolano, o kwanza temse assumido como um dos elementos identitários da nação angolana, “merecendo a confiança de toda a sociedade que deve ser reforçada com aprimoramentos contínuos que protejam a sua integridade”.
Foi retirada a foto de um corrupto que escolheu pessoalmente o novo Presidente, José Eduardo dos Santos, mas mantém-se a de um genocida que mandou assassinar milhares e milhares de angolanos no 27 de Maio de 1977, António Agostinho Neto