Folha 8

EXÉRCITO DESCONTA SALÁRIOS E DESPEDE TRABALHADO­RES DA OGR EM LUANDA

A chefia das Oficinas Gerais de Reparação do Exército das Forças Armadas Angolanas (FAA) está a ser acusada de desvio de salários e subsídios de um contigente efectivo e de outros fictícios.

- TEXTO DEEZEQUIEL PAULINO

Odenúncia surge dos técnicos oficinais e pessoal administra­tivo civil, que aponta o dedo acusador ao brigadeiro, Lito Bundi e coronel, Francisco Filho de estarem na base de desvio de parte dos salários e subsídios dos efectivos.

“Os quadros, nomeadamen­te, torneiro mecânico, bate chapas, pintores, electricis­ta auto, técnico de carreto, nas Oficinas Gerais de Reparação do Comando do Exército ( OGR), auferia um salário de 214.000,00 ( duzentos e catorze mil Kwanzas), até ao mês de Março de 2021”, informou ao Folha 8, o técnico especialis­ta do Departamen­to de Fabrico e Apoio da OGR.

O “quid pro quo” resulta, agora, do facto de estar a haver descontos, sem qualquer justificat­iva, desde Abril a esta data ( Setembro), com o salário a baixar para 175.000,00 ( cento e setenta e cinco mil Kwanzas), estando na base da indignação dos quadros.

“Nós recorremos ao responsáve­l dos Recursos Humanos, coronel Francisco Joaquim Filho, para o indagar, mas este minimizou os factos, dizendo tratar- se de problemas individuai­s”, denunciou, o técnico de Máquinas Molino. Os lesados endereçara­m uma carta ao brigadeiro, Lourenço Mateus Bundi, vulgo ( Lito Bundi), mas este não respondeu, alegam, os denunciant­es, cerca de 700 trabalhado­res civis, efectivos das Oficinas Gerais de Reparação do Comando do Exército das FAA.

Segundo F8 apurou, metade do número citado, está há seis ( 6) meses sem receber os respectivo­s ordenados, tendo sido aconselhad­a pela direcção da unidade a ficar em casa, e aparecerem, somente, no final do mês, para receber uma cesta básica... Molino Ngalula, está há 28 anos na empresa e não quer acreditar, “que nos tenham cortado os subsídios, de alimentaçã­o, férias, transporte, horas extras, numa altura de início das aulas. Isso poderá causar o abandono escolar dos filhos de alguns colegas, que não terão capacidade, para alimentar a casa e pagar as propinas, principalm­ente, não recebendo salário, pontualmen­te”.

F8, no 14.09.2021, contactou, Lourenço Mateus Bundi, brigadeiro, responsáve­l pela Direcção Geral das Oficinas Gerais de Reparação do Exército, para um esclarecim­ento sobre o assunto, mas encaminhou- nos ao coronel Filho, da Direcção de Pessoal e Quadros, que explicou: “somos uma unidade que depende do Exército, logo, não podemos avançar nada, porque transcende às nossas competênci­as, pelo que deverão dirigirse ao Quartel General”, frisou.

Aí chegados, o coronel Francisco Gumbe, dos Quadros reagiu da seguinte forma: “por sermos um órgão castrense, devem contactar a Direcção Patriótica”, sublinhou. Nesta direcção F8, o tenente, Gonçalves Sousa, para não variar, também encolheu os ombros, com um esfarrapad­o: “para o devido efeito, a Direcção do Folha 8 deve escrever para o comandante do Quartel General, Jack Raúl, para indicar alguém, para esclarecer o que pretendem saber”, justific

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