Hiena com pele de cordeiro
João Lourenço, Presidente angolano, também do MPLA, apelou no dia 15.09 ao diálogo entre as ( suas) duas televisões públicas ( só para efeitos de financiamento) do país ( TPA e TV Zimbo) e a UNITA, depois de estas terem decidido ( para agradar ao patrão, o MPLA) boicotar a cobertura do maior partido da oposição, após actos de intimidação a jornalistas numa manifestação. Questionado pela imprensa no Cuanza Norte sobre a decisão tomada pela Televisão Pública de Angola ( TPA) e a TV Zimbo de não mais cobrir qualquer iniciativa política da UNITA, João Lourenço considerou que os canais se sentiram visados pelas acções dos apoiantes do maior partido da oposição, durante uma marcha realizada no 11.09 passado, convocada pela UNITA.
As televisões “é que sentiram na pele a intolerância por parte de um determinado partido político, sentiram a vida dos seus jornalistas, dos seus profissionais, em causa, em perigo, e reagiram da forma que todos nós vimos”, disse o Presidente, recordando que a decisão de não cobrir mais acções da UNITA coube aos “ofendidos, no caso os órgãos de comunicação social”. Será que João Lourenço também viu que, por falta de voluntários ( mesmo que bem pagos), a TPA e a TV Zimbo ( com o canino apoio do deputado João Pinto, do MPLA) tiveram de recrutar a imagem do jornalista guineense Adão Ramalho, que foi espancado no passado dia 12 de Março, em Bissau?
O chefe de Estado angolano, que no 15.09 terminou uma visita de dois dias à província do Cuanza Norte, disse acreditar “que a guerra dos comunicados” que se gerou depois, de parte a parte, também “não ajuda”.
“Antes pelo contrário, acirra cada vez mais os ânimos, faz aumentar o nível de tensão, que nós, enquanto responsáveis políticos desse país, devemos procurar evitar”, considerou, supostamente autocriticando- se por ser ele próprio presidente do MPLA.
Para João Lourenço, “é uma questão de diálogo, de conversarem”, acreditando que, se “isso acontecer, os ofendidos acabarão por perdoar e vai voltar tudo ao normal”.
“O nosso país já passou por situações bem piores a esta e, digamos, que os responsáveis por tais situações acabaram por pedir desculpas e os lesados aceitarem estas mesmas desculpas, portanto, é uma questão de conversarem e acredito que nos próximos dias o clima estará bastante desanuviado”, salientou. No 14.09, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos ( SJA) apelou também ao diálogo para tentar ultrapassar a decisão dos canais públicos ( do MPLA) de televisão de suspenderem a cobertura de actividades da UNITA, por queixas de intimidação por parte de apoiantes do partido da oposição. Em nota assinada pelo secretário- geral, Teixeira Cândido, o SJA pediu ainda aos jornalistas que se abstenham de participar em disputas políticas, referindo que o contexto político, a um ano das eleições gerais em 2022, exige “serenidade” e assinalando que o presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, repudiou no mesmo dia as ameaças e obstrução à actividade dos jornalistas daqueles canais.
Para o sindicato, é necessário “manter a paz social e o estado democrático e de direito”, apelando por isso às direcções da TPA e da TV Zimbo ( quase parecendo que são elas que mandam) que usem o diálogo como o “caminho mais sensato para salvaguarda de todos os interesses em jogo”. Num comunicado divulgado após o pronunciamento dos dois canais, a UNITA salientou que a decisão vem “confirmar e oficializar a reiterada censura” e violação das leis e deontologia. Um comunicado do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política, em que o órgão partidário analisou “todas as envolventes e consequências” da marcha do passado 11.09 organizada pelo partido a favor de eleições livres em Angola e convidou a tutela e os gestores daqueles órgãos “a reflectirem sobre a sua reiterada prática panfletista e exclusivista contra a UNITA e o seu líder”.
