ANGOLA SEM TREINADORES COM “CARTEIRA” PARA AS COMPETIÇÕES DA CAF
Omundo de futebol acordou sobressaltado, quando recebeu a notícia à quente da CAF de que os treinadores angolanos das equipas apuradas para as competições africanas, teriam de ter os níveis 3 e 4. Uma autêntica bomba! As equipas angolanas, nomeadamente o Petro de Luanda e o Sagrada Esperança, correm o risco de participarem nas competições sem os respectivos treinadores. O país, em 46 anos de independência, só tem três ( 3) treinadores, com esse nível, tirados com meios e iniciativa própria.
A recente maka, nascida com uma alegada saída do treinador Bodunha do comando da equipa do
Petro Atlético de Luanda, depois de ter perdido o campeonato para o Sagrada Esperança, cujo treinador está nas mesmas condições, logo campeão e vice, não podendo ser inscritos na CAF, por não terem os níveis 3 e 4, veio despoletar uma acessa discussão na tribo do futebol, com a maioria dos treinadores a apontar o dedo a ATEFA ( Associação dos Treinadores de Futebol) e da FAF ( Federação Angolana de Futebol). Estas instituições são acusadas de, como membros da CAF ( Confederação Africana de Futebol) terem feito muito pouco para formar, capacitar e actualizar os treinadores angolanos, nos ciclos de formação do organismo reitor do futebol continental. Assim, as equipas angolanas impotentes, para contornar esta situação, terão de contratar novos treinadores, para ostentar, no banco a braçadeira de treinador principal, tornando os actuais como adjuntos. Entretanto o Petro Atlético parecendo não querer perder tempo, já tratou de inscrever o seu actual treinador principal Bodunha, para fazer o curso em Portugal e durante a sua estadia, ficar numa equipa da segunda divisão como adjunto, para adquirir mais prática. O Sagrada Esperança ainda tenta contornar a situação, mesmo sabendo da dificuldade de prosperar a tentativa.
Em entrevista recente a um órgão de imprensa, o antigo seleccionador, Oliveira Gonçalves, não deixa de atirar farpas aos organismos reitores do futebol em Angola, que poucio ou nada fazerem para potenciar os técnicos angolanos a obtenção da carteira profissional A da Confederação Africana. Na sua opinião tudo devese a falta de competência diplomática dos agentes, “com capacidade em discutir e influenciar a CAF a ver Angola com mais respeito e consideração”. Segundo ele, “o regulamento da própria CAF permite a emissão deste documento a técnicos que dirigiram selecções na “Cup of African Nations” ( CAN), sendo que licença A é atribuida a competição para selecções de honra e B para as sub- 20, não havendo necessidade de participação em cursos”. O seleccionador que levou Angola a um Mundial, afirmou: “participei em dois CAN’S sénior, um Sub20, fui campeão africano, e estive em uma edição do campeonato do mundo”, afirmou o homem que chegou a ser considerado, pela CAF, o segundo melhor treinador de África, pelo que reivindica, empenho e reconhecimento da FAF, Ministério da Juventude e Desportos, para lhe atribuírem a carteira A, que tem direito. Sonhar é legítimo, resta saber se agora ele se vai concretizar, em relação ao treinador que mais tempo ficou a frente dos Palancas Negras.
Obasquetebol angolano cujos atletas encantavam e perfumavam as quadras dos pavilhões em África e no mundo, fruto da falta de uma política de desporto, não foram substituídos a contendo. A competição interna regular, quer escolar, como a nível de equipas não existe. Os momentos de glória, que levaram Angola a ganhar mais de 10 campeonatos africanos, foram da responsabilidade exclusiva dos atletas sobredotados, como reconheceu no final da segunda derrota do combinado nacional, com o Ruanda, por três pontos: 68- 71, o velho capitão Eduardo Mingas, que foi severo na constatação da realidade, ao afirmar: “estamos no fim do ciclo!”
No jogo com o Ruanda, na sua opinião, a derrota deveu- se a desconcentração do cinco nacional, “nos últimos minutos, em que a equipa não reagiu como era de se esperar, com cabeça fria”.
Para o terceiro jogo, com a equipa do Congo Democrático, no dia 28.08.21, depois de ter perdido com Cabo Verde, Ruanda, o velho capitão, acredita numa inversão do quadro que está a indignar a maioria dos amantes da bola ao cesto.