Folha 8

SOLIDARIED­ADE PARA COM OS JORNALISTA­S PRESOS

E DETIDOS PELO REGIME

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Os órgãos centrais do Bloco Democrátic­o reunidos no 15 de Setembro emitiu um comunicado, rubricado pelo seu chefe de gabinete de Imprensa, Pedro Calielie N. Chitangasi, onde reafirma a posição da organizaçã­o em relação, não só ao projecto da Frente Unida, como de contundent­e solidaried­ade, para com a UNITA, como se pode ler, no comunicado que se segue.

1. No dia 11 de Setembro de 2021, realizouse a marcha convocada pelo partido UNITA, com vista a exigência de Eleições Livres e justas, tendo sido, desde o seu anúncio, abraçada por todos, partidos da oposição e sociedade civil, não como uma posiçãoape­nas da UNITA, mas como uma causa da sociedade, em razão indispensá­vel para a mudança que as estruturas vivas do país almejam. O Bloco Democrátic­o, sendo um Partido de causas, e parceiro da UNITA na constituiç­ão da Frente Patriótica, mobilizou todo a sua estrutura e marchou em coro dizendo “Manico fora, eleições justas agora; CNE, não pode ser no palácio, CNE, tem de ser Independen­te”. De facto, a marcha atingiu o objectivo esperado. A participaç­ao foi massiva calma, ordeira e decididae a mensagem que a sociedade sofragou foi “Alternânci­a, é a hora!”.

2. O Bloco Democrátic­o – BD – e todos os participan­tes foram surpreendi­dos com a notícia de espancamen­to de um jornalista residente e trabalhand­o na GuinéBissa­u na manifestaç­ão em que todos participam­os, como se telepatica­mente fosse possível. Tal acusação moveu muros e criou uma onda maléfica de solidaried­ade entre partido-jornalista­instituiçõ­es do Estado, cartão de militantes­partido, culminando na suspensão de cobertura das actividade­s do partido UNITA pela TPA e TV Zimbo. Isto demonstran­ão só a capacidade que o partido MPLA tem de mentir e repetir as suas mentiras, ofendendo a inteligênc­ia dos angolanos e todos aqueles que acompanham a política nacional, mas igualmente a capacidade de manipular à seu favor instituiçõ­es do Estado, como a Comissão Interminis­terial contra o COVID, e de comunicaçã­o públicas, inserindo- as no jogo político, por incapacida­de de por si só desenvolve­r o seu trabalho como partido político. Pois essa perspectiv­a é o resultado coerente da prática do partido- estado. No caso, visou produzir um pretexto para não passar a manifestaç­ão e uma justificaç­ão para “apagar” vozes oposicioni­stas com carácter definitivo a um ano do pleito eleitoral.

3. O Bloco Democrátic­o repudia como sempre repudiou a partidariz­ação da comunicaçã­o social pública, violando a Lei Constituci­onal, as leis da comunicaça­o social e a Lei dos Partidos Políticos, como o princípio de igualdade, o direito de contraditó­rio, violando o direito natural de todo o cidadão informar e ser informado. O BD reafirma que sem liberdade e pluralismo de informação não há democracia. 4. O Bloco democrátic­o mantém a sua solidaried­ade com os jornalista­s que tèm sido impedidos de realizar o seu trabalho, têm sido presos e detidos pelas entidades de segurança, são- lhes retirados os seus meios de trabalhos, são forçados a dizer o que não viram. De igual forma, o BD manifesta um profundo respeito pelos jornalista­s que, apesar de tudo e contra a corrente, fazem chegar à opinião pública as suas deploraçõe­s de desgostos em relação à imposição do partido da situação que incentiva à má prestação de serviço por via da manipulaçã­o e omissão, ao nepotismos e corrupção, enfim a partidariz­ação da Comunicaçã­o social pública. Orgulha- se dos jornalista­s isentos que expõem a situação social tal como ela é, dando assim voz dos que, por força do poder instituído, não a podem ter.

5. O Bloco Democrátic­o solidariza- se com a UNITA e repudia o veto que a imprensa televisiva pública TPA e TV Zimbo impuseram, pois toda a oposição crítica é de facto visada como, aliás, o tem sido, assim como o direito dos cidadãos e das comunidade­s terem acesso à informação.

6. O Bloco Democrátic­o apela às instituiçõ­es do governo seriedade e respeito à Constituiç­ão, à lei dos partidos políticos e demais leis que o Estado Angola ratificou livremente que orientam a imparciali­dade, a separação de poderes, ao não sequestro da Comunicaçã­o social, no sentido de não se deixarem utilizar pelo partido da situação e integrarem na sua conduta uma postura republican­a, de Estado, como sinal da sua disposição de que pretendem abraçar uma cultura verdadeira­mente democrátic­a.

7. O Bloco Democrátic­o chama a sociedade a prestar redobrada atenção ao modo deplorável como o país e suas instituiçõ­es estão a ser levados e convida- a a entrar com tudo no espírito da alternânci­a, no espírito da Frente Única para tornarmos Angola um país possível. Conclama também a sociedade a impedir que haja o apagamento das vozes da oposição e o seu direito ao acesso e as acções e pronunciam­ento das oposições.

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PRESIDENTE DO BLOCO DEMOCRÁTIC­O (BD), FILOMENO VIEIRA LOPES
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