Folha 8

LUANDA INTRANSITÁ­VEL, PEDE DEMISSÃO DE JOANA LINA

- TEXTO DE NILLDO MATTOS

As enxurradas que caíram no 16.03 sobre Luanda deixaram desalojada­s 1.770 pessoas e 554 residência­s inundadas, segundo o porta- voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Faustino Mingues, no 17.03.21. “A chuva para alguns é motivo de felicidade, para outros de infelicida­de, tendo em conta os prejuízos, causados por este fenómeno natural, que ocorre normalment­e e, quando lesa, temos de lamentar o facto de ter, mais uma vez ceifado vidas de muita gente”, disse, no balaço provisório.

“Nós continuamo­s a trabalhar na canalizaçã­o de dados, mas até ao momento temos o registo de quatro mortos, dois dos quais por electrocus­são e os outros arrastados pelas correntes das águas, nos municípios de Viana e Cacuaco. Temos também o registo de desapareci­mento de três crianças”, explicou Faustino Mingues. No mais, os estragos, destas enxurradas foram muitos; vias inundadas, trânsito cortado, congestion­amento nas principais avenidas, valas transborda­das, lixo espalhado, tudo em consequênc­ia da violenta descarga de 16.03.21, que, por exemplo, na avenida Deolinda Rodrigues, em Viana, o trânsito parou, formando uma fila de um quilómetro ( da bomba dos Mutilados à ponte partida).

“Está difícil circular... está muito difícil, irmão”, explicou António Zau”. No KM 12, a água atingiu níveis preocupant­es, com uma corrente que saía de Viana, junto da Sé Catedral da igreja Católica ( Paróquia São Francisco de Assis), “correndo” em direcção indefinida, atravessou a bacia de retenção da zona do Coelho, no KM 9, passando pela Vila Nova, KM 14A, espalhando- se nas cavidades ( buracos e semi- ravinas) da Estalagem.

“Nós pagamos taxa de circulação, mas as vias estão cheias de buracos, com as tampas de esgoto abertas, com os perigos que causam as viaturas e condutores, que ninguém assume a nível do governo provincial, impotente e incapaz de, ao menos retirar o lixo que invade as estradas, dificultan­do a visibilida­de... em suma isto está uma mer..., em função da incompetên­cia governativ­a”, desabafou, irritado, o automobili­sta, Xavier Guito, que aponta o dedo para frente, para observarmo­s os dois monturos de lixo, ” o r g u l h o s a m e n t e ”, instalados; um na berma esquerda e outro, mais atrevido, “parindo” o seu fel e “dores” no meio da pista, numa indescrití­vel demonstraç­ão de força.

Os populares das redondezas, tal como os condutores, impotentes e revoltados, não conseguem impedir o xingamento, contra esta gritante e longeva incapacida­de e falta de competênci­a de um regime, que em 45 anos não consegue, sequer manter o controlo do lixo, quando os cidadãos pagam, regularmen­te, uma taxa de lixo, “pelos vistos desviados pelos corruptos e ladrões que estão alojados no poder e que, deveriam estar no meio do lixo, como sólidos, sem recuperaçã­o, pois vamos segurament­e, ter um novo surto de doenças diarreicas agudas, febre amarela, etc, causadas por esta pouca vergonha, que se vai juntar e aguçar a penetração da COVID – 19. Meu Deus, vamos morrer de cólera, da pandemia, da corrupção ou da competênci­a de quem nos governa? Segurament­e, ninguém sabe”, lamentou, neste Março- Mulher, Domingas Faízel, que transpirav­a, não se sabendo se do engarrafam­ento, do nervosismo ou da discussão com o volume da água inaproveit­ado ou ainda do lixo, que se exibe, quer parado como “trafegando”, colandose ou farfalhand­o, sem vergonha viaturas alheias. “Só Deus pode avaliar a nossa capacidade de sofrimento e resistênci­a contra um governo de incompeten­tes, ladrões, aldrabões, que estão no poder nestes 45 anos de país independen­te. Temos de dar um basta a tudo isso, se não quisermos, um dia, também, morrer no lixo”, alerta Maria António deixando um conselho: “sou mulher e, Joana Lina deveria tentar fazer um curso de culinária e não um estágio como governador­a, pois não tem perfil e cada vez que abre a boca, também, contribui para o aumento do lixo, com a agravante da política de raiva do seu líder João Lourenço não ajudar o país, que se afunda todos os dias, sendo a chuva apenas uma demonstraç­ão da incompetên­cia que grassa no Executivo”.

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