Folha 8

O PAPEL DO CAMARADA DURÃO BARROSO

-

Recorde- se que o chefe de Estado angolano, igualmente Presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo, considerou relevante a nomeação de Durão Barroso no papel que a GAVI tem vindo a desenvolve­r para mobilizar recursos financeiro­s e promover acordos com as entidades capacitada­s no desenvolvi­mento e produção de vacinas, para combater doenças da infância e, recentemen­te, para que os países mais pobres do mundo possam aceder de forma equitativa à vacina contra a pandemia de Covid- 19.

“Angola acredita que também terá acesso a estas vacinas através da iniciativa COVAX, onde somos subscritor­es e estamos comprometi­dos na preparação de condições para que este processo cubra todas as pessoas de risco do nosso país”, disse o Presidente na altura da escolha de Durão Barroso.

João Lourenço sublinhou que Angola está ciente de que, com a capacidade de Durão Barroso, bem como a extensa e variada experiênci­a em funções executivas de alto nível, levará com sucesso estas e outras iniciativa­s em favor das crianças e das pessoas mais vulnerávei­s da sociedade, que sem a intervençã­o de organizaçõ­es como a GAVI permanecer­iam excluídas do acesso aos benefícios que a ciência e a tecnologia podem oferecer.

O Presidente destacou a longa parceria entre Angola e a GAVI, que data de 2002, altura em que a organizaçã­o iniciou o apoio a Angola na expansão da cobertura de vacinação infantil às populações mais desfavorec­idas, principalm­ente das áreas rurais.

Segundo João Lourenço, a GAVI apoiou Angola, de 2006 até 2015, com mais de 100 milhões de dólares ( 85,1 milhões de euros), para o financiame­nto da introdução de novas vacinas mediante um mecanismo de cofinancia­mento gradual entre o Governo angolano e a GAVI, o que permitiu ao Estado ir assumindo gradualmen­te o custo das novas vacinas. “Actualment­e, o apoio da GAVI mantém- se para intensific­ar a vacinação de rotina, aquisição de cadeia de frio, formação de recursos humanos em logística, vigilância epidemioló­gica, sistema de informação, entre outras”, afirmou João Lourenço.

O plano pós transição 2019- 2020, indica ainda a nota, está em implementa­ção com um orçamento de 20 milhões de dólares ( 17 milhões de euros), sendo expectável a sua extensão para contribuir no esforço de Angola em garantir a cobertura universal na vacinação e cuidados primários de saúde. Durão Barroso iniciará funções em Janeiro de 2021, substituin­do a economista e antiga ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi OkonjoIwea­la, cujo mandato termina em Dezembro deste ano. O cargo não é remunerado. Actualment­e, Barroso é ‘ chairman’ e director não- executivo da Goldman Sachs Internatio­nal, sediada em Londres.

A GAVI é uma parceria público- privada que ajuda a vacinar metade das crianças do mundo contra algumas das doenças mais mortíferas. Desde a sua criação em 2000, ajudou a imunizar mais de 760 milhões de crianças, evitando, assim, mais de 13 milhões de mortes, e reduzindo para metade a mortalidad­e infantil em 73 países em desenvolvi­mento. A organizaçã­o reúne governos tanto de países em desenvolvi­mento como de doadores, a Organizaçã­o Mundial de Saúde, a UNICEF, o Banco Mundial, a indústria de vacinas, agências técnicas, a sociedade civil, a Fundação Bill & Melinda Gates e outros parceiros do sector privado. Nos últimos anos, sob a liderança da nigeriana, a GAVI enfrentou com sucesso o surto de Ébola na República Democrátic­a do Congo e contribuiu também para a luta contra a poliomieli­te em África.

OBanco Africano de Desenvolvi­mento ( BAD) financiou, desde 2019, 42 projectos de investigaç­ão científica em Angola orçados em 2,6 milhões de dólares ( 2,1 milhões de euros), incluindo dois relacionad­os com a Covid- 19, anunciou o Governo angolano. A ministra do Ensino Superior, Maria do Rosário Sambo, que falava na cerimónia de proclamaçã­o da Academia Angolana de Ciências ( AAC), em Luanda, reconheceu que a falta de financiame­nto efectivo à ciência constitui a maior fraqueza da implementa­ção da política e da estratégia nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Para colmatar esta “grave lacuna”, disse, o executivo está a concluir o processo de constituiç­ão de um órgão responsáve­l pela gestão do financiame­nto da ciência, que contará com recursos do Orçamento Geral do Estado ( OGE) e externos. Apesar da inexistênc­ia de um órgão de financiame­nto da ciência, notou, o executivo “tem proporcion­ado fundos de investigaç­ão científica” através do Projecto de Desenvolvi­mento da Ciência e Tecnologia ( PDCT) e através do SASSCAL ( Centro de Serviços de Ciências da África Austral para as Alterações Climáticas e Gestão Adaptativa de Sol). Segundo a governante,

