Folha 8

Se a avó do hipopótamo tivesse rodas seria um helicópter­o?

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Oanalista da agência de rating Moody`s que segue Angola disse que a previsão de cresciment­o foi revista em alta para 2,7%, marcando o fim da recessão dos últimos cinco anos. “Acabámos de rever a nossa previsão para o cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola para 2,7% este ano”, face aos 1,2% que a Moody`s previa em Setembro do ano passado, disse Aurelien Mali. Previsões para todos os gostos. “A recuperaçã­o está sustentada no facto de o preço do petróleo ter estado a subir desde o nível mais baixo de 2020, prevendo um preço médio de 50 dólares por barril este ano, o que significa que se for cumprido e se a produção se mantiver estável nos 1,2 ou 1,3 milhões de barris por dia, tendo em conta os 39 dólares previstos no orçamento, e se for bem implementa­do, espacialme­nte nas despesas de capital, isso vai sustentar o cresciment­o económico”, disse o analista nas declaraçõe­s à Lusa, feitas através de videoconfe­rência a partir do Dubai, onde está sediado e onde, por coincidênc­ia, se encontra João Lourenço.

“A receita adicional que o Governo angolano vai receber tendo em conta a evolução do preço do petróleo face ao preço previsto no Orçamento pode melhorar as contas públicas, permitindo limpar dívida atrasada ou apoiar as reservas internacio­nais”, apontou o analista Aurelien Mali.

Em 2020, adiantou, as Reservas Internacio­nais Líquidas ficaram ligeiramen­te acima de 8 mil milhões de dólares (6,75 mil milhões de euros), “um pouco acima do acordado com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), devido ao apoio de instituiçõ­es financeira­s internacio­nais, repatriaçã­o de parte do Fundo Soberano, empréstimo adicional de 750 milhões de dólares [630 milhões de euros] do FMI e, muito importante, a reestrutur­ação da dívida de um credor chinês, que valeu 2,4 mil milhões de dólares [2 mil milhões de euros] no ano passado, e deverá beneficiar de mais 2,5 mil milhões de dólares [2,1 mil milhões de euros] este ano”.

Este ano, continuou, a situação parece ainda melhor, já que “as reservas poderão subir pela primeira vez desde há bastante tempo, principalm­ente com a manutenção elevada dos preços do petróleo, mas por outro lado a instabilid­ade macroeconó­mica vai manterse porque a inflação está muito alta, com uma grande depreciaçã­o do kwanza nos últimos três anos”, alerta. Ainda assim, o analista mostra-se optimista: “A inflação deve começar a descer no final deste ano e a estabiliza­ção da taxa cambial pode levar a uma queda muito significat­iva do rácio da dívida sobre o PIB”, disse Aurelien Mali.

A Moody`s desceu em Setembro o rating de Angola pela segunda vez em 2020, afundando-o ainda mais em território de não investimen­to, e antevê que a economia tenha caído 4,2% no ano passado.

Prevê também que o segundo maior produtor de petróleo tenha tido uma dívida pública equivalent­e a 119,1% do PIB no ano passado, descendo para 100% este ano e 89,6% em 2022.

, , O documento traça expressame­nte a meta de “diminuir o rácio Dívida/pib de 67% em 2017 para 60% até 2022” e o objectivo de “assegurar a sustentabi­lidade da dívida pública

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Aurelien Mali , analista da agência de rating Moody`s

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