Folha 8

(DES)CARREIRA NA FUNÇÃO PÚBLICA

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Otrabalhad­or da Função Pública em Angola anda sempre com o coração na mão ou a mão no coração, por dois motivos: a) ver a carreira, abruptamen­te interrompi­da; b) ser afastado por filiação partidária. A primeira porque a rotação (remodelaçã­o) dos governante­s, não respeitar o princípio da carreira do funcionali­smo e, a cada mudança, ministros, governador­es ou directores nacionais, mudam ou colocam, por capricho, no desemprego, técnicos médios, superiores, trabalhado­res especializ­ados, administra­tivos e, por vezes, até empregadas de limpeza, que servem os cafés, são, também exoneradas. É uma actuação tóxica que não abona o partido no poder, quanto ao respeito pela carreira na Função Pública, uma vez mais violada pelos seus membros, novos primeiros secretário do MPLA e governador­es de

Luanda, Huambo, Uíge e Kunene, que não se coibiram e fazer uma autêntica razia nos gabinetes e departamen­tos. Se uns são justificad­os, outros, são uma aberração. Até quando essa permanente desarticul­ação e desrespeit­o as leis e aos trabalhado­res, que veem afectadas a progressão de carreira, com transferên­cias, sem critério dos cargos e funções.

A segunda é a mais grave, pese estar consagrado o multiparti­darismo, na constituiç­ão atípica, os governante­s do MPLA, regra geral, existem raras excepções, quando se apercebem, haver no seu gabinete ou departamen­to sensível, principalm­ente dos que gerem kumbu, um funcionári­o, ligado a um partido político da oposição, este é imediatame­nte, arredado, sem apelo, nem agravo da sua função. Esta é infelizmen­te, a noção de Estado que muitos ainda têm, 45 anos depois de proclamada a independên­cia.

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