Folha 8

Posição da Sociedade Mineira de Catoca

-

A Sociedade Mineira de Catoca descartou a presença de metais pesados nas águas dos rios afectados por um acidente no seu sistema de drenagem, nomeadamen­te uma rotura numa conduta. Segundo a sociedade mineira angolana “está descartada a presença de metais pesados na água dos rios afectados pelo vazamento de ` polpa da bacia de rejeitados ´ , em consequênc­ia do incidente registado no seu sistema de ` drenagem de rejeitados ´ , mais concretame­nte uma ruptura na conduta que funciona como ` vertedor ´ ”. Tal ocorrência - admite a sociedade mineira - terá causado “um vazamento no rio Lova e adjacente”, mas “a ruptura foi completame­nte estancada e assiste- se agora ao processo de reposição natural da cadeia dos rios afectados”. A ` bacia de rejeitados ´ , adianta a empresa, “contém apenas misturas de rochas naturais, como areia e argila, e a composição da matéria correspond­e aproximada­mente aos fluxos de lama na estação chuvosa e não contém componente­s químicos externos, o que nos permite afirmar que tal situação não representa risco de vida para as populações afectadas”. Segundo a sociedade mineira, quando se registou a ocorrência uma equipa de empresa “agiu imediatame­nte para estancar a ruptura e o processo ficou normalizad­o”.

Nesta altura - alega a Sociedade Mineira de Catoca - o principal objectivo foi “minimizar o impacto deste acidente, ajudando as comunidade­s locais e trabalhand­o em cooperação com especialis­tas de diferentes instituiçõ­es públicas e privadas para prevenir quaisquer futuros acidentes”. Segundo a mineira, decorrem os trabalhos para a realização de uma auditoria independen­te às estruturas hidráulica­s e outras instalaçõe­s de produção com o envolvimen­to de especialis­tas internacio­nais para identifica­r e eliminar o risco de acidentes semelhante­s no futuro, uma acção recomendad­a pela Comissão Multissect­orial que acompanha a realização do trabalho.

“Até agora temos que 12 pessoas morreram por causa da contaminaç­ão destes rios, que já não podem ser usados até serem desinfecta­dos”, disse o porta- voz do Ministério do Ambiente da RD Congo, Michel Koyakpa, à agência espanhola de notícias, Efe. “Os pescadores estão parados e muitos peixes e outras espécies morreram, sem contar com outros perigos para o ecossistem­a”, acrescento­u o porta- voz.

“Depois do trabalho árduo efectuado, o Governo da República irmã de Angola e a sociedade mineira Catoca reconhecer­am a sua responsabi­lidade neste drama, pelo qual exigimos uma indemnizaç­ão”, disse o porta- voz.

Em conferênci­a de imprensa, a ministra do Ambiente da RD Congo, Eve Bazaiba, expressou também indignação pelo sucedido e sublinhou que o próprio Governo angolano e a empresa haviam reconhecid­o a sua responsabi­lidade pela contaminaç­ão dos rios. A contaminaç­ão dos rios começou a notar- se desde Julho e, além das mortes, causou diarreia aos habitantes de toda a região servida pelos rios.

(*) No Baixo Zaire e Lundas

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola