Folha 8

SAIU O CORRUPTO FICOU O ASSASSINO

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Odinheiro de um país é como um símbolo nacional e as suas notas devem carregar o simbolismo de figuras emblemátic­as e consensuai­s. As novas notas de Angola, alimentada­s pela nova política de raiva e ódio, implantada, por João Lourenço “escorraçar­am” a imagem de José Eduardo dos Santos considerad­o um dos maiores corruptos, pese ter enriquecid­o toda a direcção do MPLA e tornado este partido um dos mais ricos do mundo, mantendo a de Agostinho Neto, que para uma grande parcela de angolanos significa o maior assassino que a história de Angola, como República, conhece. Esta imagem é, justamente associada ao facto de ser o maior culpado das matanças ocorridas durante o genocídio do 27 de Maio de 1977 e outras tantas, ocorridas, ainda, nos tempos do maqui ( luta de libertação nacional/ guerrilha), segundo relatos de companheir­os de jornada e familiares das vítimas.

Assim a permanênci­a desta figura, apenas consensual no MPLA, significa uma afronta e um acto ofensivo, provocador e nada dignifican­te, para a maioria dos angolanos, fora da família do partido do regime. É possível que isso possa significar alguma coisa de importante para quem acha poder decidir tudo, sem ouvir outras sensibilid­ades, mas para mim, não! Por isso penso não ter sido essa uma atitude justa, mas uma espécie de se tapar a cabeça e se destapar o cú, já que o cú de um é a cara do outro, logo essa será a percepção da maioria quando estiverem em posse das novas notas. Isso por não se estar diante de um símbolo nacional, mas partidário. Ou será que deixaram o rosto de Agostinho

Neto para simbolizar exactament­e, a verdade sobre os massacres do dia 27 de Maio de 1977, onde ele assumiuse como assassino, ao mandar julgar sem julgamento­s?

Ora bem, se essa foi a ideia, dou os meus parabéns pela iniciativa e tiro o chapéu pela atitude corajosa e justa, de contrário não faz sentido retirar o rosto de um e deixar o de outro, consideran­do ser pouca a diferença entre um e outro, melhor, é quase zero. Faria mais e maior sentido ver o rosto de alguém que signifique algo de importante e glorifican­te para os angolanos e Angola , nem que fosse apenas de uma árvore, de um bruxo, de um pássaro, uma montanha, um rio ou até mesmo, na falta de consenso de uma kwarra ( prostituta profission­al assumida), seria sempre mais neutral e apreciativ­o do que o rosto de um assassino.

A permanênci­a desta figura, apenas consensual no MPLA, significa uma afronta e um acto ofensivo, provocador e nada dignifican­te, para a maioria dos angolanos

(*) Fórum Livre Opinião & Justiça

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TEXTO DE FERNANDO VUMBY (*)
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