BURACO NO MEIO DA ESTRADA PREOCUPA AUTOMOBILISTAS NO MACULUSSO
ROTURA NA GESTÃO DOS MUNICÍPIOS E BAIRROS
Os moradores e automobilistas do bairro Maculusso estão preocupados com a existência de um buraco junto de um coletor de águas pluviais, no meio da faixa de rodagem, a mais de 5 meses, no cruzamento entre a Liga Africana e a Rua José Anchieta, em Luanda. A situação da má gestão pública leva a falta de reparação e saneamento básico das ruas da cidade capital, constituindo um assunto de extrema gravidade por se arrastar, ao longo dos tempos.
A maioria dos administradores municipais e comunais têm sido de uma incompetência gritante, pois nem conseguem manter o património herdado do período colonial ou seguir o que era feito, no tocante a manutenção de valas de drenagem ou a sua construção, ao longo das vias públicas, para que possam escoar as águas das chuvas. É o que, hoje, mais reclamam os moradores de um bairro urbano no centro da cidade, como o Maculusso, cuja Administração houvesse, eleições autárquicas regulares e já teria apanhado o cartão vermelho, face a incompetência em solucionar problemas primários, onde se requer mais inteligência e capacidade de gestão, que recursos financeiros, como o de tapar um buraco, no meio da faixa de rodagem, que se alastra, ao longo de mais de seis meses. Qualquer dia o asfalto poderá ceder, por não suportar o peso e haverá uma desgraça neste entrocamento e só depois chegarão os lamentos, desculpas e esfarrapadas soluções, como se as autoridades só trabalham depois da desgraça alheia.
“Quando começou era uma abertura pequena, mais a cada dia que passa, torna- se maior. Estamos numa altura de chuvas e na falta de energia eléctrica poderá ser um perigo, não só para os automobilistas, como, também, para os moradores”, denuncia Danilo Veloso acrescentando que “o mais grave é o buraco estar a tornar- se reservatório para o lixo, muito por estar, numa curva. Ora quem não estiver atento, na sua viatura ou mesmo a pé, sem longe, principalmente, pode entrar para dentro do buraco. Na semana passada, uma senhora rebentou o pneu do carro, ali mesmo”.
Eduardo Tito, morador e automobilista disse ao Folha 8, que “a existência deste buraco, tem causado muitos constrangimentos na circulação de viaturas, nos dois sentidos, prejudicado bastante os automobilistas, porque nem sempre temos contacto visual com o separador de plástico que ali está, até porque só quem estiver na linha plana é que o visualiza”, sublinhou, denunciando ainda o facto “de nós pagarmos taxa de circulação e outros impostos, mas as estradas estão nestas condições deploráveis, mesmo nos bairros urbanos, causando engarrafamentos, injustificaveis”, concluiu. Os moradores dizem já terem feito, muitas reclamações, mas até agora, o buraco continua no mesmo lugar, mas aumentando o seu diâmetro e, pelos vistos, até não morrer ninguém, a administração da Comuna não vai resolver este problema. Talvez estejam a espera que as ruas fiquem completamente interditadas, para contratarem empresas amigas e poderem obter chorudas comissões. De recordar que o investigador, Soren Jensen, do Instituto Chartham House de Londres, em 2016 denunciou o facto de 1 Km de estrada em Angola, custar cerca de 2,1 milhões de dólares. A administradora da Comuna do Maculusso, desde 2015, Eulália Maria Manuel Gonçalves, contactada pelo F8, explicou que, “os trabalhos a nível da Comuna para serem resolvidos, devem contar sempre com o apoio do Distrito da Ingombota”, assegurou, reconhecendo, ainda que “temos conhecimento deste buraco, tanto é que já lá estivemos com os técnicos, fizemos o nosso trabalho de campo e reportamos para o Distrito, solicitando aos responsáveis uma forma para a sua mais rápida solução. Mas o problema, na maioria das vezes é a falta de orçamento. Por outro lado, importa referir, termos, também, um grupo de watshapp, que também faz parte o administrador, onde interagimos com os munícipes, para tomar conhecimento dos problemas das suas zonas, enviando- nos fotográficas, quanto a questões da EPAL, tendo a ver com o lixo, ENDE, se relacionado com energia e assim sucessivamente”, esclareceu Eulália Gonçalves.
De igual modo,
F8, contactou o arquitecto Paulo Furtado, da área técnica do Distrito da Ingombota, que afirmou, ter conhecimento da existência do buraco,
“surgido em função do abatimento da manilha de água que por ali passa, que danificou a mesma, subterrando a terra. Já estivemos, no local, com uma equipe técnica, fizemos a requisição, mas por falta de algum material, ainda não conseguimos fazer a intervenção”.