(DES)CARREIRA NA FUNÇÃO PÚBLICA
Otrabalhador da Função Pública em Angola anda sempre com o coração na mão ou a mão no coração, por dois motivos: a) ver a carreira, abruptamente interrompida; b) ser afastado por filiação partidária. A primeira porque a rotação (remodelação) dos governantes, não respeitar o princípio da carreira do funcionalismo e, a cada mudança, ministros, governadores ou directores nacionais, mudam ou colocam, por capricho, no desemprego, técnicos médios, superiores, trabalhadores especializados, administrativos e, por vezes, até empregadas de limpeza, que servem os cafés, são, também exoneradas. É uma actuação tóxica que não abona o partido no poder, quanto ao respeito pela carreira na Função Pública, uma vez mais violada pelos seus membros, novos primeiros secretário do MPLA e governadores de
Luanda, Huambo, Uíge e Kunene, que não se coibiram e fazer uma autêntica razia nos gabinetes e departamentos. Se uns são justificados, outros, são uma aberração. Até quando essa permanente desarticulação e desrespeito as leis e aos trabalhadores, que veem afectadas a progressão de carreira, com transferências, sem critério dos cargos e funções.
A segunda é a mais grave, pese estar consagrado o multipartidarismo, na constituição atípica, os governantes do MPLA, regra geral, existem raras excepções, quando se apercebem, haver no seu gabinete ou departamento sensível, principalmente dos que gerem kumbu, um funcionário, ligado a um partido político da oposição, este é imediatamente, arredado, sem apelo, nem agravo da sua função. Esta é infelizmente, a noção de Estado que muitos ainda têm, 45 anos depois de proclamada a independência.