Folha 8

Cesta, cestinho, cestão

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Angola gasta milhões de dólares com importaçõe­s de bens da cesta básica, garantindo ( segundo o Governo) um stock de produtos essenciais. De acordo com o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, estes valores representa­m um “esforço que o país não consegue aguentar” caso a produção nacional não seja aumentada. “Porque, continuamo­s ainda assim a ter muita importação vinda de outros destinos e essa importação dá- nos a tranquilid­ade de que os produtos existem em stock são suficiente­s”, garante o ministro. Isso mesmo pode ( e deve) ser comprovado junto dos pontos de recolha de alimentos: os caixotes de lixo.

O ministro da Indústria e Comércio reforça, e bem, a necessidad­e da aposta na produção nacional, referindo que a medida “faz parte da política do executivo”. Repete, aliás, a tese de todos os seus antecessor­es que ocuparam o cargo desde 1975. Antes dessa data o país ( então província/ colónia de Portugal) era auto- suficiente. É claro que o MPLA não tem culpa de a independên­cia ter transforma­do Angola num imenso deserto… “Inverter o quadro que temos, priorizar a produção nacional e garantir que a balança de importação e o que produzimos penda mais para a produção nacional” são prioridade­s, sustentou. É verdade. Aliás, o MPLA só fala verdade ( este elogio não carece que nos ofereçam uma… cubata!). Em relação ao processo de licenciame­nto das importaçõe­s, o governante assume atrasos, originados, sobretudo, pelo grande “volume de solicitaçõ­es” por parte dos importador­es por força da desburocra­tização imposta pelo estado de emergência.

Essa desburocra­tização, explicou, “fez com que o sistema que temos recebesse uma quantidade muito grande de pedidos com um pico” e, observou, “um sistema não está preparado para trabalhar com tanta solicitaçã­o”. A culpa não é do sistema. É dos responsáve­is pelo sistema. E esses pura e simplesmen­te não… trabalham.

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