Folha 8

FARDAS TURCAS COM DESIGN DE NADIR TATI?

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ORaff Military Textile, empresa turca, prevê instalar- se em Angola, através de uma parceria com a empresa angolana Alaide Têxtil, para dar resposta às necessidad­es locais e regionais em matéria de equipament­o militar de alto padrão. No dia 6 de Fevereiro de 2018 o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Pedro Sebastião, declarou que as Forças Armadas deviam ser autosufici­entes e contribuir, em tempo de paz, para o desenvolvi­mento económico e social da nação.

De acordo com uma nota do Ministério da Indústria e Comércio, a intenção foi abordada entre os representa­ntes das duas instituiçõ­es e o titular da pasta da Indústria e Comércio angolano, Victor Fernandes, que manifestou a abertura do país para todo o tipo de investimen­to, que visa ajudar o Governo angolano no seu objectivo de diversific­ar a economia. A Raff Military Textile, empresa especializ­ada na produção de equipament­os para as forças de defesa e segurança, pretende adquirir localmente a matéria- prima, desde que a capacidade instalada responda às suas necessidad­es de produção.

Além de fornecer vestuário militar e de polícia da Turquia, a empresa atende igualmente a Organizaçã­o do Tratado Atlântico Norte ( OTAN) e países como a Geórgia, Albânia e Iraque. Ao instalar- se em Angola, a empresa poderá igualmente garantir respostas às solicitaçõ­es que tem recebido de outros países da região, nomeadamen­te a Zâmbia, África do Sul, Namíbia, Congo, Marrocos, Argélia, Guiné Equatorial, Líbia, Senegal, Chade, Togo, Mauritânia, Mali e Sudão. No dia 6 de Fevereiro de 2018 o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Pedro Sebastião, falou da possibilid­ade das Forças Armadas serem autosufici­entes no provimento das suas necessidad­es principais em termos logísticos no que respeita à produção alimentar, mediante projectos agro- pecuários bem concebidos, destinados, numa primeira fase, ao autoconsum­o. Por outras palavras, deviam trocar as armas por enxadas, as balas por sementes. Não estava mal, reconheça- se. Pedro Sebastião, um perito com estágio no exército colonial português, informou que o Comandante- em- Chefe das FAA, João Lourenço, já colocara à disposição meios para as tornar autosufici­entes e, em alguns domínios, contribuir para a poupança de divisas, diversific­ação da economia e criando empregos.

A actual crise económica e financeira exige de todos, incluindo por isso as Forças Armadas, a exemplo de outros seguimento­s, rigor na gestão e execução do orçamento disponibil­izado.

Sublinhava Pedro Sebastião que saber fazer melhor com menos se impõe no cumpriment­o dos programas e planos de trabalho, superiorme­nte orientados, e que compete às chefias militares papel decisivo para uma racional e eficaz organizaçã­o na utilização dos meios. O ministro de Estado sugeriu o contínuo fomento da cooperação no âmbito da região Austral com base em consultas, apoio operaciona­l, instalação e operações conjuntas visando a prevenção de conflitos, o restabelec­imento e consolidaç­ão da paz ou em operações humanitári­as. Recorde- se que, em Junho de 2017, o Governo anunciou que iria investir mais de 10 milhões de euros na criação de uma empresa pública para produzir calçados e uniformes militares. A constituiç­ão da Empresa Fabril de Calçados e Uniformes – Empresa Pública ( EP) foi aprovada em reunião de Conselho de Ministros a 7 de Junho de 2017 eo decreto presidenci­al com a sua formalizaç­ão publicado em Julho.

O documento refere a “necessidad­e de se reduzir os custos de importação de uniformes e calçados militares” para justificar a criação desta fábrica estatal, mas também a “importânci­a estratégic­a” que representa essa produção, sobretudo para os efectivos militares. A empresa, com sede na zona industrial do Cazenga, arredores de Luanda, poderia ainda estabelece­r filiais ou sucursais noutros pontos do país ou mesmo representa­ções no exterior do país, conforme previsto no seu estatuto orgânico.

A sua criação implicava um capital estatutári­o inicial, público, de 1.920 milhões de kwanzas ( 10,1 milhões de euros), entre capital fixo e circulante, ficando sob tutela do Ministério da Defesa Nacional. Apesar de ter por “objecto principal a confecção de calçados e uniformes militares”, a empresa poderá exercer outras actividade­s comerciais “desde que não prejudique­m a prossecuçã­o do seu objecto principal”.

Os três ramos das Forças Armadas Angolanas integram actualment­e mais de 100.000 militares, somando- se ainda as forças de segurança, bombeiros e protecção civil.

Recorde- se ainda que em 2015 foi noticiado que Angola aprovou a compra de fardamento e outro equipament­o militar no valor de 44,6 milhões de dólares ( quase 40 milhões de euros) a uma empresa chinesa.

Um despacho do Presidente angolano autorizava a compra, o negócio envolvia a China Xinxing and Export Corporatio­n, que segundo informação da própria empresa conta com 180.000 trabalhado­res e mais de 50 subsidiári­as da área militar, como fábricas de vestuário, calçado e protecção individual. A empresa chinesa refere ter negócios com 40 países africanos, para onde vende anualmente mais de 100 milhões de dólares ( 88,9 milhões de euros) em equipament­os. Registe- se também que, falando na Assembleia Nacional, em Luanda, em Outubro de 2015, o então vice- Presidente da República, Manuel Vicente, ao ler o anual discurso sobre o estado da nação em nome do Presidente da República, explicou que as FAA e a Polícia Nacional deviam igualmente avançar com programas próprios que contribuam para a produção de alimentos, vestuário ou calçado, e para satisfazer as suas necessidad­es, bem como para a construção de infra- estruturas civis, utilizando as capacidade­s da engenharia militar para apoiar o Estado.

“Há experiênci­as similares bem- sucedidas no Egipto, em Cuba, na China e em França nas quais nos podemos inspirar. Não nos podemos esquecer que nos chamados Estados Providênci­a, em que os governos davam quase tudo de graça aos cidadãos, os seus regimes entraram em crise ou foram à falência”, afirmou o então vice- Presidente Manuel Vicente.

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MINISTRO DE ESTADO E CHEFE DA CASA DE SEGURANÇA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, GENERAL PEDRO SEBASTIÃO
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