Redes sociais azucrinam ditadores
De acordo com um estudo, cerca de 40% da população mundial utiliza com frequência as redes sociais e, caso não exista a devida moderação, alguns especialistas afirmam que essa prática pode originar problemas a nível mental e comportamental, como stress, ansiedade ou depressão.
Uma pesquisa do Instituto de Psicologia Aplicada de Portugal sublinhou mesmo essa realidade ao revelar que mais de 70% dos jovens portugueses, até aos 25 anos, revela dependência da Internet. É assim decisivo estar a par das eventuais consequências do uso indevido das redes sociais assim como saber o que fazer para optar por alternativas saudáveis de socialização. É incontornável que a Internet e, em particular, as redes sociais, permitem uma maior e mais democrática possibilidade de comunicação. Parte da rotina de muitos, essa prática fez nascer formas virtuais de relacionamento e gestão de tempo.
E quando se perde o sentido de moderação, podemos estar perante um quadro aditivo que levará a consequentes problemas nas relações pessoais, saúde e contacto com o mundo real.
Algumas pesquisas sublinham mesmo estados de dependência que derivam desse comportamento e respectivos sintomas psicológicos de abstinência.
O fenómeno das redes sociais é ainda muito recente, mas já foram feitas várias pesquisas sobre a sua influência no comportamento dos utilizadores.
O principal alvo de observação tem sido o Facebook e as conclusões sobre o uso indevido desta nova forma de comunicação virtual trazem à tona distúrbios psicocomportamentais. João Lourenço, líder do MPLA, partido no poder em Angola desde 1975, pediu/ exigiu no dia 29 de Março de 2019 que sejam tomadas medidas contra dirigentes, governantes ou deputados que tenham um comportamento reprovável nas redes sociais. Uau!
O Presidente abria fogo em várias direcções, mostrando que a melhor defesa é o ataque… mesmo que seja do tipo batalha do Kuito Kuanavale.
João Lourenço, que discursava na VII sessão do Comité Central do MPLA, referia- se “a pronunciamentos e outros comportamentos públicos reprováveis nas redes sociais e não só, por parte de militantes, dirigentes e deputados”, que, considerou, “em nada dignificam” o partido. Isto, é claro, para além de não respeitarem as ( suas) ordens superiores que, como se sabe, defendem a liberdade de opinião desde que esta, obviamente, seja igual à do chefe.
Para João Lourenço, o partido não pode continuar “impávido e sereno” perante tais pronunciamentos, apelando aos órgãos do MPLA que, no quadro dos estatutos, tomem uma posição. Ou seja, todos devem manifestar as ideias e os pensamentos veiculados pelo Departamento de Informação (e Propaganda) do Comité Central do MPLA.
O chefe de Estado e presidente da maior organização política de Angola frisou que foi lançada e promovida uma campanha a nível nacional de recuperação dos valores morais e cívicos da sociedade, por ter sido reconhecido uma acentuada queda desses ideais nos últimos anos. Daí a necessidade de blindar a “Educação Patriótica do MPLA” como condição ”sine qua non” para se ser angolano de… primeira.
De acordo com João Lourenço, o partido deve liderar esta campanha pela força do exemplo dos seus militantes, sejam eles mentirosos compulsivos quando falam da suposta vitória na batalha do Kuito Kuanavale ou criminosos cobardes quando abordam a questão dos massacres do 27 de Maio de 1977.
O também chefe de Estado realçou que o país está mais aberto, e esta mudança de comportamento reflectese também no seio do partido, uma vez que os “militantes são, em primeiro lugar, cidadãos que integram esta mesma sociedade angolana”.