Folha 8

QUEM VOS VIU, BANANAS!

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Angola é o maior produtor africano de banana e sétimo no mundo com uma oferta de 4,4 milhões de toneladas, de acordo com a mais recente tabela do Fundo das Nações Unidas para a Agricultur­a e Alimentaçã­o ( FAO). Em 1973, Angola era o primeiro produtor mundial de bananas, através da província de Benguela, nos municípios da Ganda, Cubal, Cavaco e Tchongoroy.

Só nesta região produzia- se tanta banana que alimentou, designadam­ente a Bélgica, Espanha e a Metrópole ( Portugal) para além das colónias da época Cabo- Verde, Moçambique, GuinéBissa­u e São Tomé e Príncipe. Liderados pela Índia, com 29,7 milhões de toneladas, a China surge a seguir com 12,9 milhões do total de 88,5 milhões de toneladas de banana ao ano disponibil­izadas pelos 10 maiores produtores mundiais. Contudo, esta classifica­ção de 2020, que reporta a produção de 2019, denota ligeira queda quando comparada às 115,7 milhões de toneladas de 2018, período em que a Índia também liderou com cerca de 26,6 por cento da oferta, seguida da China com 9,7 por cento, Indonésia ( 6,3), Brasil ( 5,8) e Equador ( 5,6) no top 5. Angola, particular­mente, há mais de seis anos que se declarou autosufici­ente na produção de banana, com realce para as províncias do Bengo e Benguela. Nestas, projectos privados já exportam o fruto para países como Portugal, Zâmbia, Congo Democrátic­o e estudamse as vias para fazer chegar a fruta aos EUA, o maior consumidor mundial.

Os dados indicam que, em média, aproximada­mente 25 por cento da produção mundial total de bananas e frutas tropicais tem origem na América Latina e no Caribe, com um volume de produção anual de aproximada­mente 54 milhões de toneladas entre 2016 e 2018 ( média de três anos). Com um consumo per capita total anual combinado de 55 quilograma­s de banana e outras frutas tropicais, a região também é uma das principais consumidor­as dessas frutas em todo o mundo.

Mais importante ainda, avançam pesquisas, as remessas de bananas e das principais frutas tropicais de fornecedor­es da América Latina e Caribe respondem por aproximada­mente 75 por cento das exportaçõe­s mundiais, com um volume médio anual total de 25 milhões de toneladas durante o triénio de 2016 a 2018. Destes, 80 por cento vai para os mercados dos países desenvolvi­dos, principalm­ente para os EUA e União Europeia. Entre 2016- 2018, estimou- se um valor total das exportaçõe­s de bananas e das principais frutas tropicais da América Latina e do Caribe em cerca de 11 mil milhões de dólares, dos quais a banana e o abacate representa­ram 6 e 3,5 mil milhões, respectiva­mente.

Por mera curiosidad­e registe- se que, enquanto província ultramarin­a de Portugal, até 1973, Angola era auto- suficiente, face à diversific­ação da economia.

Era o segundo produtor mundial de café Arábico; primeiro produtor mundial de bananas, através da província de Benguela, nos municípios da Ganda, Cubal, Cavaco e Tchongoroy. Só nesta região produzia- se tanta banana que alimentou, designadam­ente a Bélgica, Espanha e a Metrópole ( Portugal) para além das colónias da época Cabo- Verde, Moçambique, GuinéBissa­u e São Tomé e

Príncipe.

Era igualmente o primeiro produtor africano de arroz através das regiões do ( Luso) Moxico, Cacolo Manaquimbu­ndo na Lunda Sul, Kanzar no Nordeste Lunda Norte e Bié.

Ainda no Leste, nas localidade­s de Luaco, Malude e Kossa, a “Diamang” ( Companhia de Diamantes de Angola) tinha mais 80 mil cabeças de gado, desde bovino, suíno, lanígero e caprino, com uma abundante produção de ovos, leite, queijo e manteiga. Na região da Baixa de Kassangue, havia a maior zona de produção de algodão, com a fábrica da Cotonang, que transforma­va o algodão, para além de produzir, óleo de soja, sabão e bagaço.

Na região de Moçâmedes, nas localidade­s do Tombwa, Lucira e Bentiaba, havia grandes extensões de salga de peixe onde se produzia, também enormes quantidade­s de “farinha de peixe”, exportada para a China e o Japão.

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