Cesta, cestinho, cestão
Angola gasta milhões de dólares com importações de bens da cesta básica, garantindo ( segundo o Governo) um stock de produtos essenciais. De acordo com o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, estes valores representam um “esforço que o país não consegue aguentar” caso a produção nacional não seja aumentada. “Porque, continuamos ainda assim a ter muita importação vinda de outros destinos e essa importação dá- nos a tranquilidade de que os produtos existem em stock são suficientes”, garante o ministro. Isso mesmo pode ( e deve) ser comprovado junto dos pontos de recolha de alimentos: os caixotes de lixo.
O ministro da Indústria e Comércio reforça, e bem, a necessidade da aposta na produção nacional, referindo que a medida “faz parte da política do executivo”. Repete, aliás, a tese de todos os seus antecessores que ocuparam o cargo desde 1975. Antes dessa data o país ( então província/ colónia de Portugal) era auto- suficiente. É claro que o MPLA não tem culpa de a independência ter transformado Angola num imenso deserto… “Inverter o quadro que temos, priorizar a produção nacional e garantir que a balança de importação e o que produzimos penda mais para a produção nacional” são prioridades, sustentou. É verdade. Aliás, o MPLA só fala verdade ( este elogio não carece que nos ofereçam uma… cubata!). Em relação ao processo de licenciamento das importações, o governante assume atrasos, originados, sobretudo, pelo grande “volume de solicitações” por parte dos importadores por força da desburocratização imposta pelo estado de emergência.
Essa desburocratização, explicou, “fez com que o sistema que temos recebesse uma quantidade muito grande de pedidos com um pico” e, observou, “um sistema não está preparado para trabalhar com tanta solicitação”. A culpa não é do sistema. É dos responsáveis pelo sistema. E esses pura e simplesmente não… trabalham.