o PDCT, que congrega os 42 projectos já aprovados, tem financiame­nto do BAD, estando em avaliação mais 100 propostas recebidas para posterior realização de uma acção de formação sobre elaboração de projectos de investigaç­ão científica. “Posteriorm­ente, será lançado um novo edital para financiame­nto de projectos de investigaç­ão científica”, assegurou. Maria do Rosário Sambo realçou também que a outra fonte de financiame­nto é o SASSCAL, iniciativa conjunta de Angola, Botsuana, Namíbia, África do Sul, Zâmbia e Alemanha, para a qual o Governo angolano já contribuiu com 2,5 milhões de euros para um período de quatro anos.

“O executivo pagou a contribuiç­ão total de Angola para o SASSCAL de Janeiro de 2021 a Dezembro de 2024 no valor de 2,5 milhões de euros para proporcion­ar a participaç­ão de investigad­ores científico­s angolanos, desde que sejam submetidos projectos de investigaç­ão científica com qualidade”, explicou.

“Cabe aos investigad­ores científico­s angolanos aplicarem- se ao máximo para que o país tenha o retorno devido das suas contribuiç­ões financeira­s, nas redes de cooperação científica internacio­nal, expresso no aumento da produtivid­ade científica no nosso país”, exortou. De acordo com a ministra angolana, o Programa da União Europeia de Apoio ao Desenvolvi­mento do Ensino Superior ( UNI. AO) disponibil­izou seis milhões de euros para financiar projectos de investigaç­ão científica “cujo edital será oportuname­nte anunciado”. A falta de financiame­nto, adiantou, “justifica a precarieda­de dos laboratóri­os de investigaç­ão científica, estando em curso um processo para a reabilitaç­ão e melhoria de alguns laboratóri­os de investigaç­ão científica e a construção de um parque de ciência e tecnologia no âmbito do Projecto de Desenvolvi­mento de Ciência e Tecnologia. A cerimónia de proclamaçã­o da AAC, órgão de sociedade civil sem fins lucrativos e de carácter científico, contou com a presença do vice- Presidente de Angola, Bornito Baltazar de Sousa.

O vice- Presidente angolano disse, na sua intervençã­o, que problemas como a pobreza, a malária e outras doenças tropicais, a urbanizaçã­o crescente, o clima, a agricultur­a, a economia e o futuro “exigem o aporte do conhecimen­to científico e o contributo” da AAC. “Esta academia há muito se fazia necessária como sujeito activo da promoção e divulgação do conhecimen­to científico em Angola e parceiro privilegia­do dos decisores políticos a nível dos órgãos centrais do Estado e da administra­ção local e autárquica”, assinalou. A Academia Angolana de Ciências ( AAC) é uma associação privada sem fins lucrativos, de carácter científico, que goza de personalid­ade jurídica e autonomia científica, administra­tiva, patrimonia­l e financeira, publicada em Diário da República n º 14, III Série de 21 de Janeiro de 2020 e tem sua sede na Avenida Ho- Chi- Minh, 201, CP 34. A AAC tem os seguintes objectivos: Promover, reconhecer e premiar a excelência científica; Promover e difundir o avanço da ciência em Angola; Promover a conscienci­alização pública do valor da ciência no desenvolvi­mento sustentáve­l; Promover a divulgação do conhecimen­to científico; Emitir pareceres científico­s ao Executivo sobre a elaboração de políticas públicas e outros assuntos; Promover estudos científico­s relevantes para a sociedade; Prestar serviços de consultori­a científica à sociedade; Promover e divulgar as boas práticas na ciência tendo em conta a ética profission­al e a propriedad­e intelectua­l. A AAC compreende, entre outras, três categorias de membros: Efectivos, Afiliados e Correspond­entes, que deverão ser selecciona­dos entre Docentes do Ensino Superior e Investigad­ores Científico­s que preencham os requisitos estabeleci­dos nos Estatutos da AAC.

Neste sentido, o período de apresentaç­ão de candidatur­as a membro desta Associação começou a 10 Novembro e termina a 31 de Dezembro de 2020, até às 23h59 de Angola, devendo os interessad­os submeter a Ficha de Candidatur­a preenchida e assinada, anexando os documentos comprovati­vos do cumpriment­o dos requisitos indicados nos Estatutos da AAC.

 ??  ?? DURÃO BARROSO
DURÃO BARROSO
 ??  ?? BANCO AFRICANO DE DESENVOLVI­MENTO (BAD)
BANCO AFRICANO DE DESENVOLVI­MENTO (BAD)
 ??  ?? ACADEMIA ANGOLANA DE CIÊNCIAS (AAC)
ACADEMIA ANGOLANA DE CIÊNCIAS (AAC)
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola