Posição da Sociedade Mineira de Catoca
A Sociedade Mineira de Catoca descartou a presença de metais pesados nas águas dos rios afectados por um acidente no seu sistema de drenagem, nomeadamente uma rotura numa conduta. Segundo a sociedade mineira angolana “está descartada a presença de metais pesados na água dos rios afectados pelo vazamento de ` polpa da bacia de rejeitados ´ , em consequência do incidente registado no seu sistema de ` drenagem de rejeitados ´ , mais concretamente uma ruptura na conduta que funciona como ` vertedor ´ ”. Tal ocorrência - admite a sociedade mineira - terá causado “um vazamento no rio Lova e adjacente”, mas “a ruptura foi completamente estancada e assiste- se agora ao processo de reposição natural da cadeia dos rios afectados”. A ` bacia de rejeitados ´ , adianta a empresa, “contém apenas misturas de rochas naturais, como areia e argila, e a composição da matéria corresponde aproximadamente aos fluxos de lama na estação chuvosa e não contém componentes químicos externos, o que nos permite afirmar que tal situação não representa risco de vida para as populações afectadas”. Segundo a sociedade mineira, quando se registou a ocorrência uma equipa de empresa “agiu imediatamente para estancar a ruptura e o processo ficou normalizado”.
Nesta altura - alega a Sociedade Mineira de Catoca - o principal objectivo foi “minimizar o impacto deste acidente, ajudando as comunidades locais e trabalhando em cooperação com especialistas de diferentes instituições públicas e privadas para prevenir quaisquer futuros acidentes”. Segundo a mineira, decorrem os trabalhos para a realização de uma auditoria independente às estruturas hidráulicas e outras instalações de produção com o envolvimento de especialistas internacionais para identificar e eliminar o risco de acidentes semelhantes no futuro, uma acção recomendada pela Comissão Multissectorial que acompanha a realização do trabalho.
“Até agora temos que 12 pessoas morreram por causa da contaminação destes rios, que já não podem ser usados até serem desinfectados”, disse o porta- voz do Ministério do Ambiente da RD Congo, Michel Koyakpa, à agência espanhola de notícias, Efe. “Os pescadores estão parados e muitos peixes e outras espécies morreram, sem contar com outros perigos para o ecossistema”, acrescentou o porta- voz.
“Depois do trabalho árduo efectuado, o Governo da República irmã de Angola e a sociedade mineira Catoca reconheceram a sua responsabilidade neste drama, pelo qual exigimos uma indemnização”, disse o porta- voz.
Em conferência de imprensa, a ministra do Ambiente da RD Congo, Eve Bazaiba, expressou também indignação pelo sucedido e sublinhou que o próprio Governo angolano e a empresa haviam reconhecido a sua responsabilidade pela contaminação dos rios. A contaminação dos rios começou a notar- se desde Julho e, além das mortes, causou diarreia aos habitantes de toda a região servida pelos rios.
(*) No Baixo Zaire e Lundas