Folha 8

A INCOMPETÊN­CIA DO MPLA

-

Vejamos o que a memória nos diz e que em nada abona a favor de quem nos desgoverna desde 1975, o MPLA. No dia 6 de Abril de 2016 o Ministério das Finanças de Angola justificou o pedido de ajuda externa ao Fundo Monetário Internacio­nal ( FMI) com a necessidad­e de aplicar políticas macroeconó­micas e reformas estruturai­s que diversifiq­uem a economia e respondam às necessidad­es financeira­s do país. Em Fevereiro de 2015, o FMI dizia que não via necessidad­e de um apoio financeiro a Angola, devido à quebra na cotação do barril do petróleo, mas advertia que, para ultrapassa­r as dificuldad­es, seria necessária uma distribuiç­ão dos sacrifício­s.

Por outras palavras, o FMI dizia a todos nós que o Povo deve ficar com os prejuízos e os governante­s com os lucros. Nada de novo em 2015, nada de novo em 2020.

“Com o objectivo de desenhar políticas macroeconó­micas e reformas que restaurem o cresciment­o económico forte e sustentáve­l, de fortalecer a moldura institucio­nal que suporta as políticas económicas, de lidar com as necessidad­es da balança de pagamento, e manter um nível adequado de reservas internacio­nais, o Governo pediu o apoio do FMI para complement­ar a atempada resposta ao declínio dos preços do petróleo”, liase num comunicado do Ministério das

Finanças.

A posição de Fevereiro de 2015 foi assumida pelo chefe da missão de assistênci­a técnica do FMI a Angola, Ricardo Velloso, na conclusão de uma semana de reuniões de trabalho com o Executivo angolano, no âmbito da supervisão financeira do país.

O economista brasileiro afirmou que um apoio financeiro do FMI a Angola, como aconteceu depois da crise petrolífer­a de 2009, não foi abordada. “Angola é um país muito importante para o FMI e, neste momento, o apoio, através deste diálogo e através do nosso programa de assistênci­a técnica, está a ter efeitos muito positivos no país e não vemos, no momento, necessidad­e de um apoio financeiro”, disse o responsáve­l do FMI. Pouco mais de uno depois, o que então era verdade passou a ser mentira. Ou falhou o FMI (“através do nosso programa de assistênci­a técnica, está a ter efeitos muito positivos no país e não vemos, no momento, necessidad­e de um apoio financeiro”) ou, como sempre, as autoridade­s angolanas estiveram- se nas tintas para as recomendaç­ões. A visita decorreu em pleno processo de revisão do Orçamento Geral do Estado ( OGE) para 2015, motivado pela forte quebra na cotação internacio­nal do barril de petróleo. “As nossas impressões são de que Angola vai realmente passar por um ano difícil e é preciso que todos os angolanos contribuam para o ajuste fiscal que está sendo feito. É muito importante para que isso dê certo. O Governo tomou medidas importante­s nesse sentido”, assumiu o chefe da missão do FMI. Referindo- se à revisão do OGE, Ricardo Velloso admitiu tratarse de um documento “duro”, mas “positivo”. “Infelizmen­te são as medidas necessária­s”, apontou. Conclusão. O diagnóstic­o até estava certo, mas a medicação revelou- se um fracasso total. Fracasso que tem origem na atávica certeza do regime que, desde 1975, supostamen­te acreditava que o preço do petróleo nunca desceria e que, por isso, a diversific­ação da economia era uma tese de gente ignorante. Nesse mês, Fevereiro de 2015, e a propósito da então nova estimativa do preço do barril de petróleo – utilizada para calcular as receitas fiscais potenciais -, que estava abaixo da cotação internacio­nal ( próxima dos 60 dólares por barril), Ricardo Velloso disse tratar- se de uma “medida acertada”, dada a “volatilida­de” do mercado. Garantindo ( 2015) que Angola “tem um futuro brilhante à sua frente”, o chefe desta delegação do FMI apontou a necessidad­e da “melhoria do clima de negócios” no país e a conclusão dos investimen­tos nas infra- estruturas do país, para que estes se tornem reprodutiv­os na economia.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola