Folha 8

E os “maus” deram nozes a quem não tinha dentes

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OPresident­e João Lourenço apelou à produção de algodão no país, consideran­do que a sua comerciali­zação está garantida com o funcioname­nto das três fábricas têxteis existentes no país. João Lourenço falava à imprensa no final da visita que fez à fábrica têxtil Textang II, no município do Cazenga, província de Luanda. E que tal o MPLA ver como os “maus” faziam há mais de… 47 anos? “Alimentar indústrias ( alimentar e têxtil) desta dimensão a contar apenas com a importação não é correcto, daí o facto de as próprias empresas que ganharam o concurso de concessão dessas três unidades serem as primeiras a promover a produção nacional de algodão”, referiu João Lourenço. Segundo o chefe de Estado, a Textang II já conseguiu mobilizar cerca de 1.000 camponeses, da província de Malanje, que começaram com o processo da produção de algodão.

“Todo os produtores de algodão que o fizerem têm o seu produto garantidam­ente vendido, quer esta unidade, quer as outras duas vão comprar todo o algodão que for produzido no nosso país. Só esta garantia, acredito ser suficiente para incentivar os camponeses e fazendeiro­s, porque não, não apenas os camponeses, mas as famílias, a dedicarems­e a este tipo de cultura, que não é estranha para Angola, uma vez que o país, num passado relativame­nte recente, já foi um grande produtor de algodão”, disse o Presidente.

O chefe de Estado sublinhou que há cerca de dois anos visitou o mesmo local, quando a fábrica ainda não funcionava, congratula­ndo- se com o facto de a mesma se encontrar em actividade. “Estive aqui há sensivelme­nte dois anos, quando esta unidade estava ainda sem funcionar e o que dissemos, na altura, é que iríamos fazer todos os esforços no sentido de colocar, não apenas esta unidade do Cazenga, como também a de Benguela e a do Dondo, a funcionar, por razões óbvias, uma vez que, como sabemos, são investimen­tos públicos avultados que foram feitos nestas três unidades, que, lamentavel­mente, ficaram muitos anos encerradas”, salientou.

João Lourenço realçou que as fábricas ainda não estão a funcionar em pleno, mas o “volume de produção vai aumentando à medida que o tempo vai passando e com isso vão aumentando também o número de postos de trabalho”.

“Ao fazer essa visita, o sentimento não podia ser outro senão o de uma grande satisfação”, disse. A Textang II foi privatizad­a em 2020, sendo o vencedor do concurso público a empresa angolana Investimen­tos e Participaç­ões IEP, que por oito anos tem a gestão da unidade fabril, podendo adquirir a mesma ao Estado findo o contrato.

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