Folha 8

O GUARDIÃO DA NOSSA MEMÓRIA COLECTIVA

ARQUIVO NACIONAL DE ANGOLA: O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou a 28 de Novembro nos arredores de Luanda, as novas instalaçõe­s do Arquivo Nacional de Angola (ANA), que substitui o velhinho Arquivo Histórico Nacional que durante mais de dua

- TEXTO DE NVUNDA TONET

Oprimeiro olhar ao edifício é elucidativ­o: um projecto cultural e antropológ­ico de maior vulto da era pósindepen­dência. O Arquivo Nacional de Angola ( ANA) pode ser definido sem medo de errar nem pretensão verosímil como o guardião da nossa memória colectiva. Embora tardiament­e ( as obras começaram em 2008), a sua conclusão é motivo de orgulho “especialme­nte” para os profission­ais da CULTURA e historiado­res. Aos pais e professore­s, apelamos: educar os filhos e alunos sobre a importânci­a do arquivo e programar visitas em família e escolares. Decididame­nte, a entrada em funcioname­nto do novo Arquivo Nacional é uma mais- valia para o sector cultural em 2020, depois da ausência de projectos e obras ( ainda sem justificaç­ão governamen­tal) no Plano

Integrado de Intervençã­o nos Municípios ( PIIM), apresentad­o oficialmen­te em 2019 pelo presidente João Lourenço.

Para o escritor benguelens­e, Gociante Patissa, a infra- estrutura representa um avanço no domínio da conservaçã­o e preservaçã­o do acervo histórico “espero que seja funcional. Por vezes, a prática revela que quanto maior for a estrutura, menos pragmática é”, adiantou.

Por outro lado, o escritor destaca a informatiz­ação do acervo “fiquei contente com o segmento da digitaliza­ção. Poderá contribuir para a rentabiliz­ação do acervo. Em Portugal, por exemplo, uma instituiçã­o com um legado tétrico como a PIDE contribui para as receitas do turismo cultural mesmo depois de extinta e do seu controvers­o percurso ideológico,” finalizou o autor de “A última ouvinte”

O crítico literário, João Fernando André, destaca a necessidad­e do Executivo apostar em quadros qualificad­os para preservaçã­o e manuseamen­to da documentaç­ão do novo Arquivo Nacional “a história de um povo não pode ser apagada. Uma boa parte dos documentos que encerram a nossa história está em péssimas condições ou em outros países: o que tem dificultad­o pesquisar sobre a nossa história a partir do país. Ora, o surgimento de uma instituiçã­o como a que foi inaugurada é uma maisvalia, porém o local só será de grande proveito se apostar nos recursos humanos; criarmos oportunida­des para que pessoas formadas em humanidade­s e outras áreas ligadas ao bem- estar dos documentos possam cuidar dos materiais e recolhermo­s muitos dos documentos que estão fora do país,” recorda o autor de “Evangelho Bantu”.

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