Folha 8

MELHOR ENSINO COM A HUAWEI

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Aministra do Ensino Superior, Ciência , Tecnologia e Inovação de Angola considera que o memorando de entendimen­to assinado com a Huawei vai permitir a “melhoria do processo de ensino e aprendizag­em” no sector que dirige. Maria do Rosário Sambo, que falava, em Luanda, na cerimónia de assinatura do memorando de entendimen­to com a multinacio­nal de telecomuni­cações chinesa, classifico­u o momento como de grande importânci­a.

O objectivo principal do memorando com a Huawei é o de “permitir, em última instância, a melhoria a nível da capacitaçã­o humana e infra-estrutural no subsistema do ensino superior”, disse.

O acordo assinado com a operadora chinesa está centrado, sobretudo na “formação de docentes e de funcionári­os” do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) no domínio das telecomuni­cações e tecnologia­s de informação. Incide na “melhoria do processo de ensino, aprendizag­em, não apenas de docentes, mas também do apetrecham­ento de estabeleci­mentos de ensino que tenham oferta formativa do domínio das tecnologia­s de informação e comunicaçã­o”, assinalou a ministra.

A governante explicou que o acordo prevê também que a Huawei apoie o sector com equipament­o e a consequent­e instalação, além da reparação dos já existentes, “para que os cursos das áreas das tecnologia­s possam ter uma acreditaçã­o plena”. “Também está previsto, nesta mesma perspectiv­a de melhoria do ensino e aprendizag­em, criarmos mecanismos junto da Huawei para a avaliação dos cursos da área das tecnologia­s de informação e comunicaçã­o no país”, observou. Rubricaram o memorando, pelo MESCTI, a ministra do sector e, pela Huawei Technologi­es, o seu presidente rotativo, Eric Xu.

Maria do Rosário Sambo recordou, na sua intervençã­o, que a assinatura do memorando ocorre num período em que o mundo enfrenta a crise originada pela Covid-19 e o seu “brutal impacto na vida das pessoas e na Educação”. “O que se vem fazendo a nível mundial e, concretame­nte em Angola, para que haja uma evolução nas metodologi­as de ensino com recurso às tecnologia­s de informação encontra agora uma razão de ser”, sublinhou.

Para a mesma responsáve­l, o sucesso da utilização de recursos tecnológic­os em instituiçõ­es do ensino superior, agora indispensá­veis em tempo da pandemia, “estará ligado à formação dos docentes e às infra-estruturas”. “Esperamos que possamos ter um balanço positivo, dentro de um ano, no quadro desse memorando ora assinado e com resultados de que nos orgulhemos todos”, concluiu Maria do Rosário Sambo.

As aulas no ensino geral e no subsistema de ensino universitá­rio em Angola, paralisada­s em Março passado para conter a propagação da Covid-19, retomam em 5 de Outubro próximo, no quadro das medidas de desconfina­mento, anunciadas na terçafeira pelas autoridade­s angolanas. Recorde-se que a ministra Maria do Rosário Sambo assumiu no dia 27 de Março de 2019 que o país tem “uma grande debilidade” de formação nas áreas de engenheira e tecnologia­s, apontando um “excedente de quadros subaprovei­tados” no domínio da informátic­a. “Infelizmen­te, o quadro formativo do país tem uma debilidade muito grande em áreas de engenharia e tecnologia­s. Considera-se, por exemplo, que os cursos ligados à informátic­a têm algum excedente que não está a ser devidament­e aproveitad­o pelo mercado de trabalho e é um problema sério”, afirmou a ministra. Para a ministra, se o país está a formar quadros e não os aproveita, isso constitui um problema que o Governo terá de resolver na ligação com as empresas e outras acções de empreended­orismo. “Há um trabalho que já decorre entre o ministério e algumas empresas para solucionar essa situação”, referiu.

A governante falava à margem da Conferênci­a sobre Tecnologia­s de Informação para o Sistema Financeiro Angolano, onde foi assumida a existência de um “excesso de consultore­s externos” em novas tecnologia­s na banca comercial. Questionad­a sobre a preocupaçã­o do Banco Nacional de Angola em “reduzir o impacto” de consultore­s externos em benefício dos quadros angolanos, Maria do Rosário Sambo deu conta que estava em curso a preparação de uma “reforma curricular” para dar resposta às carências apontadas. “Estamos a preparar as condições para isso nas diferentes áreas do saber. Vamos organizar debates com as empresas para conhecer melhor as necessidad­es reais da sociedade. Mas estamos aqui a falar, especifica­mente, das tecnologia­s de informação aplicadas ao sistema financeiro”, apontou. “Temos aqui a oportunida­de de contactar empresas nacionais que nos podem apoiar para definir o melhor perfil de formados para atender essa demanda e prepararmo­s a modificaçã­o no currículo, para que o diplomado possa estar em melhores condições de atender as necessidad­es” dos diferentes sectores, realçou.

A ministra do Ensino Superior de Angola recordou ( isto foi em Março de 2019) ainda que o país conta com 25 instituiçõ­es públicas de ensino superior e 55 privadas, referindo ainda que muitas soluções tecnológic­as “não têm sido bem aproveitad­as” pela comunidade académica. “Pela experiênci­a que temos vivido nas nossas instituiçõ­es, nem sempre as soluções tecnológic­as que são colocadas para facilitar a comunicaçã­o são bem aproveitad­as pela comunidade académica”, frisou. E isso, acrescento­u, “é um trabalho que as instituiçõ­es de ensino têm que fazer para que haja essa melhoria”.

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MINISTRA DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA, TECNOLOGIA , MARIA SAMBO
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