O partido recordou que o seu presidente, Adalberto da Costa Júnior, condenou logo na altura “as acções dos jovens que impediram as reportagens dos correspondentes das televisões públicas” e assinala que “a legítima defesa dos colaboradores” dos canais “não pode resvalar no argumento de não lhes mandar cobrir futuros eventos organizados pela UNITA”. O Secretariado Executivo tomou também “boa nota” das preocupações da Comissão multi- sectorial de combate à Covid- 19, que repudiou a atitude da UNITA durante a marcha de sábado, em Luanda, por violar as medidas previstas para a situação de calamidade pública devido à pandemia, e recomenda que essas preocupações “sejam extensivas a todos os actores, incluindo o MPLA”.
O MPLA, partido do poder há 46 anos, anunciou para 18.09.21 uma “Marcha dos Milhões” para demonstrar a sua popularidade e apoio ao Presidente angolano, João Lourenço, mas foi adiada. Ao que tudo indica estariam presentes cerca de 32 milhões de angolanos, faltando apenas confirmar se José Eduardo dos Santos estaria presente… A iniciativa surge em resposta à marcha da UNITA, que juntou em Luanda milhares de angolanos, incluindo de outras forças políticas da oposição e elementos da sociedade civil.
AUNITA, o principal partido da oposição que o MPLA ( ainda) permite que exista em Angola, criticou o boicote das televisões estatais ( ou seja do MPLA) às suas iniciativas, salientando que isso vem “confirmar e oficializar a reiterada censura” e violação das leis e deontologia. É urgente que a UNITA perceba que a Constituição, bem como as leis, terminam a sua validade quando em causa está o MPLA. Ou seja, acima das regras democráticas e de um Estado de Direito está o querer do partido que desgoverna Angola há 46 anos.
Um comunicado do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política, em que o órgão partidário analisa “todas as envolventes e consequências” da marcha do passado 11.09 organizada pelo partido a favor de eleições livres em Angola, sublinha que o veto à UNITA “não é da competência dos administradores da TPA” e que não são estes a determinar quem pode passar ou não na televisão pública do país. Nada, em Angola, é da competência de administradores, directores, etc.. Quem manda no reino é, desde sempre, o triunvirato dos dirigentes “escolhidos por deus”: a) Presidente do MPLA ( João Lourenço); b) Presidente da República ( João Lourenço); c) Titular do Poder Executivo ( João Lourenço). E quando assim é, e é assim sempre, não vale a pena pedir que os jacarés do rio Kwanza sejam transferidos para o rio Cunene, na esperança de que o novo habitat os transforme em vegetarianos.
Os canais do MPLA ( amamentados com dinheiro do erário público) de televisão TPA e TV Zimbo anunciaram no 13.09 que iriam deixar de cobrir actividades da UNITA, justificando a decisão com agressões aos seus jornalistas numa manifestação convocada por aquele partido. Recorde- se que, por falta de voluntários ( mesmo que bem pagos), a TPA e a TV Zimbo ( com o canino apoio do deputado João Pinto, do MPLA) tiveram de recrutar a imagem do jornalista guineense Adão Ramalho, que foi espancado no passado dia 12 de Março, em Bissau. O posicionamento dos sipaios da TPA e da TV Zimbo, no cumprimento das ordens superiores do MPLA, foi transmitido no horário nobre das duas estações televisivas do MPLA ( embora, corrobore- se, sustentadas com dinheiro roubado aos autóctones, nomeadamente aos nossos 20 milhões de pobres) com os respectivos autómatos a anunciarem a decisão das administrações dos dois órgãos de abandonarem a cobertura das actividades promovidas pela UNITA, não entrevistar os seus dirigentes, nem militantes ou outros responsáveis do partido e exigindo retractação e desculpas públicas da direcção da UNITA.
Em resposta, através do comunicado do Secretariado Executivo, a UNITA diz que os dois canais públicos “não são, de facto, seus concorrentes” e convida a tutela e os gestores daqueles órgãos ( todos escolhidos, formados e formatados pelo MPLA) “a reflectirem sobre a sua reiterada prática panfletista e exclusivista contra a UNITA e o seu líder”.
