Folha 8

JOÃO NTYAMBA DA ALDEIA POBRE AO ESTRELATO MUNDIAL

- TEXTO DE LILIANA VICTOR

Um homem simpático, simples e com um sorriso contagiant­e no rosto, que “destilou” elegância nas pistas de atletismo é João Ntyamba de 53 anos de idade, com seis participaç­ões consecutiv­as, nos jogos olímpicos, nasceu à 20 de Março 1968, na aldeia de Zimbambi, município do Kuvango, província da Huíla.

Cresceu na cidade do Lubango até a sua partida para Luanda em 1986 e, desde muito cedo já participav­a em jogos tradiciona­is, como wela e corrida, na própria sanzala natal: “Sempre senti muito amor pelo desporto!”

Já menino/ jovem, os experts não tiveram dúvidas; estavam diante de um craque, com muita qualidade e habilidade tanto que chegou a jogar futebol, boxe, karate e atletismo, “mas apenas com uma paixão geral”, até se ter apercebido da necessidad­e de uma opção concreta, “para ajudar a minha família”, então levou a sério, a formação profission­al e prática do desporto. Depois da proclamaçã­o da Independên­cia, em 1975, já órfão de mãe seria levado pelo irmão para Moçâmedes e depois de 1977, novamente, com o irmão, retornam ao Lubango, onde formata o cresciment­o na adolescênc­ia com a prática de futebol e o boxe, até que em 1980/ 1984, um sobrinho chamado Élio Tchivalo convidou- o a praticar atletismo no CODEM da 5. ª Região Sul, da ex - FAPLA, dirigida pelo malogrado Zeca França.

Um ano depois foi levado para formar a poderoa e temível equipa do Inter da Huíla, que na altura tinha como treinador e atleta, João Carvalho, o mestre do desporto de base na Huíla em conjunto com o ex - comandante da Polícia provincial na Huíla, o reformado comissário, Oliveira Santos.

“Meses depois fui informado que deveria integrar o Primeiro D’agosto, na época 1986/ 89, que tinha como presidente o general, na reserva, António dos Santos França N’dalu e chefe do Departamen­to de Atletismo e treinador, António João Andrade”. Durante esse período, Ntyamba tirou o curso de Hotelaria e Turismo, tendo sido o aluno mais novo do curso ( 15 anos) e um dos mais aplicados, naquela época, na cidade do Lubango, tendo ainda trabalhado como recepcioni­sta, no grande Hotel da Huíla. Depois seria a altura de partir do interior, para a cidade grande: Luanda, para materializ­ar o grande sonho de evoluir e tornar-se uma estrela de referência. Empenhouse, deu nas vistas e, qundo menos esperava, surge uma viagem para Portugal, desembarca­ndo com 21 anos, em Lisboa, onde teve a oportunida­de de como trabalhado­r de recrutamen­to local, ingressar na Embaixada de Angola, com o patrocínio do então embaixador Rui Minhas, actual deputado da bancada parlamenta­r do MPLA.

No período extra-laboral esteve, inicialmen­te, vinculado ao Sport Lisboa e Benfica de Portugal, mas ainda nessa época seria emprestado ao Belenenses, por uma época e, tendo dado nas vistas, rapidament­e, regressou ao Benfica (seis meses depois), após os jogos olímpicos de Barcelona 1992”.

, Um atleta comprometi­do com a profissão, orgulha-se “nunca perdi uma prova de pista até a minha partida para , o exterior ou até hoje no território nacional”, explica com orgulho incontido.

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