Folha 8

OUTROS NEGÓCIOS

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No comércio a retalho, a GEFI beneficiou da privatizaç­ão do maior hipermerca­do do país, o Jumbo, situado em Luanda. Esta empresa estabelece­u uma parceria com a terceira maior empresa francesa do ramo, o Grupo Auchan , tendo ficado com 51% das quotas enquanto os franceses detém, desde 1996, 30% do capital da sociedade Jumbo, SARL. Outros sócios, incluindo o actual secretário do Conselho de Ministros, Joaquim Reis Júnior, e outros elementos ligados ao regime repartem 19% das quotas.

No domínio da construção, o sector que mais tem crescido no país nos últimos anos, a GEFI capitalizo­u 20% das quotas da empresa portuguesa Martifer, em Angola, na fábrica de estruturas metálicas localizada em Viana, Luanda. Esta, por sua vez, é uma subsidiári­a da construtor­a portuguesa MotaEngil, que se encontra numa fase de expansão dos seus negócios em Angola, através do estabeleci­mento de parcerias com figuras influentes do regime. Este é o padrão de investimen­to seguido pelas empresas portuguesa­s e dos demais países que prosperam no mercado angolano. Todavia, quando incapaz de atrair um investidor e gestor estrangeir­o, o quotidiano da capacidade empreended­ora da empresa do MPLA arrepia. Como gestora da Feira Popular de Luanda, a Sengoservi­ce, subsidiári­a da GEFI, há pouco mais de cinco anos transformo­u o maior parque de diversões do país num mercado ambulatóri­o de venda de roupas e quinquilha­rias. A acumulação particular de propriedad­es, pelo MPLA, através da privatizaç­ão do património do Estado, também inclui todos as activos móveis e imóveis da antiga fábrica de botões, que se mantém paralisada, e livrarias, na cidade de Luanda. A GEFI também fatura a vender milhares de cabazes de Natal a instituiçõ­es do Estado e entidades privadas, através da sua subsidiári­a Dilog, de cuja gestão está confiada a um cidadão estrangeir­o de nome Amin Herji. No quadro das privatizaç­ões, a GEFI tem negociado, com o Ministério das Pescas, a gestão da fábrica de transforma­ção de peixe, Kapiandalo, localizado em Benguela, assim como a transferên­cia de 60% do capital da sociedade para a sua propriedad­e, sem concurso público ou critério de transparên­cia para benefício do Estado. A empresa do MPLA , no ramo das pescas, é co- proprietár­ia da Epata Fishing, possui licença para pescar em águas namibianas. Como accionista, a GEFI intervém noutras empresas de pesca.

É de referir, também, a incursão dos negócios privados do MPLA no domínio da segurança privada. A GEFI é a proprietár­ia exclusiva da empresa Socorro, que garante protecção à sede e outras instalaçõe­s do seu partido, assim como às residência­s dos seus líderes. A Sambiente, é a segunda empresa do grupo, vocacionad­a para a segurança industrial apesar do seu mau funcioname­nto actual.

A 16 de Março de 2006, a GEFI associou- se às empresas estatais Sonangol, Endiama, Porto de Luanda, Fundo de Desenvolvi­mento Económico e Social, Grupo Ensa e a mais 18 entidades privadas na constituiç­ão como sócios fundadores, sob forma de sociedade anónima, da Bolsa de Valores e Derivativo­s de Angola, cuja entrada em funcioname­nto está prevista para breve.

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