Os posicionamentos “só vieram confirmar e oficializar a reiterada censura e confissão do desrespeito e da grave violação às leis e à deontologia que demonstram ignorar”, refere a UNITA.
O partido acrescenta que o seu presidente, Adalberto da Costa Júnior, condenou logo na altura “as acções dos jovens que impediram as reportagens dos correspondentes das televisões públicas” e assinala que “a legitima defesa dos colaboradores” dos canais “não pode resvalar no argumento de não lhes mandar cobrir futuros eventos organizados pela UNITA”. O comunicado aborda ainda “o perfeito alinhamento do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social com as direcções da TV Zimbo e TPA” sobre o incidente ocorrido.
O Secretariado Executivo tomou também “boa nota” das preocupações da Comissão multisectorial de combate à Covid- 19, que repudiou a atitude da UNITA durante a marcha de sábado, em Luanda, por violar as medidas previstas para a situação de calamidade pública devido à pandemia, e recomenda que essas preocupação “sejam extensivas a todos os actores, incluindo o MPLA”. Francamente! Quando será que a UNITA percebe que o MPLA está acima da lei? Só faltava essa de a UNITA querer ser tratada como se tivesse os mesmos direitos do dono do reino…
O MPLA, partido do poder há 46 anos, anunciou para sábado uma “Marcha dos Milhões” para demonstrar a sua popularidade e apoio ao Presidente angolano, João Lourenço. Ao que tudo indica estarão presentes cerca de 32 milhões de angolanos, faltando apenas confirmar se José Eduardo dos Santos estará presente… A iniciativa surge em resposta à marcha da UNITA, que juntou em Luanda milhares de angolanos, incluindo de outras forças políticas da oposição e elementos da sociedade civil.
Recordam- se que o deputado e secretário provincial da UNITA em Luanda, Nelito Ekuikui, foi agredido em Outubro de 2020, pela polícia angolana numa manifestação e, segundo testemunhou o Folha 8, vários jovens que participavam no protesto foram detidos, entre os quais o secretário provincial da JURA em Luanda, Manuel Epalanga. Nelito Ekuikui disse não ter havido nenhuma razão que justificasse a agressão e afirma ter sido retido durante cerca de uma hora, acusando as autoridades de “uso excessivo da força” e de estarem a cometer uma ilegalidade.
“Disseram que a manifestação não podia ocorrer porque violava o decreto presidencial [ que actualizava a situação de calamidade e publicado no dia da manifestação], mas estão a violar a Constituição”, afirmou o deputado da UNITA, maior partido da oposição que o MPLA ainda permite, recordando que ele próprio foi legislador da lei de protecção civil, que não contempla a suspensão de direitos como os de manifestação. “Claramente, este decreto foi forjado para impedir a manifestação”, acusou Nelito Ekuikui, criticando a presença das forças armadas nas ruas de Luanda e aconselhando o Governo a recorrer ao diálogo porque os protestos “não vão parar”. O deputado da UNITA afirmou também que um dos organizadores da manifestação, o activista Dito Dali foi ferido e teve de receber assistência hospitalar, tendo sido detidos “cerca de 50 jovens”, entre os quais o presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos ( MEA), Francisco Teixeira. A marcha realizada no dia 24 de Outubro de 2020, convocada por activistas da sociedade civil, mas que contou com a adesão da UNITA e outras forças da oposição, visava reivindicar melhores condições de vida, mais emprego e a realização das primeiras eleições autárquicas em Angola, que estavam previstas para este ano e foram adiadas sem nova data. A Policia utilizou balas reais, gás lacrimogéneo, cavalos e cães, tudo contra os populares que reclamam por emprego, eleições autárquicas, democracia e condenam a politica de João Lourenço que acusam ser pior ditador do que José Eduardo dos Santos.