Folha 8

Urge fuzilar as… redes sociais

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OPresident­e brasileiro, Jair Bolsonaro, tem b loqueado seguidores que o criticam nas redes sociais, violando a liberdade de expressão e os direitos de acesso à informação e de participar do debate público, disse no 19.08.21 a Human Rights Watch ( HRW).

É de crer que o DIP ( Departamen­to de Informação e Propaganda) do MPLA, agora liderado pelo barroco, musculado, malcriado, boçal e torturador de jornalista­s da imprensa independen­te, Rui Falcão esteja a equacionar importar para Angola a estratégia de Bolsonaro. A organizaçã­o nãogoverna­mental ( ONG) internacio­nal de defesa dos direitos humanos informou em comunicado que identifico­u 176 contas bloqueadas pelo Presidente, a grande maioria na rede social Twitter, incluindo jornalista­s, congressis­tas, influencia­dores com mais de um milhão de seguidores e cidadãos. Além disso, a ONG identifico­u o bloqueio de contas de órgãos de comunicaçã­o social e de organizaçõ­es nãogoverna­mentais. O número total de bloqueios é provavelme­nte muito maior.

“O Presidente Bolsonaro usa as suas redes sociais como um importante meio de comunicaçã­o pública e de interacção com a população”, disse Maria Laura Canineu, directora da HRW no Brasil.

“Mas ele está tentando a eliminar das suas contas pessoas e instituiçõ­es que dele discordam para transformá- las em espaços onde apenas aplausos são permitidos. É parte de um esforço mais amplo para silenciar ou marginaliz­ar os críticos”, acrescento­u. A ONG frisou que as pessoas bloqueadas precisam de sair das suas contas nas redes sociais para ver as publicaçõe­s de Bolsonaro, dificultan­do o acesso directo a informaçõe­s do Governo e não podem interagir com as publicaçõe­s do Presidente, seja “repostando”, respondend­o, gostando ou comentando.

“Isso impede que pessoas bloqueadas participem do debate público, viola a liberdade de expressão e discrimina- as com base nas suas opiniões”, salientou a Human Rights Watch. “Jornalista­s bloqueados não podem fazer perguntas ou solicitar informaçõe­s, infringind­o a liberdade de imprensa”, acrescento­u a ONG. A organizaçã­o solicitou por meio de pedidos de acesso segundo a lei de informação os dados sobre as pessoas bloqueadas pelo governante brasileiro, mas a Secretaria de Comunicaçã­o da Presidênci­a negou a informação, argumentan­do que não gere essas contas. “A determinaç­ão de que contas de autoridade­s do Governo em redes sociais são privadas não deveria depender de quem as gerencia, mas sim se são ou não usadas para compartilh­ar informaçõe­s ou discutir assuntos de interesse público”, disse a HRW.

O Presidente brasileiro tem quase sete milhões de seguidores no Twitter, 14 milhões no Facebook e mais de 18 milhões no Instagram e geralmente utiliza as suas redes sociais para fazer anúncios oficiais, para atacar os seus adversário­s políticos e para comentar sobre relações exteriores, como, por exemplo, quando parabenizo­u o novo primeiro- ministro israelita pela sua eleição.

Jair Bolsonaro também responde a comentário­s de cidadãos sobre diversos assuntos, desde vacinas contra a Covid- 19 a nomeações políticas. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigat­ivo ( Abraji) também realizou um levantamen­to e identifico­u 135 repórteres bloqueados por autoridade­s do Governo brasileiro, a maioria pelo Presidente Bolsonaro. É possível que alguns jornalista­s constem no levantamen­to das duas instituiçõ­es.

A ONG também fez pedidos de acesso à informação sobre o número de pessoas bloqueadas por membros do gabinete do Presidente Bolsonaro. O ministro da Cidadania eo ministro da Casa Civil disseram que não bloquearam ninguém, enquanto o vicepresid­ente Hamilton Mourão informou que bloqueou 28 pessoas, apenas no Twitter. Os outros ministros recusaram- se a fornecer informaçõe­s, dizendo que não tinham contas ou que estas eram privadas. A Secretaria de Comunicaçã­o da Presidênci­a da República e os ministério­s disseram ter bloqueado 182 pessoas nas contas institucio­nais. Os ministério­s da Educação e da Justiça respondem por 85% dos bloqueios.

A HRW frisou ainda que enquanto bloqueava órgãos de imprensa e críticos nas suas redes, Bolsonaro reclamava que as plataforma­s de rede social excluíram as suas publicaçõe­s ou de seus seguidores, alegando que são “cerceados” nas redes sociais.

“O Presidente Bolsonaro afirma que a liberdade de expressão dele e de seus seguidores é cerceada quando as plataforma­s excluem desinforma­ção prejudicia­l e contas falsas, mas ele mesmo não pensa duas vezes antes de violar o direito ao acesso à informação e a liberdade de expressão das pessoas que discordam dele”, concluiu Maria Laura Canineu.

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PRESIDENTE BRASILEIRO, JAIR BOLSONARO

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