CONSTITUIÇÃO ATÍPICA GERARÁ REVISÃO ATÍPICA
Não se deve perder de vista, que a “revisão pontual” está a ser proposta num momento de altos níveis de rejeição popular do proponente: Titular do Poder Executivo, confrontado com altos índices de fome, miséria, desemprego, alta inflação, aumento do custo da cesta básica, divisão interna no MPLA, incompetência na equipa económica, encerramento diário de empresas, logo, este anúncio surge como um tubo de descongestionamento a insatisfação popular e das classes, política, económica, policial e militar. Mais, João Lourenço comete, do ponto de vista de estratégia política, mais um erro, pois deveria ter falado sobre tão delicado tema, nas vestes de Chefe de Estado, garante da unidade nacional, segundo a Constituição e, num lugar emblemático e solene como a Assembleia Nacional, casa dos representantes do soberano: o povo, mas numa clara demonstração de desrespeito e subalternização do poder legislativo, único eleito pelos cidadãos, João Lourenço falou no seu gabinete, diante dos seus auxiliares e é esta postura desrespeituosa a merecer a condenação de Adão Ramos, que acrescenta ser também uma tentativa de tentar minimizar a grande divisão criada no seio do MPLA pela sua postura arrogante e discriminatória, que afasta quem não goste, daí afirmar: “Quanto a mim, o que se pretende com o expediente, é buscar vantagens, que favoreçam a reeleição ou manutenção no Poder, por um período além dos 10(dez) anos... Mas, como digo: quero estar redondamente errado”.