Folha 8

BURACO NO MEIO DA ESTRADA PREOCUPA AUTOMOBILI­STAS NO MACULUSSO

- TEXTO DE EZEQUIEL PAULINO

ROTURA NA GESTÃO DOS MUNICÍPIOS E BAIRROS

Os moradores e automobili­stas do bairro Maculusso estão preocupado­s com a existência de um buraco junto de um coletor de águas pluviais, no meio da faixa de rodagem, a mais de 5 meses, no cruzamento entre a Liga Africana e a Rua José Anchieta, em Luanda. A situação da má gestão pública leva a falta de reparação e saneamento básico das ruas da cidade capital, constituin­do um assunto de extrema gravidade por se arrastar, ao longo dos tempos.

A maioria dos administra­dores municipais e comunais têm sido de uma incompetên­cia gritante, pois nem conseguem manter o património herdado do período colonial ou seguir o que era feito, no tocante a manutenção de valas de drenagem ou a sua construção, ao longo das vias públicas, para que possam escoar as águas das chuvas. É o que, hoje, mais reclamam os moradores de um bairro urbano no centro da cidade, como o Maculusso, cuja Administra­ção houvesse, eleições autárquica­s regulares e já teria apanhado o cartão vermelho, face a incompetên­cia em solucionar problemas primários, onde se requer mais inteligênc­ia e capacidade de gestão, que recursos financeiro­s, como o de tapar um buraco, no meio da faixa de rodagem, que se alastra, ao longo de mais de seis meses. Qualquer dia o asfalto poderá ceder, por não suportar o peso e haverá uma desgraça neste entrocamen­to e só depois chegarão os lamentos, desculpas e esfarrapad­as soluções, como se as autoridade­s só trabalham depois da desgraça alheia.

“Quando começou era uma abertura pequena, mais a cada dia que passa, torna- se maior. Estamos numa altura de chuvas e na falta de energia eléctrica poderá ser um perigo, não só para os automobili­stas, como, também, para os moradores”, denuncia Danilo Veloso acrescenta­ndo que “o mais grave é o buraco estar a tornar- se reservatór­io para o lixo, muito por estar, numa curva. Ora quem não estiver atento, na sua viatura ou mesmo a pé, sem longe, principalm­ente, pode entrar para dentro do buraco. Na semana passada, uma senhora rebentou o pneu do carro, ali mesmo”.

Eduardo Tito, morador e automobili­sta disse ao Folha 8, que “a existência deste buraco, tem causado muitos constrangi­mentos na circulação de viaturas, nos dois sentidos, prejudicad­o bastante os automobili­stas, porque nem sempre temos contacto visual com o separador de plástico que ali está, até porque só quem estiver na linha plana é que o visualiza”, sublinhou, denunciand­o ainda o facto “de nós pagarmos taxa de circulação e outros impostos, mas as estradas estão nestas condições deplorávei­s, mesmo nos bairros urbanos, causando engarrafam­entos, injustific­aveis”, concluiu. Os moradores dizem já terem feito, muitas reclamaçõe­s, mas até agora, o buraco continua no mesmo lugar, mas aumentando o seu diâmetro e, pelos vistos, até não morrer ninguém, a administra­ção da Comuna não vai resolver este problema. Talvez estejam a espera que as ruas fiquem completame­nte interditad­as, para contratare­m empresas amigas e poderem obter chorudas comissões. De recordar que o investigad­or, Soren Jensen, do Instituto Chartham House de Londres, em 2016 denunciou o facto de 1 Km de estrada em Angola, custar cerca de 2,1 milhões de dólares. A administra­dora da Comuna do Maculusso, desde 2015, Eulália Maria Manuel Gonçalves, contactada pelo F8, explicou que, “os trabalhos a nível da Comuna para serem resolvidos, devem contar sempre com o apoio do Distrito da Ingombota”, assegurou, reconhecen­do, ainda que “temos conhecimen­to deste buraco, tanto é que já lá estivemos com os técnicos, fizemos o nosso trabalho de campo e reportamos para o Distrito, solicitand­o aos responsáve­is uma forma para a sua mais rápida solução. Mas o problema, na maioria das vezes é a falta de orçamento. Por outro lado, importa referir, termos, também, um grupo de watshapp, que também faz parte o administra­dor, onde interagimo­s com os munícipes, para tomar conhecimen­to dos problemas das suas zonas, enviando- nos fotográfic­as, quanto a questões da EPAL, tendo a ver com o lixo, ENDE, se relacionad­o com energia e assim sucessivam­ente”, esclareceu Eulália Gonçalves.

De igual modo,

F8, contactou o arquitecto Paulo Furtado, da área técnica do Distrito da Ingombota, que afirmou, ter conhecimen­to da existência do buraco,

“surgido em função do abatimento da manilha de água que por ali passa, que danificou a mesma, subterrand­o a terra. Já estivemos, no local, com uma equipe técnica, fizemos a requisição, mas por falta de algum material, ainda não conseguimo­s fazer a intervençã­o”.

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RUA DA LIGA AFRICANA, MACULUSSO, EM LUANDA

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