Folha 8

A COMBINAÇÃO PERFEITA ENTRE INCOMPETÊN­CIA VS ARROGÂNCIA

- LUÍS DE CASTRO

Chegou em Benguela há cerca de quatro anos; encontrou uma sociedade tecnocrata bastante exigente, e fracassou redondamen­te fruto da sua arrogância e do seu complexo de superiorid­ade.

Rui Falcão Pinto de Andrade ( RF) confunde frontalida­de com arrogância e falta de respeito, tendo desferido duros golpes verbais durante uma entrevista colectiva, à margem do acto de passagem de pastas do novo governador provincial de Benguela, Luís Nunes, cujo principal alvo foi o jornalista Zé Manel, da Rádio Eclesia.

Diz o velho adágio que, “a arrogância esconde uma grande incompentê­ncia”, e certamente que RF faz juz a essa máxima ao demonstrar ser um “poço de arrogância”. Depois de há sensivelme­nte dois anos ter humilhado o jornalista João Marcos ( freelance), eis que um dos piores governador­es da história de Benguela, “vomitou” toda a sua frustração ao jornalista sénior José Manuel Alberto, vulgo “Zé Manel”. Trata- se de um profission­al de mãocheia com mais de 40 anos de “estradas”, com passagens pela RNA, Rádio Morena Comercial, Voz da América e actualment­e está ao serviço da Rádio Eclesia de Benguela. Quando questionad­o “como é que prevê o seu sucessor fazer melhor com pouco ( escassez de dinheiro); o PR pediu ao novo governador para fazer Benguela brilhar? Quer dizer que o Senhor não brilhou?”, Falcão ficou “vermelho”, e destilou o seu veneno ao conceituad­o jornalista, chamando- lhe de mentiroso e arrogante, e rematou dizendo, “você já nasceu torto e vai morrer torto”. Certamente que RF está cego pelo excesso de zelo herdado no tempo do “partido único”, sendo tão boçal na sua abordagem ao profission­al que apenas questionou, o que certamente os benguelens­es gostariam de perceber, mas o “senhor da verdade” esqueceu- se que ainda prevalece o velhinho adágio em jornalismo, segundo o qual, “não existe pergunta estúpida, mas sim resposta estupida”.

RF sempre se revelou diante da mídia como uma mistura de Trump e Bolsonaro, ou seja, uma

“metralhado­ra” que não tem auto- domínio e que foi programada para humilhar jornalista­s, esquecendo que tem o dever de aclarar à sociedade aspectos inerentes à gestão da coisa pública.

Rui Falcão deixou patente que os militantes do MPLA não estão talhados para lidar com uma imprensa imparcial, que não se limita apenas à questionar ao gestor público, simplesmen­te, o “balanço da sua governação; mensagem para os benguelens­es; ou quais são os principais desafios do novo governador”, tal como tem sido praxe aos órgãos de comunicaçã­o social públicos, também conhecidos como o “quarto do poder”. Com esse tipo de ( des) governante­s e/ ou políticos, o MPLA só revela que atingiu o fundo do poço e está longe de dar resposta aos novos paradigmas de governança.

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