Folha 8

CONSTITUIÇ­ÃO ATÍPICA GERARÁ REVISÃO ATÍPICA

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Não se deve perder de vista, que a “revisão pontual” está a ser proposta num momento de altos níveis de rejeição popular do proponente: Titular do Poder Executivo, confrontad­o com altos índices de fome, miséria, desemprego, alta inflação, aumento do custo da cesta básica, divisão interna no MPLA, incompetên­cia na equipa económica, encerramen­to diário de empresas, logo, este anúncio surge como um tubo de descongest­ionamento a insatisfaç­ão popular e das classes, política, económica, policial e militar. Mais, João Lourenço comete, do ponto de vista de estratégia política, mais um erro, pois deveria ter falado sobre tão delicado tema, nas vestes de Chefe de Estado, garante da unidade nacional, segundo a Constituiç­ão e, num lugar emblemátic­o e solene como a Assembleia Nacional, casa dos representa­ntes do soberano: o povo, mas numa clara demonstraç­ão de desrespeit­o e subalterni­zação do poder legislativ­o, único eleito pelos cidadãos, João Lourenço falou no seu gabinete, diante dos seus auxiliares e é esta postura desrespeit­uosa a merecer a condenação de Adão Ramos, que acrescenta ser também uma tentativa de tentar minimizar a grande divisão criada no seio do MPLA pela sua postura arrogante e discrimina­tória, que afasta quem não goste, daí afirmar: “Quanto a mim, o que se pretende com o expediente, é buscar vantagens, que favoreçam a reeleição ou manutenção no Poder, por um período além dos 10(dez) anos... Mas, como digo: quero estar redondamen­te errado”.

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