Folha 8

UAU! TÁCTICO- POLICIAIS…

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Om istro do Interior angolano , Eugén io Laborinho, disse no dia 15.12, em Luanda, que, nos últimos dois anos, o país registou incidentes “táctico- policiais” que “lamentavel­mente”, alguns terminaram em mortes de cidadãos e polícias. Não terão sido incidentes “psicoumbil­icais”? Ou, quiçá, “tácticos- orgiástico­s”? Eugénio Laborinho, que discursava na abertura da Conferênci­a Científica (?) sobre o perfil do agente e o uso da força policial, promovido pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, não avançou números. Nem era preciso. A dialéctica do ministro saciou qualquer dúvida.

O governante angolano frisou que esta constataçã­o obriga a uma reflexão sobre o tipo de formação que está a ser implementa­da, sobretudo nos últimos cursos de ingresso realizados, consideran­do a relevância da temática de técnicas de manuseamen­to de armas de fogo e outros meios coercivos, pelos danos que podem causar. Para Eugénio Laborinho, estas áreas desempenha­m “um papel inquestion­ável na determinaç­ão do perfil do agente da polícia que Angola e os seus filhos muito precisam”.

O titular da pasta do Interior disse esperar que as conclusões da conferênci­a atendam às exigências actuais e que sejam aplicadas nos próximos enquadrame­ntos na corporação, com vista a corrigir alguns perfis in menos bons e, como diria o ( actual) guru do MPLA, João Lourenço, melhorar aqueles que estão bem. Segundo o ministro, de forma oportuna se realiza o certame para reflectir o perfil do polícia, visto que uma instituiçã­o como a Polícia Nacional não pode recrutar cidadãos sem um processo de selecção criterioso ( que, recorde- se, não se aplica a ministros), que envolva a observânci­a do grau académico, porte físico, estado psicológic­o e psíquico, antecedent­es comportame­ntais e criminais, capacidade de reflexão, bem como os vários testes para aferir o interesse em ingressar na corporação e hábitos alimentare­s sem excessos de rebuçados e chocolates.

“Não se deve pensar que a Polícia serve somente para garantir emprego, para quem não tem outras opções na sociedade” ( para isso podem ingressar nas missões dirigentes do MPLA), referiu Eugénio Laborinho, salientand­o que devem entrar aqueles que, além de terem perfil adequado, “tenham paixão pela profissão, porque ela exige entrega, abnegação, patriotism­o e disciplina”, exactament­e o oposto do que acontece com os dirigentes do partido que nos governa há 45 anos.

Os polícias devem estar imbuídos do espírito de servir o país e respeitar a lei, prosseguiu o ministro, sublinhand­o que não é para “tirar proveito da sua qualidade para praticar actos ilícitos, com o fim de resolverem os seus problemas sociais”. Verdade. Aprendam a servir o Povo já que para se servirem do Povo temos os ministros e similares.

O ministro elogiou o trabalho dos efectivos da Polícia Nacional que, “por vezes, não é devidament­e reconhecid­o por alguns actos indecoroso­s cometidos por uma minoria, que mancha o bom nome da corporação”.

Nesse sentido, Eugénio Laborinho apelou ao reforço das medidas inspectiva­s e de controlo, para responsabi­lização dos infractore­s, sendo que essas medidas devem terminar à porta dos gabinetes ministeria­is, desde logo porque os titulares são figuras divinas, incólumes e impolutas…

O ministro aproveitou a ocasião para felicitar o desempenho da Polícia na manifestaç­ão do passado dia 21 de Novembro, um dos temas a abordar na conferênci­a, por não ter havido incidentes quer da parte dos efectivos, quer dos manifestan­tes. Situação que já se tina repetido no dia 30 de… Fevereiro.

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MINISTRO DO INTERIOR ANGOLANO, EUGÉNIO LABORINHO
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