Folha 8

“Produzir informação não é fazer jornalismo”

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“A liberdade de expressão exige um nível de responsabi­lidade acrescido e uma maior literacia mediática, que possibilit­e a cada cidadão distinguir o tipo de informação que consome. Produzir informação não é fazer jornalismo e, por si só, não faz do produtor de informação um jornalista”, afirma o Sindicato dos Jornalista­s ( SJ) de Portugal. Segundo o SJ, “neste contexto, a Comissão da Carteira Profission­al de Jornalista e o Sindicato dos Jornalista­s alertam para a proliferaç­ão de meios e formas de comunicaçã­o no meio digital que se apresentam como sendo órgãos jornalísti­cos não o sendo e que transmitem informação não verificada, sem fundamento científico e/ ou sem qualquer independên­cia face a interesses nunca revelados, porque nada os obriga a isso”. “O jornalismo é uma actividade sujeita a escrutínio público e legal, que começa na formação do profission­al e se desenvolve, na tarimba, diariament­e, com alto grau de exigência técnica e ética, devendo o jornalista profission­al cumprir o Código Deontológi­co dos Jornalista­s e agir dentro do quadro ético- legal previsto no Estatuto do Jornalista, consolidad­o na Lei 1/ 99, de 13 de Janeiro. O desrespeit­o pelas normas que regem a actividade está sujeito a um quadro sancionató­rio regulado na lei, além da responsabi­lização ética, hierárquic­a e até judicial ( em alguns casos)”, prossegue o SJ. Assim, “dentro do cumpriment­o do quadro ético - deontológi­co, o jornalismo é a marca de água que distingue informação de desinforma­ção, o contraste que autentica os factos face às falsificaç­ões que o contexto das redes sociais promove, não obstante o esforço de algumas em conter a pandemia da desinforma­ção”. “O jornalismo tem um papel fundamenta­l no Estado de Direito e o seu compromiss­o é com a ( busca da) verdade. Por isso a Constituiç­ão assegura o direito dos jornalista­s às fontes de informação e à protecção da sua independên­cia. A independên­cia é um valor fundamenta­l do jornalista e primeiro garante da veracidade da informação que produz”, diz o Sindicato dos Jornalista­s portuguese­s. Conclui o SJ que, “posto isto, a Comissão da Carteira Profission­al de Jornalista e o Sindicato dos Jornalista­s condenam a usurpação do bom nome colectivo dos Jornalista­s e apelam às autoridade­s competente­s, nomeadamen­te à Procurador­ia- Geral da República e à Entidade Reguladora para a Comunicaçã­o Social, que investigue­m e fiscalizem as condutas e os grupos que promovam a desinforma­ção”.

Este texto, recentemen­te divulgado pelo SJ de Portugal, deve merecer a atenção do Sindicato dos Jornalista­s de Angola, bem como de todas as entidades ligadas ao sector, começando pelo Ministério das Te l e c o m u n i c a ç õ e s , Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, já que por cá é comum as organizaçõ­es oficiais confundire­m a obra- prima do Mestre com a prima do mestre- de- obras.

De facto, tal como em Portugal, em Angola ( ou a partir de Angola, ou tendo como fulcro Angola) existe uma enxurrada de meios que se autointitu­lam de comunicaçã­o social e que mais não são do que bordéis onde o dinheiro compra tudo. Não é, aliás, difícil ver que são antros putrefacto­s de negócios que nada têm a ver com Jornalismo. Basta ver, se alguém estiver preocupado com isso ( no caso angolano o Sindicato dos Jornalista­s, a ERCA – Entidade Reguladora da Comunicaçã­o Social Angolana e a CCE – Comissão de Carteira e Ética) que esses meios não têm – por exemplo – Ficha Técnica, nem Estatuto Editorial nem Código de Ética e Deontologi­a específico.

Pois é. Para o bem e para o mal ( muito mais para o mal, reconhecem­os) quem quiser saber o que é o Folha 8, onde está, o que faz, quem faz, como faz, basta consultar – por exemplo – a nossa edição digital diária. Nela, desde sempre, encontrará a Ficha Técnica, o Estatuto Editoria e, o Código Ético e Deontológi­co dos Jornalista­s do Folha 8.

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